
Ele n�o � necessariamente a origem das manchas, mas os raios solares interferem em todas elas e por isso a preven��o � baseada em se adotar, diariamente e corretamente, o h�bito da prote��o solar, sejam manchas claras (hipocr�micas) ou escuras (hipercr�micas). Mesmo na esta��o que acaba de chegar, o outono, � recomend�vel cuidar da exposi��o da pele.
Segundo Jackson Machado Pinto, chefe da cl�nica dermatol�gica da Santa Casa de Belo Horizonte e da Faculdade de Ci�ncias M�dicas de Minas Gerais, esses s�o os dois tipos b�sicos de mancha: aquelas em que h� menos pigmento que o normal e aquelas em que h� mais pigmento que o necess�rio As escuras s�o mais comuns. O excesso de pigmento geralmente � algo do pr�prio organismo – ou excesso de melanina, pigmento que d� cor � pele, ou de hemossiderina, pigmento derramado toda vez que uma c�lula do sangue se rompe. Pode ainda ser algo externo, caso da tatuagem, considerada uma mancha hipercr�mica.
Em sua maioria, as manchas resultam da hiperatividade dos melan�citos, as c�lulas que produzem a melanina, a um est�mulo da radia��o ultravioleta. Um dos casos � o melasma (veja abaixo), quando essa atividade excessiva das c�lulas � desencadeada pelo horm�nio estimulante de melan�citos, o MSH. � por esse motivo que o melasma � muito associado a casos de gravidez e uso de anticoncepcional, al�m de ter um componente gen�tico. Esse �ltimo determina que a pessoa j� nas�a com melan�citos que v�o produzir mais melanina que o normal. Pardos e morenos t�m tend�ncia maior a desenvolver a doen�a.
H� tamb�m manchas escuras em que a hiperatividade dos melan�citos � causada por uma sensibilidade localizada � radia��o, sem qualquer est�mulo hormonal. Essas s�o as melanoses solares, popularmente conhecidas como mancha senil, embora n�o tenham essa rela��o direta. � o tempo de exposi��o ao sol que determina a apari��o das manchas. Logo, os mais velhos, que tomaram sol h� mais tempo, se tornam mais sucet�veis, assim como as pessoas mais claras. As sardas escuras s�o suas parentes pr�ximas.
Outro tipo de mancha escura � a hipercromia ou hiperpigmenta��o p�s-inflamat�ria. � aquela mancha escura que fica na pele depois de uma espinha, machucado, queimadura, picada de inseto, peeling e outros tipos de trauma. Nesse caso, o melan�cito � danificado pelo traumatismo ou pela inflama��o, que podem levar ao aumento da produ��o de pigmento, mas tamb�m � sua diminui��o. Nesse �ltimo caso, trata-se de uma hipocromia p�s-inflamat�ria, j� um caso de mancha clara, a que vem logo depois de um machucado. “Quando ocorre um machucado o local atingido fica branco. J� as cicatrizes podem ficar claras ou escuras, dependendo da predisposi��o”, explica Jackson Machado.
Outra m�cula clara � a antigamente chamada mancha de verme, que geralmente aparece nas �reas expostas ao sol em decorr�ncia do ressecamento da pele. A leucodermia pontuada, tamb�m chamada de sarda branca, � caracterizada por manchas claras e pontuais mais comuns nas pernas e bra�os de pessoas que tiveram exposi��o solar intensa e prolongada por toda a vida. S�o resultado de uma menor atividade do melan�cito por causa do envelhecimento da c�lula. H� ainda casos de perda de capacidade do melan�cito de produzir a melanina, o que caracteriza o vitiligo, uma doen�a autoimune.
Tratamentos t�m evolu�do
O tratamento de manchas evoluiu muito com o advento do laser mas nem sempre � 100% eficiente. Segundo Ana Cl�udia de Brito Soares, membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Se��o Minas Gerais, algumas s�o mais f�ceis de tratar, como a pitir�ase versicolor, uma micose superficial que leva a manchas avermelhadas ou acastanhadas. Outras, como o melasma, podem no m�ximo ser suavizadas. “O melasma tem tratamento mas n�o tem cura. A pessoa n�o vai ficar sem a mancha, mas ficar� pouco vis�vel, podendo voltar com a exposi��o ao sol. Por isso a preven��o � o filtro solar. Com a oferta de filtros com base de maquiagem e p� compacto, ficou mais f�cil. A mulher retoca a maquiagem e o filtro ao mesmo tempo”, sugere. Os homens tamb�m devem usar os produtos, facilmente encontrados em farm�cias e supermercados.
H� outras op��es para combater as manchas, como medicamentos � base de subst�ncias despigmentantes. “O padr�o ouro de tratamento � a hidroquinona, a mais eficaz, mas existem outros despigmentantes que podem substitu�-la ou ser usado de forma combinada.” O peeling – nunca m�dio ou profundo, para evitar queimaduras muito grandes e uma piora da mancha – � outro recurso e ajuda na absor��o da medica��o. J� o laser merece muito cuidado. “Ele estimula a produ��o de pigmento se a queimadura for muito intensa”, diz Ana Cl�udia.
No caso da mancha escura decorrente de um processo inflamat�rio, depois de ficar clara e escura tende a voltar ao normal em at� dois meses. Se isso n�o ocorrer, � hora de procurar o dermatologista. Mas o mais importante � evitar o processo inflamat�rio. N�o adianta, por exemplo, tratar manchas de acne e continuar tendo as les�es. � preciso tratar a condi��o inflamat�ria para depois entrar com algumas subst�ncias como o �cido retin�ico, que clareiam a pele.
As manchas brancas s�o mais dif�ceis de tratar, j� que n�o existe medica��o para estimular a pigmenta��o. Uma op��o � recorrer � fototerapia, a exposi��o a radia��o ultravioleta A ou B em doses controladas, tratamento mais usado para a hipocromia p�s-inflamat�ria e vitiligo, al�m do laser.