Bras�lia – Um ve�culo com assinatura brasileira ganhou destaque entre projetos em uma importante competi��o mundial. Em parceria com quatro universidades de outros pa�ses, alunos da Escola Polit�cnica da Univerisdade de S�o Paulo (Poli/USP) trabalham em um triciclo de motor el�trico que pode ser dobrado e carregado. Em quest�o de segundos, o usu�rio guarda as tr�s rodas do ve�culo e puxa a al�a do que mais lembra uma mala do que um meio de transporte. A inven��o, batizada de Cubo, � compacta o suficiente para ser levada em um �nibus ou metr� e pode ser abastecida diretamente numa tomada.
O visual pode parecer estranho para quem n�o conhece a novidade: a posi��o das rodas parece invertida, o suporte para os p�s � um tipo de pedal im�vel, e o assento em nada lembra o de uma bicicleta. Mas guiar o Cubo, garantem seus criadores, � est�vel e confort�vel o suficiente para curtos trajetos. “A escola de design que trabalha conosco fez testes ergon�micos para ver como a pessoa andaria. A posi��o � sentada e n�o montada, como em uma moto. � mais ou menos como em uma scooter”, compara o professor Marcelo Alves, do Departamento de Engenharia Mec�nica e integrante do Centro de Engenharia Automotiva, que orienta os alunos no desenvolvimento do projeto.
O quadrado equipado com banco, rodas e guid�o na verdade n�o foi criado para substituir os autom�veis comuns. O design � feito para dar uma nova op��o �s pessoas que tiram o carro da garagem porque o trajeto entre a casa e a esta��o de metr� � muito longo. Com apenas 62cm de altura quando dobrado, o ve�culo port�til pesa 17 quilos e pode ser facilmente arrastado em suas rodinhas por uma al�a embutida.
Cada medida foi baseada nas necessidades do tr�nsito e do pedestre de S�o Paulo. O grupo realizou uma extensa pesquisa de mercado para saber quanto tempo as pessoas caminham, qual o tamanho de uma bagagem que pode ser carregada em esta��es de metr�, e que especifica��es mais agradariam o consumidor. As respostas dos entrevistados, na maioria publicit�rios, foram combinadas com dados fornecidos pela operadora do metr� de S�o Paulo.
Por meio de question�rios on-line, os alunos compararam o design inicial com outros tipos de dispositivos el�tricos e registraram as prefer�ncias dos prov�veis consumidores. O projeto levou em conta, ainda, o relevo da cidade. O modelo tem for�a para andar em terrenos menos planos, e conta com suspens�o para facilitar o trajeto. O material escolhido para fabricar o triciclo � comum, o que deve manter os custos de produ��o em um valor de at� R$ 5 mil.
A pot�ncia do ve�culo tamb�m � projetada de acordo com a legisla��o de tr�nsito, pois a m�quina deveria ser r�pida o bastante para economizar tempo, mas ainda assim ser simples o suficiente para ser guiada por pessoas n�o habilitadas em cal�adas e ciclovias. O triciclo atinge at� 20 km/h, e sua bateria tem funcionamento garantido por at� 20 quil�metros. A autonomia � ideal para ir do ponto de �nibus para o trabalho na capital paulista, mas tamb�m pode ser suficiente para circular livremente entre v�rios pontos de Belo Horizonte – uma pessoa que mora no Buritis, Regi�o Oeste, por exemplo, poderia ir at� o Centro e voltar sem precisar recarregar a bateria.
A maquete em tamanho natural do ve�culo foi apresentada no Global Vehicle Development Project, no qual foi eleita o melhor projeto de pesquisa de mercado e design. O conceito ganhou, ainda, o segundo lugar nas categorias Engenharia de Produto e Manufatura. O Cubo deve ir para a It�lia, daqui a um ano, para uma nova rodada de avalia��es da competi��o voltada para dispositivos port�teis de mobilidade assistida para usu�rios do transporte p�blico. O Brasil � o �nico pa�s sul-americano no p�reo.
