PARIS - Cientistas anunciaram nesta ter�a-feira ter identificado os genes mais atuantes na esquizofrenia, uma descoberta revolucion�ria que, afirmam, vai melhorar o diagn�stico e o tratamento desta doen�a mental debilitante.
Em um estudo que envolveu informa��o gen�tica de milhares de pacientes com esquizofrenia, bem como de um grupo de controle saud�vel, os cientistas disseram ter identificado centenas de genes capazes de apontar quem corre mais riscos de desenvolver a doen�a.
"Quebramos o c�digo gen�tico da esquizofrenia, identificando muitos dos genes envolvidos e como eles funcionam juntos para provocar a doen�a", declarou � AFP o autor do estudo, Alexander Niculescu, da Escola de Medicina da Universidade de Indiana, em Indian�polis.
"Entendendo melhor a base gen�tica e biol�gica da doen�a, podemos desenvolver testes e tratamentos melhores", acrescentou.
Tais testes poderiam ser usados para determinar se crian�as em fam�lias com caso de esquizofrenia correriam riscos de desenvolver a doen�a, explicou Niculescu.
"Se forem determinados como em risco elevado, ent�o seriam acompanhados mais de perto pelos m�dicos, aconselhados a evitar estresse, �lcool e drogas, tratados com terapia, suplementos nutricionais (como c�psulas de �leo de peixe com �mega-3) e inclusive com ingest�o precoce de medicamentos anti-psicotr�picos para evitar o desenvolvimento completo da doen�a", acrescentou.
As descobertas foram publicadas no peri�dico Molecular Psychiatry, da revista cient�fica Nature.
Pacientes com esquizofrenia costumam ouvir vozes que n�o s�o reais, tendem � paranoia e a sofrer de discurso e pensamento desordenados. Acredita-se que a doen�a afete uma em cada 100 pessoas.
Niculescu explicou que ap�s identificar os genes relacionados com a esquizofrenia, a equipe de pesquisas testou suas descobertas em outros pacientes fora do grupo de estudos "para mostrar que os resultados seriam reproduz�veis e t�m habilidade previs�vel".
Estudos gen�ticos sobre psiquiatria costumam gerar uma excita��o inicial, afirmou, "mas depois n�o s�o reproduzidos em popula��es independentes, que s�o a prova mais importante de que uma descoberta � s�lida e real".
A equipe tamb�m usou dados cerebrais de camundongos que tomaram medicamentos que imitavam a esquizofrenia.
"Alguns genes e mecanismos biol�gicos que identificamos podem ser usados para o desenvolvimento de um novo rem�dio", disse Niculescu.
Eles tamb�m podem ser usados para redirecionar drogas normalmente usadas para tratar outros dist�rbios.
Niculescu refor�ou que "genes n�o s�o destino".
"O ambiente tamb�m desempenha um papel. Os genes que identificamos atuam na conectividade cerebral, portanto podem ocasionar mais criatividade em alguns indiv�duos ou doen�a cl�nica em outros, dependendo se h� um excesso destas muta��es gen�ticas na combina��o errada e um ambiente estressante", acrescentou.