
“Brinquei que ela estava dando parab�ns � m�dica", diz Cristina. "Ela �s vezes nos surpreende, mas temos a preocupa��o de acompanhar as fases de desenvolvimento de acordo com a orienta��o m�dica, sem fazer compara��es e nem estimular de forma excessiva. Cada crian�a � �nica”, define Cristina.
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De acordo com o m�dico Rafael Mantovani, endocrinologista pedi�trico e membro da Divis�o de Endocrinologia da Crian�a e do Adolescente do Hospital das Cl�nicas da UFMG, essa postura � a mais indicada.
“Existe uma preocupa��o exagerada, principalmente com o crescimento da crian�a. H�, inclusive, uma press�o da sociedade por padr�es que incluem, al�m da magreza excessiva, a alta estatura. A altura tamb�m est� na moda, e � alimentada por pesquisas do tipo 'profissionais mais altos t�m sal�rios melhores', aumentando a ansiedade das crian�as e das fam�lias”, alerta o pediatra.
O m�dico explica que os marcos de desenvolvimento – os momentos em que a crian�a deve come�ar a engatinhar, firmar a cabe�a, andar e falar, por exemplo – s�o muito bem dominados pelos especialistas, que devem ser as refer�ncias para os pais. “Observo que muitas m�es ficam comparando seus filhos com outras crian�as e ficam preocupadas, muitas vezes sem necessidade. Eu leio bastante em sites e revistas especializadas, mas sempre procuro a palavra da pediatra”, exemplifica Cristina. “Periodicamente, percebemos uma evolu��o na Isadora. Aos 4 meses, por exemplo, houve um salto – ela come�ou a interagir mais, percebeu a movimenta��o de nosso cachorrinho de estima��o. Eu at� anoto algumas coisas na minha agenda, porque estou fazendo um scrapbook - �lbum de imagens e lembran�as - para ela”, conta a m�e de primeira viagem.
Puberdade precoce
Alguns temas merecem um olhar mais atento, como a puberdade precoce. “Os pais t�m muitas d�vidas em rela��o a isso. O acompanhamento frequente � muito importante, porque uma diferen�a muito grande entre os grupos de crian�as e adolescentes pode causar um isolamento psicol�gico e o desinteresse em rela��o � conviv�ncia com os colegas”, explica Rafael.
Segundo o pediatra, se uma menina apresentar desenvolvimento mam�rio antes dos 8 anos e a primeira menstrua��o antes dos 9 e, no caso dos meninos, se houver um desenvolvimento maior dos �rg�o genitais (test�culos, p�nis, crescimento de pelos) antes dos 9 anos; este � um indicativo de avalia��o m�dica. “Geralmente n�o se trata de um problema grave, mas, quando o acompanhamento � feito de forma regular e os sinais s�o identificados em tempo, � poss�vel indicar uma medica��o para interromper o processo e a crian�a n�o ter� preju�zos ao crescimento, por exemplo”, explica o pediatra.
Sinal de alerta
Outro sinal de alerta � uma queda na velocidade de crescimento. Os pais podem acompanhar o peso e estatura da crian�a no cart�o da crian�a, dispon�vel em centros de sa�de e maternidades, ou em programas espec�ficos, como o disponibilizado no site da OMS e do Governo Brasileiro.

Fatores endocrinol�gicos, como o diabetes n�o tratado adequadamente, tamb�m podem interferir. “Mas se o controle metab�lico estiver em dia, esse paciente tem grandes chances de apresentar crescimento semelhante ao de outras crian�as da mesma idade”, explica o endocrinologista pedi�trico.
Excesso
Rafael refor�a, entretanto, que muitos pais chegam ao consult�rio j� requisitando a prescri��o do horm�nio do crescimento. “� preciso muito cuidado para que a indica��o n�o seja feita por quest�o apenas est�tica. Muitas vezes, as centenas de milhares de reais gastos nesse tratamento, por causa de alguns poucos cent�metros, poderiam ser aplicadas na forma��o intelectual da crian�a e talvez at� trazer mais frutos para a qualidade de vida e o futuro”, pondera o profissional.
A preocupa��o em excesso pode ainda passar, para a crian�a, a impress�o de que ela tem uma doen�a. A prescri��o indiscriminada do horm�nio pode trazer uma expectativa de resposta na estatura que nem sempre se confirma. “N�o h� garantias e sempre � necess�rio avaliar se os benef�cios da prescri��o superam os riscos. Se a indica��o n�o � imprescind�vel, o paciente pode estar sendo exposto a riscos desnecess�rios”, diz o endocrinologista pedi�trico
O maior aliado para avalia��o da estatura � o exame f�sico, acompanhado pela hist�ria cl�nica. Muitas vezes, o que dificulta o tratamento � que as crian�as acima de um ou dois anos nem sempre t�m acompanhamento frequente do pediatra. “Quando h� um m�dico de confian�a para avalia��o, � poss�vel identificar se uma crian�a, mesmo de baixa estatura, est� com desenvolvimento normal, ou ainda se houve alguma desacelera��o de crescimento”, explica Mantovani.
“O apoio do pediatra � muito importante, inclusive antes do nascimento, e fico bem mais tranquila por ter acesso sempre que preciso. Tenho amigas que n�o t�m essa facilidade e noto que elas ficam mais inseguras em rela��o ao desenvolvimento e � sa�de do beb� ”, define Cristina.