
A queda na produ��o da testosterona ocorre, em geral, a partir dos 40 anos, com perda entre 1% e 2% do horm�nio total dispon�vel por ano. Muitas vezes, os sintomas s�o confundidos com estresse profissional ou pessoal. Cerca de 20% dos homens apresentam esse problema. Quando notar que algo n�o vai bem, deve procurar um m�dico o quanto antes, pois, assim, pode se tratar e evitar perda de qualidade de vida. � muito comum encontrar pacientes infelizes com o quadro provocado pela DAEM.
Os sintomas n�o necessariamente aparecem todos juntos e a intensidade pode variar. A queda nos n�veis de testosterona, a longo prazo, pode estar associada ao desenvolvimento de n�veis anormais de colesterol e � s�ndrome metab�lica, o que aumenta inevitavelmente a probabilidade de manifesta��o de doen�a card�aca, acidente vascular cerebral e ataque card�aco.
Como tratar
O tratamento se d� com a reposi��o do horm�nio. "O �nico princ�pio ativo por via oral que considero seguro � o undecilato de testosterona, mas ele n�o � vendido no Brasil. A mesterolona e outros dispon�veis no mercado n�o devem ser usados, pois s�o t�xicos para o f�gado", afirma Eduardo Bertero, urologista especialista em disfun��o social. "O problema do comprimido � que n�o temos a certeza de que o paciente vai absorver a quantidade que prescrevemos. O organismo de cada um tem diferentes taxas de absor��o. Al�m disso, s�o necess�rios muitos comprimidos ao dia, de seis a oito, o que tamb�m onera o tratamento", pondera o m�dico.
H� adesivos subcut�neos e gel que precisam ser importados. Algumas farm�cias de manipula��o oferecem o gel e outra op��o s�o as vers�es injet�veis. H� uma de curta dura��o, que o paciente recebe doses a cada duas ou tr�s semanas. Mas essa modalidade tem um importante inconveniente: ela ocasiona picos supra e subfisiol�gicos. Ou seja, quando recebe a inje��o, os n�veis de testosterona v�o acima do normal e chega a picos de 1,6 mil nanogramas por decilitro de sangue (ng/dl), quando o m�ximo s�o 800ng/dl. E entre sete e 12 dias cai para 200ng/dl. Essa varia��o n�o � boa para o organismo", comenta o urologista.
A outra op��o, e preferida de Eduardo Bertero, � a inje��o de longa dura��o. "O medicamento � administrado em aplica��es trimestrais, via inje��o intramuscular. Seu mecanismo de a��o libera gradualmente o horm�nio, mantendo os n�veis de testosterona normais por mais tempo", relata. Cada aplica��o custa cerca de R$ 300.
Curiosidades
- Os termos andropausa ou menopausa masculina s�o frequentemente usados para definir o dist�rbio androg�nico do envelhecimento masculino (Daem). Mas s�o inapropriados e biologicamente incorretos, j� que o decr�scimo da produ��o de testosterona n�o � um fen�meno isolado, ocorrendo em conjunto com outras altera��es fisiol�gicas relevantes. Al�m disso, o decl�nio hormonal da mulher � bem mais acentuado e h� fal�ncia funcional dos ov�rios, o que n�o ocorre com os test�culos.
- Estudo cl�nico alem�o divulgado em 2008 com 117 pacientes diagnosticados com o dist�rbio e acompanhados durante 15 meses revelou queda na taxa m�dia da prote�na C-reativa de 3,5 para 2 miligramas por decilitro de sangue depois de realizarem terapia hormonal com undecilato de testosterona. A normaliza��o dos n�veis hormonais se mostrou ben�fica, j� que a prote�na C-reativa favorece o desencadeamento de um processo inflamat�rio ligado ao aumento do risco cardiovascular.
