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Estado de Minas

Falta de sono afeta o sistema imunol�gico

Pesquisa brit�nica demonstra que horas a menos de descanso alteram o funcionamento de centenas de genes, muitos deles ligados a mecanismos de defesa do corpo


postado em 15/03/2013 00:12 / atualizado em 15/03/2013 07:09

Paulo Lima


Clique e saiba mais sobre o estudo
Clique e saiba mais sobre o estudo

Dormir pode ser um verdadeiro pesadelo para algumas pessoas. A cabe�a encosta no travesseiro, mas nada de a mente desligar. No dia seguinte, as poucas horas de descanso t�m seu pre�o: falta de disposi��o e dificuldade para se manter concentrado nas obriga��es do dia a dia. Segundo diferentes pesquisas, al�m do desgaste f�sico moment�neo, a priva��o do sono tem diversos efeitos, como a libera��o em excesso de horm�nios ligados ao estresse. Agora, um novo estudo constata que repousar menos do que o necess�rio causa altera��es profundas no organismo e pode enfraquecer o sistema imunol�gico.

“Dormir pouco durante muitas noites seguidas pode afetar o funcionamento de centenas de genes do corpo humano”, afirma Derk-Jan Dijk, principal autor da pesquisa e professor de gen�tica funcional da Universidade de Surrey, no Reino Unido. Para entender as altera��es que as horas de repouso a menos causam no corpo humano, Dijk e colegas avaliaram 14 homens e 12 mulheres de 23 a 31 anos durante 14 dias.

Na primeira semana, os volunt�rios tiveram de dormir no m�ximo seis horas por noite e, nos dias seguintes, 10 horas. No fim de cada per�odo, foram coletadas amostras de sangue dos volunt�rios. Na etapa em que houve priva��o de sono, mudan�as no funcionamento de aproximadamente 700 genes foram reveladas pelos testes. Com isso, foi prejudicada a produ��o de diversas prote�nas, incluindo algumas ligadas ao estresse e ao combate a doen�as. “Houve tamb�m altera��o na produ��o de prote�nas ligadas a processos inflamat�rios”, diz Dijk.

Colin Smith, que tamb�m assina o artigo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas), chama a aten��o para a grande variedade de genes afetados pela priva��o do sono. “Claramente, o sono � fundamental para a reconstru��o do corpo e a manuten��o de um estado funcional. Por meio do estudo, foi poss�vel observar que v�rios tipos de danos parecem ocorrer.” Segundo o especialista, uma possibilidade � que a n�o reposi��o de c�lulas novas leve a doen�as degenerativas. Derk-Jan Dijk acrescenta que outra surpresa foi constatar que bastou tirar duas das oito horas recomendadas diariamente para provocar tantas altera��es, o que ressalta a import�ncia de um sono reparador.

O neurologista e especialista em transtorno do sono da Universidade de Bras�lia (UnB) Nonato Rodrigues explica que dormir de forma adequada � fundamental para a sa�de tanto f�sica como mental. “O c�rebro � o �rg�o que mais consome energia. � nele que se refazem as conex�es gastas durante o dia e se descartam as malfeitas.” Al�m disso, n�o repousar afeta fun��es nobres e primordiais do ser humano, como a aten��o, a mem�ria, a concentra��o e o humor. “Na sociedade atual, que exige, al�m do trabalho f�sico, o intelectual, as poucas horas de sono abrem um leque de problemas de compet�ncia profissional e mental. Estudos j� apontaram que a motricidade e o desempenho se tornam prejudicados”, informa Rodrigues, que n�o participou do estudo brit�nico.

(foto: Anderson Araújo/ CB/ DA Press)
(foto: Anderson Ara�jo/ CB/ DA Press)


A psic�loga cl�nica comportamental e de transtornos do sono M�nica Muller acrescenta � lista outros problemas, como a diminui��o da libido e a tend�ncia maior a infec��es e a doen�as de alta complexidade. Ela cita ainda consequ�ncias graves decorrentes da falta de tratamento. “Quando o problema se torna cr�nico, podemos observar o desencadeamento de sintomas depressivos em pessoas que t�m uma predisposi��o para transtorno psiqui�trico”, aconselha.

Rem�dios Os dois especialistas brasileiros alertam para o risco de recorrer a rem�dios para dormir sem orienta��o m�dica “Alguns indiv�duos tentam driblar o sono com drogas ativadoras do sistema nervoso central, cuja prescri��o � restrita �s pessoas que t�m problemas espec�ficos. A longo prazo, esses rem�dios prejudicar�o o organismo, causando depend�ncia e efeitos catastr�ficos sobre o c�rebro”, alerta Rodrigues.

M�nica tamb�m � taxativa: “� importante buscar um profissional para avaliar a situa��o. O diagn�stico de ins�nia poder� ser feito por meio de uma avalia��o cl�nica. Outras queixas, que s�o relacionadas a problemas de ordem respirat�ria ou a comportamentos at�picos pela falta de sono, geralmente requerem o exame polissonogr�fico (PSG), que avalia o sono em seus diferentes est�gios ao longo da noite. Al�m do PSG, h� outros testes que avaliam objetivamente o grau de sonol�ncia diurna e medem a capacidade de permanecer acordado”, descreve.


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