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Estado de Minas

Resson�ncia magn�tica vai detectar doen�as no come�o

Pesquisadores apresentam tecnologia que deve tornar o exame de imagem mais r�pido e capaz de detectar doen�as em est�gio inicial


postado em 25/03/2013 08:00 / atualizado em 25/03/2013 08:05

Marcela Ulhoa

Amplie e saiba mais sobre a nova técnica
Amplie e saiba mais sobre a nova t�cnica
A resson�ncia magn�tica (RM) � uma t�cnica poderosa e vers�til de exame de imagem. Na medicina, ela � largamente utilizada no diagn�stico de infec��es no c�rebro e na medula espinhal, ajudando a detectar escleroses, derrames, tumores e tendinites. Apesar de sua import�ncia, a estrutura b�sica da tecnologia ficou praticamente inalterada durante quase 50 anos, mantendo-se restrita � sondagem qualitativa de um conjunto limitado de propriedades do corpo humano. Um estudo desenvolvido por pesquisadores da Case Western Reserve University, nos Estados Unidos, pode ser a chave para revolucionar o exame. Em artigo publicado na revista Nature, os cientistas apresentaram a resson�ncia magn�tica fingerprinting (MRF), capaz de analisar v�rias caracter�sticas f�sicas ao mesmo tempo, como a densidade do tecido e o fluxo sangu�neo em determinada regi�o.


“Esse tipo de imagem tem sido uma das metas do nosso laborat�rio por cerca de 10 anos. Tradicionalmente, a RM � somente qualitativa, ou seja, um determinado ponto � “brilhante” ou “escuro” na imagem. Mas a an�lise � apenas relativa, voc� n�o sabe realmente a gravidade do que est� vendo”, explica Mark Griswold, autor principal do estudo. Segundo ele, outra limita��o � a dificuldade de acompanhar mudan�as globais do organismo, como aquelas resultantes do envelhecimento natural ou da doen�a de Alzheimer. Com a utiliza��o de algoritmos e uma complexa teia tecnol�gica, a equipe liderada por Griswold conseguiu uma forma n�o invasiva de identificar quantitativamente tecidos e materiais espec�ficos do corpo e, assim, perceber o desenvolvimento de doen�as em um tempo muito mais curto de digitaliza��o. Com o avan�o, eles pretendem mudar a forma atual de rastrear o corpo e realizar diagn�sticos.


Para explicar o que significa a quantifica��o das propriedades dos tecidos, Griswold tra�a um paralelo com a a��o dos pais quando medem a temperatura de seus filhos. Na resson�ncia magn�tica tradicional, seria como colocar a m�o sobre a testa da crian�a e ver que algo est� errado, porque ela est� mais quente que o normal. A nova t�cnica � como adicionar um term�metro ao procedimento. A febre � medida com mais precis�o, o que torna mais f�cil decidir qual o tratamento a ser adotado.


“O mesmo ocorre com as medi��es de resson�ncia magn�tica. Hoje n�s usamos a ‘sensa��o’ qualitativa como m�trica para o diagn�stico. Radiologistas normalmente s�o profissionais muito bem remunerados, porque dedicaram a vida para ser extremamente bons em reconhecer e ‘sentir’ quando algo est� errado”, diz o pesquisador. A esperan�a com o novo m�todo � que a interpreta��o dos resultados se torne uma tarefa muito mais f�cil e padronizada, independentemente da m�quina e do local do exame. Al�m disso, os cientistas esperam que a RMF possa ser aplicada para comparar resultados entre indiv�duos ao longo dos anos e em popula��es inteiras.

Banco de dados Atualmente, a resson�ncia magn�tica possibilita a obten��o de imagens do interior do corpo de forma n�o invasiva, isto �, sem que haja de fato um corte do tecido. De acordo com Aline Lima de Oliveira, chefe do Laborat�rio de Resson�ncia Magn�tica Nuclear da Universidade de Bras�lia, a imagem � gerada a partir do contraste criado pelas diferentes propriedades dos tecidos �sseo, muscular ou tumorais. A diferencia��o pode ocorrer, por exemplo, devido � maior presen�a de fluxo sangu�neo ou varia��o da quantidade de �gua. Entretanto, essa metodologia n�o fornece um diagn�stico preciso e apenas detecta a presen�a de uma massa celular diferente das c�lulas normais. “Hoje, a RM d� ind�cios de que existe uma massa celular com propriedades diferentes, mas o diagn�stico, preciso ainda deve ser feito por meio de biopsia”, esclarece Oliveira.


Um dos grandes pontos diferenciais da nova t�cnica � justamente o que lhe confere o nome: o conceito de fingerprinting. A palavra, que em portugu�s significa impress�o digital, � utilizada ao p� da letra no novo estudo. Isso porque a tecnologia � a mesma aplicada na an�lise das marcas dos dedos e no reconhecimento de rostos. Resumidamente, � uma base de dados que re�ne alguns padr�es ou particularidades que est�o associadas a determinadas caracter�sticas. Quando � feita a impress�o digital de um dedo humano, os pontos caracter�sticos, como as converg�ncias, desvios e interrup��es, n�o conseguem codificar informa��es como o nome do indiv�duo ou o sexo, mas, como cada padr�o � diferente e �nico, � poss�vel tra�ar um par�metro e vincular a impress�o a uma determinada pessoa.


No caso da RMF, Griswold explica que sua equipe fez com que cada impress�o digital fosse uma fun��o das v�rias propriedades f�sicas de materiais encontradas ao mesmo tempo no organismo. Assim, por meio da compara��o com um banco de dados de informa��es, o m�todo � capaz de identificar material, tecido e sua patologia.
“Esse tipo de processamento � bem menos sens�vel a erros. Se compararmos com o que h� de melhor hoje em dia, o nosso m�todo � quase duas vezes mais eficiente, o que significa que podemos conseguir os mesmos resultados que os m�todos atuais, mas em um quarto do tempo”, explica o autor do estudo. Ele complementa que a fingerprinting � menos sens�vel ao movimento do que o m�todo tradicional, o que pode flexibilizar a imobilidade dos tubos atuais. Por fim, Griswold refor�a que os experimentos mostraram ser poss�vel analisar misturas de materiais de um jeito diferente, identificando doen�as em um est�gio menos avan�ado.

Pr�ximos passos

Para Aline Oliveira, � interessante a perspectiva de uma ferramenta que consiga avaliar um n�mero maior e mais complexo de propriedades do tecido, como o movimento das mol�culas, a sua difus�o no tecido e os diferentes ambientes qu�micos em que as mol�culas se encontram. Entretanto, ela pondera que o artigo n�o mostra testes com casos reais de diagn�sticos de doen�as, mas sim a potencialidade da t�cnica para esses fins. “Testes in vivo ainda precisam ser realizados e um banco de dados precisa ser criado para que a compara��o dos padr�es de impress�o digital sejam realizados”, refor�a.


Durante o pr�ximo ano, Griswold garante que sua equipe trabalhar� para tornar o MRF ainda mais r�pido. Eles adicionar�o a an�lise de mais propriedades f�sicas dos tecidos e, por fim, construir�o o dicion�rio de impress�es digitais das doen�as. “Assim, poderemos fazer diagn�sticos �teis e melhorados com o MRF”, acredita o autor do estudo.

 


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