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Estado de Minas

Ac�mulo de gordura na barriga pode comprometer o cora��o

A famosa "barriguinha de chope", at� ent�o considerada inofensiva, pode ser uma das vil�s de doen�as cardiovasculares, que s�o a terceira maior causa de morte no Brasil


postado em 28/09/2012 06:00 / atualizado em 28/09/2012 11:29

O ex-jogador Ronaldo pedala, joga golfe, levanta peso e se exercita na agua para o Medida Certa que vai ao ar neste domingo no Fantástico(foto: Reinaldo Marques/TV Globo )
O ex-jogador Ronaldo pedala, joga golfe, levanta peso e se exercita na agua para o Medida Certa que vai ao ar neste domingo no Fant�stico (foto: Reinaldo Marques/TV Globo )

A alcunha de mal do s�culo dada ao movimento liter�rio dos anos 1800 denomina com propriedade os problemas do cora��o no s�culo 21. Menos rom�nticas do que as hist�rias de amor n�o correspondidas, as doen�as desse �rg�o vital est�o entre os principais fatores de morte em todo o mundo. No Brasil, as doen�as cardiovasculares s�o a terceira maior causa, atr�s apenas de ocorr�ncias violentas e acidentes de tr�nsito. �s v�speras do Dia Mundial da Sa�de do Cora��o, comemorado amanh�, essas constata��es acendem a luz amarela, principalmente para quem acumula gordura na regi�o abdominal. Muita gente passou a prestar aten��o aos riscos desse problema com as medidas do ex-jogador de futebol Ronaldo Naz�rio, o Fen�meno, exemplo do que alimenta��o incorreta e um per�odo de sedentarismo podem fazer at� mesmo com atletas de alta performance.

H� alguns mitos a serem derrubados em rela��o aos fatores de risco para doen�as cardiovasculares. Um deles � a inoc�ncia da "barriguinha de chope", at� ent�o livre de muitas preocupa��es, desde que a pessoa fosse magra. Por�m, estudo recente da organiza��o norte-americana Cl�nica Mayo, realizado com 12.785 pessoas, revelou que aquelas com gordura acumulada na regi�o abdominal, mesmo estando no peso ideal, correm mais risco de morrer em decorr�ncia de doen�as cardiovasculares do que obesos com distribui��o uniforme da gordura no corpo. O risco de morte foi 2,75 vezes maior em pessoas com obesidade abdominal em compara��o com quem tinha a circunfer�ncia normal, mesmo ambos os grupos estando com �ndice de massa corporal (IMC) normal. O tempo m�dio de acompanhamento foi de pouco mais de 14 anos e, nesse per�odo, houve 2.562 mortes, entre as quais 1.138 foram relacionadas a problemas cardiovasculares.

Luiz Vicente Berti, cirurgi�o do aparelho digestivo e diretor do Centro de Cirurgia Obesidade e Metab�lica, de S�o Paulo, esclarece que o estilo de vida da atualidade, que leva a popula��o a ser mais sedent�ria e a ingerir mais alimentos industrializados, favorece a obesidade abdominal. "Os alimentos industrializados s�o de digest�o mais f�cil. Com isso, as pessoas comem mais e, sem pr�tica de atividades f�sicas e, consequentemente, menos gasto de energia, h� um ac�mulo muito grande de gordura no abd�men, o que compromete os �rg�os presentes nessa caixa."

Se os maus h�bitos alimentares e o sedentarismo est�o entre as principais causas da obesidade abdominal, os especialistas garantem que o melhor � a preven��o. Eles s�o un�nimes em defender mudan�as de h�bitos de vida, como incluir na rotina di�ria a pr�tica de atividades f�sicas supervisionadas. Tamb�m � indicado reduzir significativamente o consumo de sal e de gorduras, bem como de doces. A pr�tica de atividades f�sicas regularmente � uma maneira de manter o peso dentro do normal para a idade e altura. "O tratamento come�a na mudan�a de vida. � preciso tratar as causas, n�o s� os sintomas. Prescrever apenas um rem�dio para controlar a press�o do obeso, sem indicar dieta e atividades f�sicas para ele emagrecer, n�o vai adiantar", afirma Berti.

O tabagismo tamb�m deve ser combatido e a bebida deve ser com muita modera��o. � importante controlar a press�o arterial, o colesterol e a glicose. � importante, ainda, levar vida mais tranquila, evitando situa��es que possam provocar estresse. Os cuidados, certamente, impedir�o o ac�mulo na regi�o abdominal, o que � um passo importante para a sa�de do cora��o. " Um cora��o saud�vel � um cora��o que n�o tem hipertrofia ou dilata��o, n�o tem obstru��es significativas na sua circula��o (art�rias coron�rias), tem v�lvulas normais e cujo dono n�o apresenta sintomas ou sinais de doen�as", afirma o vice-Presidente da Sociedade Mineira de Cardiologia e coordenador do Servi�o de Cardiologia do Hospital Lifecenter, Est�v�o Lanna Figueiredo.

