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Estado de Minas

Empres�rio nutre paix�o por aparelhos de r�dio desde a inf�ncia


postado em 14/02/2013 00:12 / atualizado em 14/02/2013 09:52

Marcos Silva desenvolveu o amor pelo rádio ainda criança: acervo tem 48 modelos(foto: Arquivo Pessoal)
Marcos Silva desenvolveu o amor pelo r�dio ainda crian�a: acervo tem 48 modelos (foto: Arquivo Pessoal)
 

A hist�ria do r�dio � quase t�o pol�mica quanto a do avi�o. Da mesma forma que os norte-americanos defendem que os irm�os Wright inventaram o ve�culo a�reo, em detrimento do 14 Bis, do brasileiro Santos Dummont, h� tamb�m d�vidas sobre o verdadeiro “pai” do aparelho criado para fazer a difus�o de informa��es sonoras por meio de ondas eletromagn�ticas em diversas frequ�ncias. Enquanto os pa�ses do Primeiro Mundo reconhecem como inventor do r�dio o cientista Guglielmo Marconi, que fez testes com a tecnologia em 1895 e adquiriu a patente em 1896, aqui no Brasil muitos acreditam que o verdadeiro criador foi o padre, cientista e engenheiro ga�cho Roberto Landell, que fez os primeiros testes dois anos antes (1893), mas que s� obteve a patente em 1900.

Pol�micas � parte, o fato � que o r�dio, mais de um s�culo depois, ainda � um dos meios de comunica��o mais populares do mundo. Seja em casa, no escrit�rio, no carro, na cidade ou no campo, sempre h� um aparelho pronto para captar emissoras AM ou FM. No Brasil, por exemplo, segundo o Minist�rio das Comunica��es, s�o mais de 3 mil emissoras de r�dio, distribu�das aproximadamente em 50% para AM e 50% para FM.

General Eletric modelo j-100: topo de linha(foto: Marcos Silva/Arquivo Pessoal)
General Eletric modelo j-100: topo de linha (foto: Marcos Silva/Arquivo Pessoal)
Atualmente, � poss�vel ouvir r�dio em qualquer lugar, seja no microsystem, no computador (por meio das r�dios que transmitem o conte�do pela internet), no celular, no tablet, no aparelho de MP3 e at� por meio dos televisores. Entretanto, h� algumas d�cadas, o r�dio tinha o mesmo status das TVs. As fam�lias se reuniam em volta de um aparelho para ouvir m�sicas, not�cias, partidas de futebol e at� mesmo as radionovelas. Havia um glamur especial e, devido a isso, os fabricantes caprichavam no visual e nos recursos daqueles equipamentos para conquistar mercado.

E foi ainda crian�a, no come�o da d�cada de 70, em Pirapozinho (interior de S�o Paulo), que nasceu no empres�rio Marcos Silva, de 46 anos, a paix�o pelo r�dio. “Quando est�vamos na fazenda, eu ficava com meu pai ouvindo m�sica e as radionovelas em um Philco Transglobe de seis faixas, e isso sempre me trouxe boas lembran�as. Tinha admira��o pelo ritual e o aparelho que propiciava aqueles momentos. Com o tempo, tive curiosidade de aprender e comecei a receber doa��es e a comprar r�dios antigos que as pessoas n�o queriam mais”, conta.

O interesse em colecionar r�dios antigos come�ou h� mais de 20 anos. Atualmente, o acervo de Marcos Silva conta com 48 aparelhos e s� n�o � maior porque ele parou por um tempo. Entre itens hist�ricos est�o o r�dio Semp Toshiba modelo AC 431, fabricado a partir de 1951; o Hoffman americano, de 1946; o Philco Transglobe, de 1960 e um Frahm Diplomata, de 1955. O preferido dele � o General Electric modelo J-100, considerado o top de linha entre os r�dios da d�cada de 1930 devido � sua efici�ncia e ao bonito visual. Seu formato garantiu o apelido de “capelinha” ou “igrejinha”.

ZELO ESPECIAL E as raridades n�o param por a�. O maior de todos, que chama bastante a aten��o, � um Philips 1956, olho m�gico de seis faixas. Nele, Marcos ouve r�dios de v�rias partes do mundo. Outro modelo, feito todo de ferro, � o Hallicrafters S-38B, de 1947, que fez sucesso no p�s-guerra. Uma curiosidade � que, al�m de ser um receptor de r�dio AM, ele tamb�m servia como transmissor. Ao lado dele nas prateleiras fica um Eronson TR-607, de 1961.

Marcos mostra com entusiasmo sua cole��o e, para cada um dos itens, ele tem descrita a hist�ria do aparelho e como o conseguiu. Ele conta que, h� uns cinco anos, uma senhora, com mais de 80 anos, viu sua cole��o na entrada de sua loja e fez uma s�rie de perguntas para ter certeza de que ele realmente gostava de r�dios e tinha zelo por eles. No dia seguinte, voltou trazendo um r�dio Johnson americano, de 1953, que teria feito parte de sua adolesc�ncia, e disse que era para ficar com ele. “Ela foi clara que n�o se tratava de uma doa��o. Era para eu cuidar dele, pois ela queria ter certeza de que o aparelho estaria em boas m�os antes de morrer. Poucos meses depois, essa senhora faleceu e a filha dela confirmou que eu deveria continuar cuidando do r�dio.”

Segundo Marcos, como boa parte dos r�dios � bem antiga e alguns utilizam v�lvulas, � normal que eles precisem ser consertados por causa da a��o do tempo. Embora ganhe a vida consertando computadores e notebooks modernos, � reparando os r�dios antigos que ele se diverte.


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