- Diferentes estudos t�m evidenciado que a queda das taxas de testosterona n�o est� relacionada isoladamente ao avan�o da idade. Essa diminui��o est� ligada a males cr�nicos, especialmente aqueles que representam alto risco para o desenvolvimento de doen�as metab�licas e cardiovasculares: diabetes tipo 2, obesidade, hipertens�o e dislipidemia (colesterol alto).
- Aproximadamente, 20% dos homens com idade entre 60 e 80 anos e mais de 35% daqueles com mais de 80 anos apresentar�o sintomas da baixa hormonal.
- A diminui��o no consumo dos a��cares, o equil�brio entre os lip�dios ingeridos, controle do peso, exerc�cios f�sicos regulares e o monitoramento dos �ndices hormonais, com ou sem a reposi��o, contribuem para o restabelecimento de um padr�o de vida. V�rios alimentos auxiliam e equilibram a produ��o dos horm�nios e aumentam a resist�ncia imunol�gica. Portanto, � preciso aten��o aos h�bitos alimentares, mas, no geral, n�o existe uma dieta �nica para todos, pois cada indiv�duo tem necessidades espec�ficas.
- H� uma oscila��o natural nos n�veis de testosterona no organismo. Por isso, o ideal � sempre, ao buscar fechar o diagn�stico, fazer dois exames intervalados para medir os n�veis do horm�nio. H� de se verificar, ainda, o n�vel da testosterona livre, pois os n�veis de testosterona total podem estar na faixa normal e a testosterona livre em baixa. Isto ocorre porque, com a idade, h� uma eleva��o da prote�na ligadora dos esteroides sexuais (SHBG), que imobiliza o horm�nio masculino e n�o permite sua a��o nos tecidos. Somente de 2% a 3% da testosterona plasm�tica � livre de liga��o proteica.
Personagem a not�cia
Qualidade de vida resgatada - Jos� Silva (nome fict�cio)
Aos 52 anos, o mineiro Jos� Silva (nome fict�cio) faz tratamento h� dois e diz que recuperou sua qualidade de vida. "Estava com muita gordura abdominal, pouco apetite sexual e motiva��o. Sentindo coisas que nunca senti e com frequentes les�es musculares. Foi dif�cil descobrir que se tratava do dist�rbio androg�nico do envelhecimento masculino. Quando comecei o tratamento, todos esses sintomas foram melhorando. Foi um espet�culo. Voltei a me sentir muito bem. Fico pensando em quantos homens n�o sabem que t�m a doen�a e ficam tristes, deprimidos, sendo que poderiam reaver sua qualidade de vida, a sa�de f�sica, mental e at� de um relacionamento", enfatiza.
Reposi��o precisa de controle regular
Os pacientes que se submetem � terapia de reposi��o hormonal (TRH) t�m que fazer controle regularmente. Devem retornar ao m�dico a cada seis ou nove meses. “Os efeitos colaterais mais comuns s�o incha�o das pernas e aumento na produ��o de gl�bulos vermelhos. O que demanda a suspens�o do tratamento. Mas s�o muito raros. Em caso de suspeita de c�ncer de pr�stata, a reposi��o hormonal tamb�m n�o deve ser feita. Mas est� liberada para pacientes que tiveram o c�ncer e j� est�o curados”, explica Bertero.
A defici�ncia de testosterona n�o tratada pode causar osteoporose. O que � agravado pelo fato de que a defici�ncia hormonal tamb�m leva ao enfraquecimento dos m�sculos, que sustentam o esqueleto. O perigo de fraturas � particularmente maior entre os homens que apresentam outros fatores de risco de osteoporose. Os homens precisam estar atentos, pois algumas doen�as e o pr�prio envelhecimento mimetizam os sinais da DAEM.
Entre tantos sinais e sintomas da DAEM, um dos maiores � a aus�ncia de ere��es espont�neas pela manh�. Como a produ��o de espermatozoides � controlada pela testosterona, a infertilidade tamb�m pode ser um dos sinais. Naqueles que apresentam maior produ��o de gl�bulos vermelhos (hem�cias), a anemia pode ser um ind�cio.