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Estado de Minas

Trabalhador pode evitar doen�as de coluna levantando peso de acordo com sua capacidade


postado em 30/07/2012 14:43

Bras�lia – As doen�as de coluna correspondem a cerca de 30 casos de aposentadorias para cada grupo de 100 mil benefici�rios da Previd�ncia Social, al�m de estar entre as principais causas de licen�as m�dicas. A maioria dos afetados � de homens, principalmente de idade mais avan�ada. A forma de levantar um peso e a massa do trabalhador com rela��o � do objeto devem ser observadas para se evitar danos � coluna.

Enquanto alguns ortopedistas recomendam que uma pessoa deve levantar no m�ximo o equivalente a 50% do seu peso, outros preferem uma recomenda��o menos gen�rica, que individualize a capacidade do ser humano para carregar determinado peso, de acordo com as suas condi��es f�sicas e da sa�de em geral. H� pondera��o, nessas recomenda��es, no que se refere �s mulheres, pois normalmente s�o tidas como menos fisiologicamente formadas para tarefas pesadas.

A Consolida��o das Leis do Trabalho (CLT) estabelece que o trabalhador pode carregar at� 60 quilogramas (kg), mas em n�vel internacional a Niosh (National Institute for Ocupational Safety and Health), �rg�o internacional que fixa normas para a quest�o, determina o limite de 25 kg no exerc�cio das tarefas laborais. Esse � o crit�rio seguido nos pa�ses europeus.

Projeto de lei (PL 5.746/05) que foi aprovado no Senado e encaminhado para a C�mara dos Deputados reduz de 60 kg para 30 kg a carga m�xima que um trabalhador pode carregar individualmente, alterando o artigo 198 da CLT que trata desse limite. Os 60 kg fixados na legisla��o brasileira foram adotados h� mais de um s�culo.

A Associa��o Brasileira de Normas T�cnicas (ABNT) e o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) n�o fixam patamares para os equipamentos em fun��o da for�a f�sica do trabalhador. A explica��o das assessorias de imprensa dos dois �rg�os � de que as comiss�es internas de preven��o a acidentes de trabalho das empresas "cuidam dessas quest�es de interesse dos empregados".

A Norma T�cnica 17, do Minist�rio do Trabalho e Emprego, que trata de ergonomia, estabelece que todos os equipamentos colocados � disposi��o do trabalhador devem estar adequados �s caracter�sticas psicofisiol�gicas destes e � natureza do trabalho a ser executado. O uso de equipamento mec�nico de a��o manual para levantamento de material "deve ser executado de forma que o esfor�o f�sico seja compat�vel com a capacidade de for�a e n�o comprometa a sa�de ou a seguran�a" de quem o executa.

O presidente da Associa��o Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt), Carlos Campos, que � m�dico e ergonomista, opina que "h� um conjunto de condi��es que precisam ser observadas" para se avaliar o peso que uma pessoa deve carregar "sem prejudicar a sa�de".

Isso inclui, conforme explica o m�dico, uma s�rie de situa��es ligadas �s condi��es da pessoa e ao tipo da carga: o tempo que vai ser empregado para o seu deslocamento; o esfor�o que vai ser feito para retir�-la de onde est� colocada, e a forma com que ela vai ser conduzida pelas m�os, al�m da observ�ncia de detalhes sobre a manipula��o com o aux�lio de equipamentos.

Al�m disso, diz Carlos Campos, "tudo vai depender onde est� o peso, se est� no solo, a que dist�ncia do corpo de quem vai carregar, quanto se vai ter que encurvar a coluna para peg�-lo”. Segundo ele, “quanto mais perto do corpo o peso estiver, tanto melhor ser� para o conforto de quem vai transport�-lo". Para o especialista, � preciso levar em conta tamb�m quanto tempo levar� a tarefa e com que frequ�ncia ser� executada ao longo do dia.

O pedreiro Natalino Souza (50 anos) diz que "quem mexe com constru��o tem que ser ‘pau pra toda obra’". Ele recomenda que se deve ter "t�cnica para cuidar de peso”. Segundo explica, "se um saco de cimento [que tem 50 kg] � pesado para uma pessoa, ela deve cort�-lo no meio com a enxada e assim pegar 25 quilos de cada vez”.

Natalino recomenda tamb�m que o trabalhador sempre se agache para pegar um objeto pesado. No caso da caixa de cer�mica, peso tamb�m comum �s suas atividades, “da mesma forma que o cimento, o melhor � que ela n�o esteja no ch�o, para n�o precisar encurvar o corpo na hora de transportar".

Ant�nio Geraldo Barbosa (53 anos), que transporta mudan�as, diz que n�o enfrenta problema de coluna - "cr�nico, pelo menos" - mas que tem duas h�rnias inguinais. "Enquanto puder, vou continuar trabalhando. Escolho ajudantes mais pela habilidade do que pela idade, e que tenham a mesma for�a minha. O cuidado deve ser na forma de carregar [o peso], porque, para subir ou descer uma escada, por exemplo, n�o se pode deixar o m�vel escorregar ou cair, para n�o estrag�-lo".

Para Deocleciano Siqueira da Silva (47 anos), que trabalha com madeira h� 12 anos, "quando o peso � muito grande, o melhor � utilizar a ajuda de algum equipamento mec�nico". Ele mostrou pe�as de madeira em um armaz�m no Setor de Ind�strias e Abastecimento (SIA) que, segundo calcula, "devem pesar em torno de 250 quilos” e que s� podem ser transportadas por tr�s pessoas. Ele disse que conhece muita gente que j� mudou de profiss�o "para n�o ter que pegar nada pesado".

O trabalhador Francisco de Assis (45 anos) transporta mercadorias na Central de Abastecimento do Distrito Federal (Ceasa) e diz que em geral s�o embalagens que pesam em torno de 20 quilos. Devido ao peso, diz que "n�o h� nenhum problema" em coloc�-las no caminh�o. O aposentado Clarindo Flor�ncio Santos (67 anos) faz trabalho aut�nomo no local e diz que evita levantar botij�o de g�s ou garraf�o de �gua. "N�o sinto dor porque me previno e aqui uso carrinho para levar embalagens do caminh�o at� os boxes da Ceasa".

 


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