(none) || (none)
Publicidade

Estado de Minas

T�cnica prev� infarto duas semanas antes

Americanos descobrem forma de detectar, at� duas semanas antes, imin�ncia de um infarto


postado em 23/03/2012 06:00 / atualizado em 23/03/2012 09:54

Clique para entender como ocorre o infarto do miocárdio
Clique para entender como ocorre o infarto do mioc�rdio
Forte dor no peito, suor frio, falta de ar e azia. Diante desses sintomas, muitas pessoas correm para o pronto-socorro temendo sofrer um infarto. As avalia��es de praxe, como eletrocardiograma e aferi��o da press�o sangu�nea, por�m, n�o indicam nada de anormal. O paciente vai para casa e, poucos dias depois, pode morrer. H� ainda aqueles que s�o pegos de surpresa: uma em cada tr�s v�timas do problema sequer apresenta sintomas. Fatores como esses fazem com que m�dicos e cientistas busquem sinais mais claros, que permitam identificar com anteced�ncia a imin�ncia de um ataque card�aco.

Foi o que conseguiu uma equipe de pesquisadores de tr�s institui��es americanas. Eles desenvolveram uma metodologia que prev� a ocorr�ncia do infarto com at� duas semanas de anteced�ncia. Samir Damani, cientista do Scripps Translational Science Institute, na Calif�rnia, afirma que, apesar dos avan�os recentes nos exames que identificam e removem placas de gordura nas art�rias, a medicina precisa “desesperadamente de um m�todo capaz de prever e impedir” a ocorr�ncia de um infarto. “Conhecemos bem os fatores de risco, como press�o alta, diabetes e tabagismo, por exemplo. Ocorre que esses fatores s�o importantes para duas coisas: prevenir e tratar doen�as coronarianas. Apenas saber que placas de gordura podem matar o m�sculo card�aco n�o � o suficiente para impedir a ocorr�ncia de um infarto. Precisamos com urg�ncia de uma nova abordagem cl�nica”, justifica.

De acordo com Damani, n�o � dif�cil que um indiv�duo se saia bem nos exames tradicionais e, dias ou semanas depois, morra subitamente. “Ao fazer a aut�psia, voc� descobre que a causa do �bito foi a ruptura de placas que entopem a art�ria coronariana. Ainda tem um fato que pode parecer surpreendente: estudos j� mostraram que at� 50% das pessoas que sofrem um infarto agudo do mioc�rdio n�o se encaixam nos tradicionais fatores de risco de doen�as coronarianas. � por isso que um biomarcador, seja uma prote�na, um �cido nucleico ou uma c�lula at�pica na corrente sangu�nea, pode nos levar a um diagn�stico bem mais preciso”, explica.

A equipe coordenada por Damani apostou em um tipo de c�lula pouco comum, que reveste o interior das paredes dos vasos sangu�neos. N�o � normal que as c�lulas endoteliais circulem no sangue e j� se sugeriu anteriormente que o ac�mulo dessas estruturas poderia estar ligado ao risco de infarto. “As c�lulas endoteliais circulantes progenitoras, aquelas que dar�o origem �s c�lulas endoteliais, podem ser um indicativo da sa�de cardiovascular como um todo”, afirma Arshed Quyyumi, professor de medicina na Universidade de Emory, que n�o participou do estudo.

Ele explica que essas c�lulas s�o importantes para o fluxo normal do sangue no organismo. “Em doen�as como aterosclerose, a camada endotelial, que reveste os vasos sangu�neos, fica danificada. Os vasos, ent�o, n�o conseguem funcionar de maneira eficiente. Para reparar o tecido, a medula �ssea come�a a gerar mais c�lulas endoteliais progenitoras, que circulam pela corrente sangu�nea”, esclarece. � por isso que uma contagem anormal dessas estruturas significa que algo n�o vai bem no cora��o. Assim como o excesso de leuc�citos sinaliza uma infec��o, col�nias de c�lulas endoteliais progenitoras no sangue indicam les�es cardiovasculares.

O problema, argumenta Samir Damani, � que a an�lise dessas c�lulas na corrente sangu�nea ainda n�o foi incorporada � rotina cl�nica. “Isso pode evitar muitas mortes. S� nos Estados Unidos, 2,5 milh�es de pessoas infartam por ano. Muitas delas n�o resistem”, constata. Estat�sticas da Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS) mostram que as doen�as cardiovasculares s�o a principal causa de �bitos em todo o planeta. “N�o precisa ser assim. N�s, m�dicos, sabemos como evitar um infarto. O que temos que saber, agora, � quando ele pretende aparecer para, assim, agirmos com rapidez e efic�cia.”

Amostras de sangue

No estudo liderado por Damani, foram retiradas amostras de sangue de 44 indiv�duos saud�veis, com idades entre 22 e 34 anos. O exame foi refeito dois meses depois. Gra�as a uma tecnologia avan�ada, os pesquisadores conseguiram isolar todas as c�lulas contidas na corrente sangu�nea, mesmo as mais raras. Assim, chegaram � contagem das endoteliais progenitoras, que se mostraram pouqu�ssimas. Um exame de imagem mostrou a apar�ncia dessas estruturas, que s�o homog�neas, com formato alongado. Outras 50 pessoas participaram do teste. Essas, na faixa dos 39 aos 80 anos, haviam sido v�timas de infarto agudo do mioc�rdio. O mesmo procedimento foi realizado. O resultado, por�m, foi bastante diferente. Al�m da contagem maior das c�lulas – at� 19,4 por mililitro de sangue e, em alguns casos, 400 vezes maior, comparando-se ao grupo saud�vel –, o formato das estruturas estava danificado.

“Todas essas caracter�sticas fazem com que esse seja um excelente biomarcador para o risco de um infarto”, afirma Damani. De acordo com ele, em at� dois anos a t�cnica estar� dispon�vel para ser aplicada em prontos-socorros. “Quando um paciente chegar ao hospital, poderemos prever, pela quantidade e morfologia das c�lulas, o risco de ele infartar. Com isso, teremos tempo suficiente n�o de tentar consertar os estragos, mas de impedir que isso ocorra”, afirma.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)