WASHINGTON - Qualquer pessoa com um telefone celular inteligente agora pode se converter em um comprador on-line expert nesse per�odo festivo nos Estados Unidos.
Com um desses dispositivos, internet e aplicativos, � muito f�cil para algu�m que est� num estabelecimento comparar pre�os de objetos espec�ficos e decidir se � melhor comprar on-line ou na loja.
Esta nova tend�ncia � conhecida como "showrooming", uma pr�tica temida pelos vendedores tradicionais, e est� crescendo com a propaga��o de tablets e smartphones.
Uma pesquisa da consultora IDC indica que 48 milh�es dos compradores, ou quase 20% da popula��o adulta dos Estados Unidos, se utilizar�o dessa pr�tica durante a temporada festiva que se aproxima, 134% a mais que no ano passado.
O IDC prev� que este novo m�todo influenciar� de alguma maneira at� 1,7 bilh�o de d�lares em compras no varejo.
Os objetos de alto valor ser�o sem d�vida os mais afetados pelo "showrooming", de acordo com o IDC, especialmente aparelhos eletr�nicos. Mas o estudo mostro que as pessoas tamb�m comparam pre�os para roupas e sapatos e usam os smartphones para ler opini�es de outros compradores sobre os produtos que querem adquirir.
V�rios aplicativos para telefones celulares, como o Price Checker (comparador de pre�os) da Amazon ou a TBI Black Friday, facilitam a vida do consumidor ao mesmo tempo que apresentam um desafio para os comerciantes.
O pesadelo dos varejistas
"O verdadeiro pesadelo para os varejistas � o aplicativo(de smartphone) independente de compara��o de pre�os", afirma Greg Girard, analista do IDC.
Girard afirma que alguns consumidores que buscam a melhor oferta pedem aos varejistas que igualem os pre�os nas lojas com os vistos nos aplicativos telef�nicos.
Outros insistem que o impacto da pr�tica de comparar pre�os ainda n�o � claro.
A diretora de investiga��o da empresa Yankee Group, Sheryl Kingstone, afirma que para as compras eletr�nicas mais caras, como de televisores, 73% dos compradores preferem ir � loja do que comprar pela internet.
"Contudo, o uso de smartphones nas lojas ainda � uma for�a prejudicial e n�o deve ser ignorada", completou. "41% dos propriet�rios de telefones inteligentes usam-os para comparar pre�os".
Aproximadamente metade dos adultos americanos contam com um desses dispositivos e um ter�o disp�e de tablets, de acordo com companhias especializadas em indicadores do mercado.
Um estudo da empresa de investiga��o Edgell Knowledge Network com o Ebay descobriu que 80% dos varejistas ser�o impactados por este novo m�todo de compra, o que deve representar, em m�dia, uma perda de 5% em vendas.
Devolvendo o golpe
Contudo, os comerciantes de lojas f�sicas est�o devolvendo o golpe.
Wal-Mart, por exemplo, lan�ou seu pr�prio aplicativo m�vel que permite aos consumidores conectarem-se � sua rede e comprar objetos que n�o est�o dispon�veis na loja. A companhia afirma que 12% das compras usando celulares v�m de clientes que est�o nas lojas f�sicas.
"Estamos seguros de nossos produtos e pre�os, e acreditamos que na realidade o showrooming � algo bom", disse o porta-voz do Wal-Mart, Ravi Jariwala.
"Nossos gerentes de loja t�m a autonomia de fazer o que for preciso para satisfazer os clientes na loja, incluindo permitir que vejam uma sele��o expandida (do que podem encontrar em) walmart.com", completou.
Outras lojas, como Target e o gigante de produtos eletr�nicos Best Buy, tamb�m convidam os "showroomers" a comparar pre�os.
A Macy's reservaram suas melhores ofertas de "Black Friday" (sexta-feira negra), o grande dia de compras que segue o feriado de A��o de Gra�as, para os consumidores que usarem o aplicativo da pr�pria loja.
Greg Girard disse que as lojas mais experientes podem lucrar com os compradores via smartphones se usarem bem a tecnologia.
"Se o consumidor usar o aplicativo do smartphone e em seguida se registar na rede wifi do estabelecimento, este contar� com os dados do cliente e seus h�bitos de compra e pode ser capaz de identificar a promo��o adequada para esta pessoa", explicou Girard.
Uma pesquisa da consultora GroupM Next percebeu que os clientes tinham mais chances de fazer uma compra se interagirem com um vendedor f�sico e que alguns compram mesmo se o pre�o for mais baixo em outro lugar.
"Se a loja f�sica puder manter os pre�os em 5% dos pre�os online, quase metade dos showroomers preferir�o realizar a compra na loja", explicou o grupo.
Girard acredita que alguns estabelecimentos podem se beneficiar com a transi��o.
"As pessoas gostam de comprar na loja", disse. "E as lojas que possuem bons produtos e vendedores confi�veis est�o bem preparadas para lidar com o comprador que faz showrooming".
Girard acredita que a tend�ncia de showrooming poder� ajudar a separar os bons comerciantes dos med�cores.
"O showrooming aumenta o risco de n�o ser um bom com�rcio", concluiu.