A gordura visceral, acumulada na regi�o do abd�men, atinge tamb�m as veias e art�rias, que ficam obstru�das. O quadro sobrecarrega o cora��o, que vai empregar mais esfor�o para bombear sangue aos �rg�os. Isso acarreta o aumento da press�o arterial, podendo causar infartos e outras doen�as cardiovasculares.

Insufici�ncia card�aca

As doen�as cardiovasculares est�o entre os principais problemas de sa�de p�blica nos pa�ses em desenvolvimento, como o Brasil. De acordo com a presidente da Sociedade Mineira de Cardiologia, Maria da Consola��o Vieira Moreira, enquanto em pa�ses da Europa e da Am�rica do Norte, as estat�sticas mostram redu��o na mortalidade causada por doen�as no cora��o, nos pa�ses latino-americanos, bem como asi�ticos e africanos, os problemas est�o entre as principais causas de morte.

Na avalia��o da especialista, mesmo com avan�os no ramo da cardiologia, a mudan�a no estilo de vida das pessoas faz com que adoe�am mais. Colesterol elevado, tabagismo, sedentarismo, obesidade, diabetes e hipertens�o s�o os principais vil�es quando o assunto � a sa�de do cora��o.

As principais doen�as cardiovasculares s�o a hipertens�o arterial (press�o alta), as doen�as coronarianas (tanto a obstru��o cr�nica, como a angina est�vel, quanto a aguda, como o infarto agudo do mioc�rdio) e as doen�as do cora��o propriamente ditas. A insufici�ncia card�aca (IC), por sua vez, � a via final de todas as doen�as que afetam o cora��o.

O problema causa aproximadamente 350 mil interna��es anuais. De acordo com o documento Diretriz de Insufici�ncia Card�aca/2012, da Sociedade Brasileira de Cardiologia, a taxa de mortalidade causada pela insufici�ncia card�aca varia de 6,5% a 7,5%. Entre as principais causas de IC est�o a hipertens�o arterial, a doen�a coronariana e, no Brasil, tamb�m a Doen�a de Chagas. O problema ainda pode ser causado pelo abuso de drogas il�citas e do �lcool.

S�ndrome metab�lica

 
 O que �
Doen�as frequentes como hipertens�o, altera��es na glicose e no colesterol est�o, muitas vezes, associadas � obesidade. Essas condi��es s�o unidas por um elo chamado resist�ncia insul�nica. A s�ndrome metab�lica est� diretamente relacionada �s doen�as cardiovasculares.
 

 Crit�rios para identifica��o
 

A s�ndrome metab�lica ocorre quando est�o presentes tr�s dos cinco crit�rios abaixo:
 
Obesidade central circunfer�ncia da cintura superior a 88 cm na mulher e 102 cm no homem;
Hipertens�o Arterial press�o arterial sist�lica ³ 130 e/ou press�o arterial diat�lica ³ 85 mmHg;
Glicemia alterada (glicemia ³110 mg/dl) ou diagn�stico de Diabetes;
Triglicer�deos 150 mg/dl;
HDL colesterol  40 mg/dl em homens e  50 mg/dl em mulheres
 

 Como medir a gordura abdominal em casa
 

Pegar uma fita m�trica e  mensurar a circunfer�ncia abdominal, na regi�o do umbigo
 Resultados acima de 80 cent�metros, para mulheres com gordura localizada no abdome, e 90 cent�metros para homens podem indicar pacientes com sobrepeso.  Nesse caso, acende o sinal de alerta para as predisposi��es para a s�ndrome metab�lica.
 Outra forma de identificar � dividir o peso pela altura ao quadrado para calcular o IMC (�ndice de Massa Corporal). Se o resultado for acima de 30, a pessoa pode ser considerada obesa e se o resultado for entre 25 e 30, isso pode significar sobrepeso.
 Depois dessas avalia��es, se a pessoa estiver acima dos padr�es citados de circunfer�ncia abdominal e IMC, o primeiro passo � procurar um m�dico, que vai analisar suas caracter�sticas f�sico-cl�nicas e indicar os exames de avalia��o de outros par�metros, como colesterol, diabetes e de outras doen�as metab�licas.  
 
Fontes: Luiz Vicente Berti, cirurgi�o do aparelho digestivo e diretor do Centro de Cirurgia Obesidade e Metab�lica, de S�o Paulo e Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia


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