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Estado de Minas

PUC cria combust�vel para carros a partir do eucalipto

Estudantes da PUC Minas conseguiram produzir etanol a partir do processamento da biomassa e defendem o aproveitamento em larga escala no pa�s


postado em 25/02/2013 09:50 / atualizado em 25/02/2013 09:56

Enquanto as reservas de petr�leo do mundo se tornam mais escassas e de mais dif�cil acesso e os pre�os dos combust�veis f�sseis sobem, a demanda por etanol cresce no pa�s com a expans�o da frota de ve�culos flex, mas n�o � acompanhada por um aumento proporcional na produ��o. Pensando em alternativas para ampliar e diversificar a matriz de obten��o de etanol, estudantes do 2º per�odo do curso de engenharia de energia da PUC Minas, sob orienta��o do professor Ot�vio de Avelar Esteves, conseguiram obter a subst�ncia a partir do processamento de cascas de eucalipto, e defendem que o procedimento deva ser adotado em larga escala no pa�s.

Dados da tese de doutorado do pesquisador Juliano Bragatto, desenvolvida na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de S�o Paulo (USP), em novembro de 2011, apontam que a casca do eucalipto tem 20% menos carboidratos do que a de cana, mas como ela tem mais hidratos de carbono que podem sofrer fermenta��o – 83%, contra 65% da cana –, em um balan�o final a casca fresca de eucalipto teria uma vantagem de cerca de 6%. "Uma tonelada de cana produz cerca de 80 litros de etanol, enquanto uma tonelada de casca fresca de eucalipto produz 106, ou seja, no m�nimo 20% a mais. � importante lembrar que a casca degrada mais rapidamente que a cana e perde a�ucares mais rapidamente", afirma.

Bragatto acredita que a tend�ncia de aproveitar a biomassa deve crescer nos pr�ximos anos em todo o mundo e defende que o Brasil deve aproveitar isso. "Nosso pa�s � o que chamam de 'hotspot de biomassa', temos o baga�o da cana e o rejeito de eucalipto em abund�ncia", explica. Ele lembra que as condi��es clim�ticas e de luminosidade s�o ideais no pa�s para o crescimento das culturas de cana e de eucalipto. Bragatto afirma que a casca de eucalipto deve come�ar a ser aproveitada pela ind�stria de celulose nos pr�ximos anos, para produzir biopl�stico ou para etanol. Na compara��o com a cana, o pesquisador destaca que o caldo ganha da casca de eucalipto por produtividade: "Um hectare de cana-de-a��car produz cerca de 6 mil litros de etanol, enquanto um de casca de eucalipto produz 2,6 mil litros. J� o hectare de milho e de beterraba produz cerca de 3 mil litros, e � bom lembrar que eles s�o alimentos."

Os estudantes Pedro Henrique Alves da Silva, de 19 anos, Paulo Henrique Roversi, de 19, Carolina Maria de Oliveira, de 18, Gabriel Fabel, de 18, e Elena Velloso, de 20, s�o mais otimistas. "A produ��o da casca � mais barata e vantajosa e que pode ser muito mais barata se for feita em escala industrial", avalia Pedro Henrique. Ele ressalta que a casca de eucalipto n�o concorre com a ind�stria aliment�cia, n�o passa por per�odos de entressafra e n�o � usada para a produ��o de celulose. Os estudantes passaram quatro meses pesquisando e testando em laborat�rio o eucalipto e outras mat�rias-primas. Outros estudantes do mesmo per�odo produziram etanol de beterraba e de outros alimentos. "Pensamos testar com bananas ou com mandioca, mas nos decidimos pelo eucalipto e ele foi o mais eficiente entre os insumos pesquisados", diz o estudante.


Competitividade
O consultor da Uni�o da Ind�stria de Cana-de-a��car (Unica), Alfred Szmarc, conta que existem v�rias iniciativas no pa�s e no mundo para consolidar o processo de produ��o de etanol celul�sico a partir do baga�o e da palha da cana, mas defende que a possibilidade de o insumo ser obtido em larga escala a partir de cascas de eucalipto ainda tem que ser demonstrada. Ele explica que o princ�pio utilizado na casca � de certa forma o mesmo utilizado no baga�o e na palha. "Acho �timo ouvir sobre essas iniciativas e tor�o para que deem realmente certo. Mas, pelo que conhe�o do assunto, acredito que a competitividade do etanol de cana � maior. Nem sempre � poss�vel reproduzir em escala industrial o que � feito em laborat�rio e projetos para se produzir �lcool a partir de madeira existem no pa�s desde a d�cada de 1970", afirma.

Szmarc se diz otimista em rela��o � recupera��o de competitividade do etanol, e espera que o governo anuncie medidas ainda neste semestre para beneficiar a ind�stria canavieira. "Por praticamente sete ou oito anos o pre�o da gasolina para o consumidor quase n�o alterou. Enquanto isso, o pre�o do etanol ao longo desse tempo variou livremente e os custos de terra e agr�colas aumentaram. O etanol foi se tornando cada vez menos competitivo em rela��o � gasolina. Some-se a isso a crise de 2008, que atingiu o setor", lembra. Ele desmente tamb�m a ideia de que a varia��o no pre�o do a��car interfere fortemente na produ��o de etanol: "Isso � uma lenda urbana. O produtor n�o consegue reverter toda a sua produ��o para o a��car ou para o etanol. A flexibilidade n�o ultrapassa os 10% ou 12%".

 

 


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