A pele muda, chegam as ondas de calor e suor incontrol�veis, surtos de mau humor e dificuldade para dormir. Fase �nica na vida de uma mulher que cruza a linha dos 40 anos, a menopausa, viv�ncia marcada pela diferen�a e individualidade de sintomas e consequ�ncias, �, muitas vezes, domada por m�dicos com horm�nios, que aliviam a maioria desses efeitos. Mas uma nova descoberta revela que o estrog�nio, principal horm�nio feminino e um dos mais indicados �s mulheres durante o fim da menstrua��o, vai muito al�m do que amenizar esses males da menopausa: � um excelente dilatador de art�ria e faz bem � vasculariza��o cerebral feminina. Em outras palavras, ajuda a melhorar o fluxo de sangue no c�rebro.
Foi o que apontou a pesquisa de doutorado da ginecologista e obstetra Alice Melga�o, que contou com a colabora��o de Marco Aur�lio Martins e orienta��o do professor Selmo Geber, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Defendida em 2005, a tese, feita dentro do Programa de P�s-Gradua��o em Sa�de da Mulher da Faculdade de Medicina da UFMG, demostra, de forma in�dita, os efeitos vasodilatadores do estrog�nio na art�ria central da retina em mulheres na menopausa.
O grande reconhecimento do trabalho vir� em setembro, quando ser� publicado na revista norte-americana Menopause, uma das mais importantes revistas cient�ficas de ginecologia do mundo e mais respeitada em climat�rio e menopausa.
� sabido que quando a mulher para de produzir horm�nios, uma s�rie de desconfortos a acomete, como as ondas de calor, problemas nas unhas, pele e mem�ria. "A medicina, ent�o, quer repor esses horm�nios. O mais importante deles � o estrog�nio, produzido pela mulher desde a adolesc�ncia, que sem ser induzido pelo organismo � reposto com comprimidos", conta o especialista. De acordo com ele, a inten��o da pesquisa foi avaliar se o estrog�nio fazia bem para a vasculariza��o cerebral.
O primeiro passo para chegar � conclus�o foi a aplica��o do aparelho de ultrassom acoplado com sistema doppler – equipamento que mede a velocidade do fluxo sangu�neo dentro dos vasos –, nos olhos de 55 mulheres na menopausa. "Escolhemos, por ser mais f�cil de ser monitorada, a art�ria central da retina, que fica atr�s dos olhos, uma das principais do �rg�o e que representa todas as outras. O que ocorre com ela, ocorre com todas do c�rebro", explica Selmo, dizendo que uma veia mais resistente estaria mais fechada, enquanto aquela com menos resist�ncia, mais aberta. "A abertura implica no fluxo de sangue e, quando a mulher est� na menopausa, esse vaso n�o dilata tanto", diz.
Depois de conhecidas as art�rias centrais de retina das 55 mulheres da pesquisa, que j� n�o produziam mais o estrog�nio, elas foram divididas em grupos. Vinte e oito delas receberam o comprimido de estrog�nio para ser tomado durante um m�s, enquanto 27 delas usaram placebo – rem�dio que n�o tinha nada, uma c�psula vazia. "Usamos a metodologia randomizado triplo-cego, placebo controlado. � uma experi�ncia em que nem a paciente, nem o pesquisador e nem o respons�vel pela pesquisa sabe quais foram as mulheres que receberam determinado medicamento. Somente quem distribuiu sabia. Cientificamente falando, � o estudo ideal", afirma Selmo.
Depois de um m�s, a art�ria central da retina delas voltou a ser analisada. Daquelas que tinham recebido uma c�psula vazia, o vaso arterial se manteve o mesmo, resistente e mais fechado. "J� naquelas que tinham tomado o horm�nio, a art�ria estava menos resistente, com dilata��o, e o fluxo de sangue tinha melhorado", conta Selmo, acrescentando que no organismo h� muitas subst�ncias que fazem relaxar ou endurecer as art�rias. "O �xido n�trico que age no m�sculos � o melhor para relaxar o vaso e o estrog�nio aumenta a quantidade dessa subst�ncia no organismo", explica. Na opini�o da autora da tese, Alice Melga�o, a comprova��o cl�nica aponta que o estrog�nio � um dilatador n�o s� da grande circula��o, mas das microart�rias.
NOVAS POSSIBILIDADES
A constata��o abre portas para outras possibilidades. "O estrog�nio melhora o calor das mulheres na menopausa, a pele, o cabelo e at� o apetite sexual. Saber que ele tamb�m � capaz de acentuar a circula��o no c�rebro pode ser a porta de entrada para a compreens�o da origem de doen�as como a enxaqueca, s�ndrome pr�-mestrual, perdas de fun��o cognitiva no climat�rio e at� patologias graves, como acidente vascular cerebral (AVC) e mal de Alzheimer", aponta Selmo, dizendo que, no ano passado, foi publicada em revista europeia disserta��o de mestrado, tamb�m orientada por ele, em que foi constatado, depois de avalia��o em 30 mulheres, que � no per�odo de ovula��o que a mulher produz mais estrog�nio.
