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Estado de Minas

Problemas no f�gado s�o diretamente relacionados aos maus h�bitos

Depois de avaliar por dois anos e meio quase 100 pacientes com cirrose hep�tica n�o alco�lica, nutricionista e pesquisadora do Ambulat�rio de F�gado do HC/UFMG conclui que doen�a tem rela��o direta com estilo de vida das pessoas


postado em 07/03/2011 15:46

Um estudo recente desenvolvido no Hospital das Cl�nicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC/UFMG) mostra que a doen�a hep�tica gordurosa n�o-alco�lica, conhecida popularmente como cirrose hep�tica – que ataca o f�gado, comprometendo suas fun��es –, tem rela��o direta com o estilo de vida dos pacientes. A enfermidade pode surgir em pessoas obesas, diab�ticas, os que t�m resist�ncia � insulina e aqueles que adotam alimenta��o pouco saud�vel. Foi o que concluiu a pesquisadora do Ambulat�rio de F�gado do HC/UFMG, a

nutricionista Silvia Ferolla, que, durante dois anos e meio, avaliou 96 pacientes, com idades entre 20 e 70 anos e diagn�stico recente da doen�a. O objetivo era descobrir o padr�o diet�tico deles.

"O diagn�stico da doen�a foi feito por m�dicos especialistas que encontraram, ao exame de ultrassonografia, imagem sugestiva de ac�mulo de gordura no f�gado. Al�m disso, foi descartada hepatite por v�rus, doen�a autoimune, hepatite medicamentosa, hepatite alco�lica ou outras doen�as do f�gado. Dessa forma, o diagn�stico da doen�a hep�tica gordurosa n�o-alco�lica foi feito por exclus�o", explica a nutricionista, que coordena o servi�o de nutri��o cl�nica do Hospital Vera Cruz e � professora do Centro Universit�rio UNA. Ela apresentou disserta��o de mestrado no Departamento de Ci�ncias Aplicadas � Sa�de do Adulto da Faculdade de Medicina da UFMG.

Todos os pacientes acompanhados, segundo Silvia, mantinham um padr�o de dieta diferente do preconizado pelo Minist�rio da Sa�de no guia alimentar para a popula��o brasileira. Apresentavam consumo excessivo de alimentos do grupo das carnes (como frango, carne de boi, carne de porco, peixe), das gorduras (�leo vegetal, manteiga, margarina) e dos a��cares (a��car, doces em geral). E, por outro lado, apresentaram ingest�o deficiente de alimentos do grupo do leite e derivados e das frutas.

Na avalia��o da ingest�o de nutrientes, observou-se reduzido consumo de c�lcio, fibras e vitaminas oxidantes, como a vitamina A e a vitamina C. "O carboidrato � apontado nos principais estudos sobre o assunto como um dos vil�es da esteatoepatite n�o-alco�lica. Quando analisamos o carboidrato consumido pelos pacientes, observamos adequa��o em termos de quantidade. Entretanto, o tipo de carboidrato ingerido foi inadequado: houve consumo excessivo de a��car simples, aquele composto de mol�culas pequenas, que s�o digeridas mais facilmente, como o a��car branco ou a��car de mesa, que s�o adicionados �s prepara��es. Grosso modo, a ingest�o de uma goiabada, por exemplo, � muito mais prejudicial do que a de um p�ozinho franc�s todo dia", explica.

Para chegar � conclus�o, a pesquisadora aplicou dois question�rios a esses pacientes para comparar o que eles comiam com o que � recomend�vel a uma popula��o saud�vel: o de frequ�ncia alimentar e o recordat�rio alimentar de 24 horas. "O primeiro consiste em uma lista de 100 alimentos, onde o paciente informa se ingere ou n�o cada item e a quantidade e frequ�ncia de consumo. Posteriormente, o consumo era convertido para ingest�o di�ria. Se o paciente informava comer uma fatia de pizza uma vez por m�s, o peso dessa fatia era dividido por 30 (dias). Assim, identificava-se o equivalente ao consumo di�rio do alimento. O question�rio de frequ�ncia alimentar reflete o consumo de longo prazo, ou seja, o habitual. J� no recordat�rio alimentar, o paciente informava tudo o que ele ingeria no dia anterior", explica.

S�ndrome metab�lica

Entre os v�rios fatores de risco da doen�a citados por Silvia est�o a obesidade, resist�ncia � insulina, diabetes, altos n�veis de colesterol e triglic�rides, al�m da hipertens�o. "A maior parte dos pacientes com f�gado gorduroso apresenta um conjunto dessas doen�as associadas, quadro que chamamos de s�ndrome metab�lica. Atualmente, muitos deles t�m reconhecido a doen�a hep�tica gordurosa n�o-alco�lica como uma manifesta��o hep�tica da s�ndrome metab�lica."

A doen�a � observada em todos os grupos et�rios. Dados da Sociedade Brasileira de Hepatologia, que buscou tra�ar o perfil cl�nico epidemiol�gico da doen�a no pa�s, demonstraram que ela � mais comum em pessoas com idade m�dia de 50 anos. Mas j� se sabe que a esteatoepatite n�o-alco�lica tamb�m acomete crian�as, segundo a nutricionista, em fun��o do aumento da obesidade infantil nos �ltimos anos. Ela acrescenta que de 70% a 80% dos obesos e dos diab�ticos apresentam a doen�a, bem como 5% da popula��o magra.

O grande desafio dos estudiosos � encontrar o tratamento medicamentoso para a doen�a. H� v�rias drogas em estudo, sobretudo aquelas que tentam atuar na redu��o da resist�ncia � insulina. Mas, at� o momento, n�o tiveram nenhum resultado na melhora da fibrose no tecido hep�tico, que ocasiona a cirrose. "Se o paciente estiver na fase avan�ada da doen�a, com fibrose e cirrose hep�tica, a doen�a n�o tem cura, e em alguns casos � indicado o transplante de f�gado. Entretanto, se h� apenas esteatose simples ou esteatoepatite sem fibrose, h� como minimizar a gordura no f�gado por meio de dieta adequada e atividade f�sica. A redu��o de pelo menos 7% do peso corporal tem mostrado resultados satisfat�rios na melhora da doen�a. Dessa forma, o tratamento preconizado � a mudan�a de estilo de vida com o enfoque na corre��o de h�bitos alimentares inadequados e do sedentarismo", afirma Silvia Ferolla.

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