S�o Paulo, 02 - Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz, da Fiocruz, desenvolveram um teste para diagn�stico de hepatite C mais simples e mais eficaz que o atual. Bastam tr�s gotas de sangue e um papel filtro para coletar a amostra. Al�m disso, o teste � capaz de detectar a presen�a da prote�na do v�rus e de anticorpos - e n�o apenas dos anticorpos, como ocorre no teste tradicional.
O estudo que confirma a efic�cia dessa t�cnica acaba de ser publicado no Journal of Medical Virology. Segundo a pesquisadora L�via Melo Villar, do Laborat�rio de Hepatites Virais do Instituto Oswaldo Cruz, a nova t�cnica tem sensibilidade superior a 90% - o que � considerado muito bom para exames imunoenzim�ticos - e, al�m disso, reduz o tempo da janela imunol�gica de 66 dias para cerca de 40 dias.
Isso significa que o teste atual s� consegue detectar a presen�a de anticorpos 66 dias depois de a pessoa ter contato com o v�rus. Com esse exame, ser� poss�vel confirmar o diagn�stico 26 dias antes - j� que ser� poss�vel analisar a presen�a do v�rus e n�o apenas os anticorpos.
No estudo rec�m-publicado, os pesquisadores compararam a efic�cia do teste com o Elisa - considerado padr�o ouro, mas que n�o detecta a presen�a do v�rus. Ao todo, participaram 386 pessoas com idade m�dia de 40 anos. A pr�xima etapa, segundo L�via, � reproduzir o teste em maior escala, em todo o Pa�s, para avaliar se os resultados se repetem.
Al�m de detectar a presen�a da prote�na do v�rus, uma outra vantagem dessa t�cnica em compara��o com o teste atual � que o uso de agulhas, seringas e a refrigera��o das amostras de sangue a - 20ºC ficam dispensados. Tamb�m n�o � mais necess�rio ter um t�cnico especializado na coleta de sangue venoso, j� que a amostra � coletada por meio de um furinho no dedo.
Segundo L�via, o novo teste � uma adapta��o de uma t�cnica que havia sido desenvolvida para detectar hepatite B. “Procuramos aproveitar t�cnicas e materiais que j� est�o em uso na rede p�blica de sa�de para criar uma abordagem mais barata e simples de detec��o de anticorpos e do ant�geno”, explica.
Al�m disso, diz L�via, havia tamb�m o problema com a coleta e o transporte de amostras de sangue em popula��es que moram em regi�es muito afastadas. “Muitas vezes essas amostras chegavam ao laborat�rio em condi��es inadequadas, em temperatura ambiente, o que prejudicava a an�lise e o resultado”, diz.
Sangue
Na t�cnica desenvolvida por L�via, a amostra de sangue seco passa por um processo de dilui��o para que o sangue seja retirado do papel de filtro e submetido � an�lise. As amostras podem ser enviadas pelos Correios e ficar armazenadas por at� 15 dias em temperatura ambiente sem queda na qualidade dos resultados.
“Sem precisar de um profissional da sa�de especializado, nem de refrigera��o, nem de gelo seco para o transporte certamente far� custo da t�cnica cair”, diz.
Dirceu Greco, diretor do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais do Minist�rio da Sa�de, diz que tudo o que existe para simplificar e agilizar o diagn�stico da hepatite C � bem-vindo. “A tecnologia do uso do papel filtro j� existia e foi adaptada. A grande novidade desse teste � conseguir analisar a presen�a do ant�geno”, diz Greco.
A metodologia ainda n�o est� dispon�vel no mercado porque ainda precisa ser testada em mais pessoas, em todas as regi�es do Pa�s para confirmar a sua efic�cia em diferentes popula��es. Mas, segundo Greco, se for confirmada a sua efic�cia, a tend�ncia � que ele seja adotado como padr�o e como rotina em toda a rede p�blica. As informa��es s�o do jornal
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