Segundo explica Alice Melga�o, como o horm�nio se mostrou um bom dilatador, inclusive em art�rias menores, talvez possa melhorar aspectos cognitivos de outros �rg�os. "Mas n�o h� respaldo para falar sobre isso, temos ind�cios importantes. Essas outras constata��es podem ser um segundo passo para novas descobertas."
Foi o que apontou a pesquisa de doutorado da ginecologista e obstetra Alice Melga�o, que contou com a colabora��o de Marco Aur�lio Martins e orienta��o do professor Selmo Geber, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Defendida em 2005, a tese, feita dentro do Programa de P�s-Gradua��o em Sa�de da Mulher da Faculdade de Medicina da UFMG, demostra, de forma in�dita, os efeitos vasodilatadores do estrog�nio na art�ria central da retina em mulheres na menopausa.
O grande reconhecimento do trabalho vir� em setembro, quando ser� publicado na revista norte-americana Menopause, uma das mais importantes revistas cient�ficas de ginecologia do mundo e mais respeitada em climat�rio e menopausa.
� sabido que quando a mulher para de produzir horm�nios, uma s�rie de desconfortos a acomete, como as ondas de calor, problemas nas unhas, pele e mem�ria. "A medicina, ent�o, quer repor esses horm�nios. O mais importante deles � o estrog�nio, produzido pela mulher desde a adolesc�ncia, que sem ser induzido pelo organismo � reposto com comprimidos", conta o especialista. De acordo com ele, a inten��o da pesquisa foi avaliar se o estrog�nio fazia bem para a vasculariza��o cerebral.
O primeiro passo para chegar � conclus�o foi a aplica��o do aparelho de ultrassom acoplado com sistema doppler – equipamento que mede a velocidade do fluxo sangu�neo dentro dos vasos –, nos olhos de 55 mulheres na menopausa. "Escolhemos, por ser mais f�cil de ser monitorada, a art�ria central da retina, que fica atr�s dos olhos, uma das principais do �rg�o e que representa todas as outras. O que ocorre com ela, ocorre com todas do c�rebro", explica Selmo, dizendo que uma veia mais resistente estaria mais fechada, enquanto aquela com menos resist�ncia, mais aberta. "A abertura implica no fluxo de sangue e, quando a mulher est� na menopausa, esse vaso n�o dilata tanto", diz.
Depois de conhecidas as art�rias centrais de retina das 55 mulheres da pesquisa, que j� n�o produziam mais o estrog�nio, elas foram divididas em grupos. Vinte e oito delas receberam o comprimido de estrog�nio para ser tomado durante um m�s, enquanto 27 delas usaram placebo – rem�dio que n�o tinha nada, uma c�psula vazia. "Usamos a metodologia randomizado triplo-cego, placebo controlado. � uma experi�ncia em que nem a paciente, nem o pesquisador e nem o respons�vel pela pesquisa sabe quais foram as mulheres que receberam determinado medicamento. Somente quem distribuiu sabia. Cientificamente falando, � o estudo ideal", afirma Selmo.
Depois de um m�s, a art�ria central da retina delas voltou a ser analisada. Daquelas que tinham recebido uma c�psula vazia, o vaso arterial se manteve o mesmo, resistente e mais fechado. "J� naquelas que tinham tomado o horm�nio, a art�ria estava menos resistente, com dilata��o, e o fluxo de sangue tinha melhorado", conta Selmo, acrescentando que no organismo h� muitas subst�ncias que fazem relaxar ou endurecer as art�rias. "O �xido n�trico que age no m�sculos � o melhor para relaxar o vaso e o estrog�nio aumenta a quantidade dessa subst�ncia no organismo", explica. Na opini�o da autora da tese, Alice Melga�o, a comprova��o cl�nica aponta que o estrog�nio � um dilatador n�o s� da grande circula��o, mas das microart�rias.
NOVAS POSSIBILIDADES
A constata��o abre portas para outras possibilidades. "O estrog�nio melhora o calor das mulheres na menopausa, a pele, o cabelo e at� o apetite sexual. Saber que ele tamb�m � capaz de acentuar a circula��o no c�rebro pode ser a porta de entrada para a compreens�o da origem de doen�as como a enxaqueca, s�ndrome pr�-mestrual, perdas de fun��o cognitiva no climat�rio e at� patologias graves, como acidente vascular cerebral (AVC) e mal de Alzheimer", aponta Selmo, dizendo que, no ano passado, foi publicada em revista europeia disserta��o de mestrado, tamb�m orientada por ele, em que foi constatado, depois de avalia��o em 30 mulheres, que � no per�odo de ovula��o que a mulher produz mais estrog�nio.
Segundo explica Alice Melga�o, como o horm�nio se mostrou um bom dilatador, inclusive em art�rias menores, talvez possa melhorar aspectos cognitivos de outros �rg�os. "Mas n�o h� respaldo para falar sobre isso, temos ind�cios importantes. Essas outras constata��es podem ser um segundo passo para novas descobertas."