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Estado de Minas

Identificados genes que causam resist�ncia � insulina em obesos

Pesquisadores identificam express�o gen�tica que desencadeia a resist�ncia � insulina em pessoas que est�o acima do peso. Descoberta pode ajudar no desenvolvimento de rem�dios contra o dist�rbio


postado em 11/12/2012 06:00 / atualizado em 11/12/2012 08:24

A obesidade � um dos maiores fatores de risco para o desenvolvimento do diabetes tipo 2, caracterizado pelo aumento dos n�veis de glicose no sangue e pela resist�ncia � insulina. Uma dieta com alto teor de gordura � comum entre ambas as doen�as, mas os mecanismos do corpo humano que levam uma pessoa obesa a desenvolver o diabetes passam por vias moleculares muito al�m dos exageros � mesa. Cientistas de diversos institutos norte-americanos de sa�de e pesquisa acreditam que a chave para a indu��o do diabetes em pessoas com um ac�mulo de gordura est� na express�o de dois tipos da fam�lia de genes conhecidos como JNK. Com a descoberta, feita ainda em cobaias, eles buscam o desenvolvimento de medicamentos que protejam contra o diabetes, at� hoje irrevers�vel em seres humanos.

Grande parte da popula��o com obesidade n�o percebe que, nessas condi��es, o corpo inicia um processo inflamat�rio nas c�lulas. Isso ocorre especialmente quando h� um aumento da gordura abdominal, chamada pelos especialistas de gordura visceral. Ali, o tecido adiposo passa a ser infiltrado por c�lulas chamadas macr�fagos. Essa inflama��o � muito diferente daquela que temos na garganta, por exemplo. Ela acontece a n�veis muito baixos e impercept�veis, mas pode ter repercuss�es bastante negativas para o organismo, sendo a principal delas a resist�ncia � insulina.

Os genes JNK s�o informa��es codificadas que produzem prote�nas de mesmo nome e est�o no interior de diversas c�lulas do corpo – inclusive nos tem�veis macr�fagos, apontados como um dos vil�es da inflama��o celular durante a obesidade. Munidos dessa importante informa��o, o pesquisador Roger Davis, do Instituto M�dico Howard Hughes, e sua equipe conduziram um experimento em que dois tipos desses genes, o JNK1 e o JNK2, foram exclu�dos dos macr�fagos de um grupo de camundongos. Um segundo efetivo de cobaias foi mantido com toda a carga gen�tica para compara��o ao fim dos testes. Ambos foram alimentados com uma dieta altamente cal�rica.

Os resultados, publicados na semana passada na revista cient�fica Science, mostraram que, embora todos os animais tenham ganhado uma quantidade de peso parecida, os que tiveram os genes JNK exclu�dos ficaram protegidos contra a resist�ncia � insulina e, consequentemente, contra o diabetes. Curiosamente, tamb�m foi registrada a diminui��o na presen�a dos pr�prios macr�fagos no tecido adiposo das cobaias sem os genes, ou seja, o processo inflamat�rio pode ser reduzido. “A prote�na JNK, produzida pelos genes JNK, � necess�ria para a ativa��o dos macr�fagos, que causam o baixo grau de inflama��o na obesidade. Inflama��o essa que leva � progress�o da doen�a, da obesidade para o diabetes”, detalha Davis.

A inflama��o celular ocorre porque os macr�fagos, depois de serem ativados, chegam ao tecido adiposo e passam a liberar na corrente sangu�nea prote�nas chamadas citocinas. Elas regulam a resposta inflamat�ria e imunit�ria no corpo e dificultam a a��o da insulina em outros tecidos. A insulina � um horm�nio produzido no p�ncreas respons�vel por promover o ingresso da glicose circulante no interior das c�lulas. Com isso, consegue diminuir o teor de a��car no sangue. Se a a��o desse horm�nio estiver dificultada, a tend�ncia � de que a glicose n�o consiga entrar nas c�lulas e seu teor no sangue seja cada vez mais alto.

Fatores m�ltiplos
A endocrinologista do Hospital Universit�rio de Bras�lia Ang�lica Amorim Amato alerta que, apesar dos achados, o diabetes n�o depende somente desses fatores. “Existem pessoas obesas sem o diabetes. Se h� essa dificuldade de a��o do horm�nio, o corpo tamb�m pode tentar aumentar a produ��o para venc�-la. Dessa forma, o diabetes pode surgir por um defeito do pr�prio p�ncreas em aumentar a produ��o desse horm�nio”, esclarece. Por esse motivo, o diabetes � considerado uma doen�a que depende de diversos genes, n�o s� da carga gen�tica dos macr�fagos, como identificado por Davis.

Segundo Ang�lica, acredita-se que, quando uma pessoa come�a a engordar, ela passa a ter um aumento do tamanho das c�lulas do tecido adiposo antes mesmo da resist�ncia � insulina. Esse crescimento gera a redu��o do transporte de oxig�nio a essas c�lulas. “Todos os tecidos do corpo, assim como o adiposo, t�m pequenos vasos sangu�neos que levam oxig�nio para as c�lulas. Se o volume das c�lulas aumenta, elas ‘espremem’ esses vasinhos e comprometem a entrega de oxig�nio.” O oxig�nio serve como fonte de energia e � utilizado no metabolismo energ�tico da c�lula. Sua falta cria uma situa��o chamada de hipoxia, que tamb�m desencadeia um processo inflamat�rio e vai recrutar os nocivos macr�fagos.

O diretor do Centro da Obesidade e S�ndrome Metab�lica do Hospital S�o Lucas da Pontif�cia Universidade Cat�lica do Rio Grande do Sul, Cl�udio Cor� Mottin, conta que o processo inflamat�rio a baixos n�veis � normal e, �s vezes, funciona como um mecanismo de defesa do organismo. No entanto, quando fica exacerbado, passa a ser um mecanismo de destrui��o. “O ac�mulo de gordura determina a ativa��o dessa cascata inflamat�ria, que est� ligada � destrui��o do p�ncreas, � gera��o de ateromas (placas de gordura nos vasos sangu�neos), a danos renais, al�m da libera��o exagerada de radicais livres”, enumera Mottin.

 


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