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Estado de Minas

Impulsividade pode levar adolescentes �s drogas

Desejo de adolescentes por subst�ncias il�citas � explicado por funcionamento distinto do c�rebro. Em alguns jovens, o �rg�o tem inclina��o para o consumo


postado em 22/05/2012 09:05 / atualizado em 22/05/2012 09:11

Estudiosos tentaram descobrir a razão pela qual algumas pessoas têm vontade de usar drogas no começo da adolescência e outras não. Clique e entenda
Estudiosos tentaram descobrir a raz�o pela qual algumas pessoas t�m vontade de usar drogas no come�o da adolesc�ncia e outras n�o. Clique e entenda
A adolesc�ncia � conhecida como uma fase de comportamentos imprevis�veis. A vontade de pertencer a um grupo tamb�m caracteriza o per�odo, o que pode levar gente de pouca idade a experimentar drogas il�citas. As escolhas de momento, no entanto, podem ter efeitos duradouros. Um estudo feito pela Universidade de Vermont, nos Estados Unidos, e publicado em edi��o recente da revista Nature Neuroscience descobriu que o desejo por subst�ncias que alteram a percep��o da realidade pode estar ligado a redes cerebrais espec�ficas. Os cientistas afirmam ainda que, diferentemente do que se acreditava, os sintomas de transtorno do d�ficit de aten��o com hiperatividade (TDAH) n�o est�o relacionados ao uso de entorpecentes no come�o da adolesc�ncia.

Segundo Robert Whelan, psiquiatra da Universidade de Vermont que conduziu a pesquisa, o objetivo principal foi compreender o que leva alguns adolescentes a consumir drogas. Para isso, ele e sua equipe estudaram 1.896 jovens de 14 anos e focaram as an�lises em comportamentos impulsivos. Os volunt�rios foram instru�dos a apertar um bot�o. Em um dado momento, os m�dicos davam a ordem para que parassem abruptamente com a atividade. Por meio de exames de resson�ncia magn�tica, os cientistas conclu�ram que os adolescentes capazes de deter o impulso de pressionar o bot�o tinham maior controle inibit�rio. Neles, sete redes cerebrais foram ativadas para que o comportamento fosse interrompido.

Em contrapartida, os m�dicos observaram que os jovens com atividade diminu�da em uma rede cerebral que envolve o c�rtex orbitofrontal – regi�o associada � experimenta��o de �lcool, do tabaco e de drogas il�citas – tendiam a usar drogas mais cedo. “Descobrimos que diferentes tipos de impulsividade, tais como as associadas ao uso de drogas, ao TDAH e � habilidade de cumprir a tarefa que impomos, s�o produzidas por diferentes regi�es do c�rebro”, frisa Whelan, em entrevista ao Estado de Minas. “Isso sugere que a impulsividade n�o � uma constru��o �nica.”

Atualmente, segundo Whelan, as alternativas para tratar a impulsividade envolvem rem�dios como a ritalina, usada em pacientes com TDAH, e pr�ticas que auxiliam os jovens a treinar o autocontrole. Ele frisa que um controle inibit�rio deficiente � um fator de risco para a experimenta��o de subst�ncias perigosas na adolesc�ncia, que, por sua vez, se correlaciona com abuso de subst�ncias no fim da fase e na idade adulta. “Impulsividade � tamb�m uma caracter�stica de desordens cl�nicas, tais como o TDAH.”

Segundo o psiquiatra, o aprimoramento de testes t�cnicos para avaliar a exist�ncia dessa predisposi��o cerebral pode ser usado para delimitar biomarcadores que indicariam o uso de drogas em potencial. Os resultados, contudo, n�o querem dizer que pessoas com TDAH n�o possam se envolver com subst�ncias psicotr�picas. “Cerca de 40% dos casos de TDAH tendem a ser com�rbidos como os de transtorno de conduta, que est� relacionado ao uso de drogas”, frisa Whelan. “Al�m disso, nossos participantes tinham 14 anos. H� evid�ncias de que o uso de drogas tem grandes chances de aparecer nos pr�ximos anos da adolesc�ncia ou no in�cio da vida adulta.”

AVAN�OS
Thiago Gatti Pianca, psiquiatra do Hospital de Cl�nicas de Porto Alegre e especialista em psiquiatria da inf�ncia e da adolesc�ncia, diz que o grande n�mero de adolescentes observados na pesquisa norte-americana trar� avan�os no entendimento do desenvolvimento do c�rebro. Mesmo com os resultados do estudo, por�m, o m�dico diz que n�o � poss�vel afirmar se a �rea cerebral analisada j� estava alterada antes do uso de drogas ou se foi modificada pelo consumo de entorpecentes – o que poderia influenciar no comportamento posterior de busca pelas subst�ncias. “� poss�vel que ambas as hip�teses estejam ocorrendo ao mesmo tempo e se influenciando mutuamente”, ressalta.

Uma vez que o c�rebro dos adolescentes ainda est� em forma��o, Pianca diz que h� algumas pesquisas que buscam encontrar tipos de interven��o para agirem preventivamente e “consertar” a falha cognitiva. Entre os m�todos est�o treinamentos, programas curriculares e at� mesmo a pr�tica de exerc�cios f�sicos.

Psiquiatra e membro da Sociedade Brasileira de Psiquiatria, Fernando Portela C�mara chama a aten��o para outro ponto do estudo: al�m de depender de redes neurais de localiza��o cortical e subcortical envolvidas no controle da inibi��o do impulso, o comportamento impulsivo pode ser um fator gen�tico. “Ele pode estar associado a um gene implicado no transporte de norepinefrina, um neurotransmissor estimulante”, justifica. Para ele, a novidade do estudo est� em localizar os principais fatores envolvidos em um assunto que j� vem sendo debatido na medicina.

Por ser um d�ficit neurobiol�gico e/ou gen�tico, a impulsividade naturalmente se manifesta durante a fase do desenvolvimento neurops�quico, diz o m�dico. “Por isso, � vista precocemente em crian�as e adolescentes”, completa C�mara. Luciana Nerung, tamb�m psiquiatra e colaboradora da Associa��o de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, diz que outros problemas ps�quicos podem influenciar na busca por subst�ncias il�citas.

“Um adolescente que come�a a usar drogas pode j� ter problemas anteriores, como timidez ou fobia social”, enumera. “Eles buscam na droga o tratamento para um problema e acabam com dois.” Como ainda n�o existem exames espec�ficos para determinar quais adolescentes v�o usar drogas e quais se “manter�o limpos”, o conselho da m�dica para pais e respons�veis � prestar aten��o nos filhos. “Os pais devem ficar atentos �s evid�ncias f�sicas, como olhos congestionados e cheiro de bebida ou cigarro”, conclui.

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