WASHINGTON - A liberdade na internet sofreu retrocessos em muitos pa�ses, com destaque para Ir�, Cuba e China, mas tamb�m fez alguns avan�os no Brasil, em na��es sacudidas pelas revoltas da Primavera �rabe e em meio � instabilidade pol�tica, revelou um estudo publicado nos Estados Unidos.
O Brasil aparece com o status de pa�s "livre" no uso da web na pesquisa do grupo Freedom House, com destaque para "ganhos significativos na expans�o do acesso � internet e do uso de telefones celulares nos �ltimos anos" e para um aumento not�vel de "atividade social e participa��o c�vica na internet".
Mesmo com a ressalva de que o pa�s "continua a enfrentar baixa penetra��o na internet e exclus�o digital devido a problemas de infraestrutura, desigualdade social e baixa educa��o, entre outras raz�es", a pesquisa, que abrange o per�odo de janeiro de 2011 a maio de 2012, destaca que "o governo federal tem executado algumas pol�ticas nos �ltimos anos para remediar" estes problemas.
No entanto, apesar de ter uma enorme popula��o de usu�rios da internet, o pa�s "ainda est� atr�s de muitos pa�ses em desenvolvimento em termos de penetra��o relativa da internet, com 45% da popula��o com acesso � web em 2011", lamenta.
Em termos gerais, o relat�rio da pesquisa apontou que 20 pa�ses "experimentaram uma trajet�ria negativa desde janeiro de 2011", uma vez que as autoridades usam controles mais sofisticados para sufocar a dissid�ncia na internet.
"Os resultados mostram claramente que as amea�as � liberdade na internet s�o cada vez mais diversas", afirmou Sanja Kelly, diretora da Freedom House e co-autora do informe publicado na segunda-feira.
"� medida que os governantes autorit�rios veem que o bloqueio de sites na internet e as deten��es de alto perfil geram condena��es locais e internacionais, recorrem a m�todos mais obscuros, mas n�o menos perigosos, para controlar as conversas online", acrescentou.
O estudo revelou que a Est�nia � o pa�s com maior n�vel de liberdade online entre os 47 analisados, enquanto os Estados Unidos ocupam o segundo lugar.
Ir�, Cuba e China tiveram as pontua��es mais baixas e outros 10 pa�ses receberam a qualifica��o de "n�o livres": Belarus, Ar�bia Saudita, Uzbequist�o, Paquist�o, Tail�ndia, Vietn�, Mianmar, Eti�pia, Bahrein e S�ria.
Os piores decl�nios, segundo o informe, foram identificados em Bahrein, Egito e Jord�nia, o que reflete "uma intensifica��o da censura, das pris�es e da viol�ncia contra blogueiros".
O relat�rio aponta que a liberdade online tamb�m sofreu reveses no M�xico, "no contexto das crescentes amea�as de viol�ncia do crime organizado" e na Eti�pia, "o que possivelmente reflete um esfor�o do governo por estabelecer controles mais sofisticados antes de permitir a expans�o do acesso".
No Paquist�o, a deteriora��o da liberdade na internet "reflete castigos extremos impostos para a difus�o de mensagens supostamente de blasf�mia" e uma censura mais estrita por parte dos reguladores.
Avan�os em rela��o � libedade na internet foram registrados em 14 pa�ses, entre eles alguns com "uma mudan�a dram�tica de regime ou abertura pol�tica", como Tun�sia, L�bia e Mianmar. Tamb�m se destacaram menores restri��es em outros pa�ses como Ge�rgia, Qu�nia e Indon�sia, onde o informe relata "uma crescente diversidade dos conte�dos e menos casos de deten��o ou de censura do que nos anos anteriores".
No total, 14 pa�ses foram classificados como "livres" e 20 foram rotulados de "parcialmente livres".
O informe destaca que a China, que tem a maior popula��o mundial de usu�rios da internet, tamb�m tem "o sistema de controle mais avan�ado", que se tornou "mais restritivo" e serve de modelo a governos como o de Belarus, Uzbequist�o e Ir�.