Bras�lia – N�o � de hoje que m�dicos afirmam que a alimenta��o � fundamental no tratamento da maioria das doen�as. A ingest�o de determinados nutrientes pode fazer toda a diferen�a no combate a enfermidades que atingem milh�es de pessoas no mundo todo. Recentemente, uma pesquisa desenvolvida por estudiosos do Hospital for Special Surgery de Nova York concluiu que baixos n�veis de vitamina D – ou calciferol – no sangue est�o relacionados � diminui��o da resposta de pacientes no tratamento da osteoporose.
Silenciosa e agressiva, a doen�a atinge uma em cada tr�s mulheres e um em cada cinco homens acima dos 50 anos. A doen�a afeta cerca de 75 milh�es de pessoas na Europa, no Jap�o e nos Estados Unidos, e no Brasil j� s�o mais de10 milh�es de pacientes. A popula��o de idosos � a que mais cresce no planeta e a que mais sofre com o mal, segundo a Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS).
De acordo com o estudo norte-americano, divulgado na 93ª reuni�o anual da Sociedade de Endocrinologia, em Boston, em junho, mulheres com baixa densidade �ssea s�o sete vezes mais suscet�veis a se beneficiar da medica��o utilizada para tratar a doen�a quando os n�veis de vitamina D est�o acima das recomenda��es do Institute of Medicine (IOM).
Em novembro, o IOM publicou recomenda��es atualizadas da ingest�o de suplementos de vitamina D e c�lcio. O relat�rio prop�e um consumo di�rio de 600 unidades internacionais (UI) da vitamina para a maioria dos adultos saud�veis. Segundo a institui��o, essa quantidade associada � ingest�o adequada de c�lcio � suficiente para atingir o n�vel ideal de vitamina D no sangue, que � de 20 nanogramas por mililitro (ng/ml).
Renova��o A pesquisa do Hospital for Special Surgery tratou 160 mulheres depois da menopausa que sofriam de osteoporose. A taxa de pacientes com n�vel de vitamina D no sangue correspondente ao indicado pela IOM — que n�o responderam � medica��o — foi de 77,8%. Essa porcentagem passou para 42,3% quando a concentra��o da vitamina era de 30 a 40ng/ml e para 24,6% quando o n�vel estava acima de 40ng/ml.

Ao longo da vida do indiv�duo, os ossos est�o em cont�nua renova��o, em que as partes velhas s�o reabsorvidas por c�lulas denominadas osteoclastos, que retiram o osso velho enquanto o novo � formado por c�lulas chamadas osteoblastos. Esse processo acontece normalmente por anos e a resist�ncia �ssea � sempre mantida pelo equil�brio da atividade das duas c�lulas, quando a substitui��o � completa.
Em um indiv�duo que sofre de osteoporose, os osteoclastos trabalham mais que os osteoblastos, fazendo com que muito osso seja retirado e pouco seja formado, acarretando a perda de densidade mineral �ssea. O esqueleto fica mais fr�gil e menos resistente com ossos porosos e suscept�veis a fraturas. Como a osteoporose � muito comum em idosos, quedas e acidentes s�o muito mais perigosos para indiv�duos em idade avan�ada.
Dieta
Embora a ingest�o de vitamina D seja fundamental para o tratamento de quem sofre de osteoporose, a nutricionista Joana Lucyk alerta para a import�ncia de uma dieta equilibrada com outros nutrientes. “Nem s� de vitamina D e c�lcio � feito o osso. Existem muitos nutrientes que auxiliam a entrada do c�lcio nos ossos, como o sil�cio, o magn�sio e a vitamina C”, explica.
Vegetais escuros, como espinafre, couve e br�colis, al�m de peixe e derivados do leite, s�o fontes de calciferol importantes, mas seu consumo n�o elimina a dieta balanceada como parte essencial da sa�de do organismo como um todo. Al�m disso, a nutricionista ressalta que ao contr�rio do que muita gente pensa, o sol por si s� n�o � fonte de calciferol. “A exposi��o solar ativa a fun��o hormonal da vitamina D e � essencial para a atividade do nutriente, que deve ser consumido normalmente pela ingest�o de alimentos.”
O resultado da pesquisa do Hospital for Special Surgery aponta uma dire��o para otimizar o tratamento da osteoporose, mas n�o significa uma sa�da imediata. Especialistas n�o recomendam a ingest�o de vitamina D em quantidades desreguladas. Weldson Muniz, ortopedista e professor da Faculdade de Sa�de da Universidade de Bras�lia (UnB), alerta para os perigos da hipervitaminose.
“Na medicina ocorre muito isso: voc� arruma uma coisa e bagun�a a outra. Sem d�vida, a vitamina D � importante para a sa�de dos ossos, mas em doses exageradas pode acarretar problemas”, pondera. Seu excesso resulta em calcifica��o de tecidos moles, n�useas, press�o alta, perda de apetite.insufici�ncia renal, fraqueza muscular e dores nas articula��es.
Dados preocupantes
Depois dos 50 anos, uma em cada tr�s mulheres e um em cada cinco homens apresentar�o uma fratura relacionada � osteoporose. Isso significa que cerca de 75% das fraturas de quadril nessa idade acontecem nas mulheres e 25%, nos homens. Numa mulher branca, a escala de risco para uma fratura de f�mur � de uma em seis, e para o diagn�stico de c�ncer de mama � de um em nove. Uma mulher de 50 anos de idade tem 2,8% de risco de morrer em consequ�ncia de complica��es de uma fratura de f�mur. Esse risco � equivalente ao de morrer por c�ncer de mama e quatro vezes maior que o de morrer por c�ncer de endom�trio.