Colabora��o
Desde o in�cio, h� mais de um ano, o projeto contou com a colabora��o de 20 alunos da Poli/USP, al�m de estudantes de outros pa�ses. Participam da cria��o do triciclo a New Mexico State University, nos Estados Unidos; a Jilin University, na China; o Instituto Polit�cnico Nacional, no M�xico; e o Art Center College of Design, tamb�m nos EUA. Mas � no Brasil que o ve�culo est� sendo constru�do. A participa��o dos estrangeiros ocorre por meio da internet.
A equipe se dividiu em turmas, cada uma respons�vel por um aspecto do projeto. Os grupos trabalharam de forma independente, mas apresentaram sugest�es e mudan�as para a aprova��o de todas as cinco universidades envolvidas.
“Tivemos problemas, por exemplo, com a bateria: os chineses nos passaram um modelo incompat�vel com a pot�ncia necess�ria para um ve�culo que andaria na cidade de S�o Paulo, onde as ruas t�m aclives de at� 20%. At� comunic�-los do problema e receber uma resposta, gastou-se um bom tempo”, lembra Tatiana Theoto, aluna da Poli e uma das autoras do projeto.
Para criar um modo de transporte sustent�vel que atendesse as necessidades de um grande centro urbano, os alunos tiveram de sair da zona de conforto das disciplinas ensinadas em sala de aula e pesquisar muito. “Para falar a verdade, foi bastante desafiador. A nossa vis�o costuma ser mais voltada para carros e coisas mais comuns”, constata Elcio Fiodelisio Junior, aluno do 3º ano de engenharia mec�nica. “O motor el�trico � bem estudado no curso, mas aplic�-lo a um ve�culo � algo bem diferente”, destaca.
O triciclo ainda precisa de alguns ajustes e n�o tem previs�o para ser lan�ado no mercado, mas os envolvidos no trabalho j� especulam mudan�as que possam tornar ainda mais f�cil o uso do Cubo na vida real. Eles discutem o uso de um sistema de carregamento por indu��o magn�tica em locais p�blicos. A ideia depende da instala��o desse tipo de suporte em metr�s ou �reas demarcadas em pontos de �nibus para que os passageiros possam alimentar a bateria do ve�culo enquanto aguardam a condu��o.
Outra proposta � a disponibiliza��o dos Cubos para aluguel por hora, como j� ocorre com bicicletas em S�o Paulo, Curitiba e Rio de Janeiro. “Se pud�ssemos oferecer uma forma de transporte complementar ao transporte p�blico, talvez mais pessoas aderissem a ele”, acredita Tatiana Theoto. “Voc� sai da sua casa, vai de Cubo at� o ponto de �nibus, transforma-o em uma mala e ainda chega mais r�pido ao trabalho do que se fosse de carro”, ilustra.
O visual pode parecer estranho para quem n�o conhece a novidade: a posi��o das rodas parece invertida, o suporte para os p�s � um tipo de pedal im�vel, e o assento em nada lembra o de uma bicicleta. Mas guiar o Cubo, garantem seus criadores, � est�vel e confort�vel o suficiente para curtos trajetos. “A escola de design que trabalha conosco fez testes ergon�micos para ver como a pessoa andaria. A posi��o � sentada e n�o montada, como em uma moto. � mais ou menos como em uma scooter”, compara o professor Marcelo Alves, do Departamento de Engenharia Mec�nica e integrante do Centro de Engenharia Automotiva, que orienta os alunos no desenvolvimento do projeto.
O quadrado equipado com banco, rodas e guid�o na verdade n�o foi criado para substituir os autom�veis comuns. O design � feito para dar uma nova op��o �s pessoas que tiram o carro da garagem porque o trajeto entre a casa e a esta��o de metr� � muito longo. Com apenas 62cm de altura quando dobrado, o ve�culo port�til pesa 17 quilos e pode ser facilmente arrastado em suas rodinhas por uma al�a embutida.
Cada medida foi baseada nas necessidades do tr�nsito e do pedestre de S�o Paulo. O grupo realizou uma extensa pesquisa de mercado para saber quanto tempo as pessoas caminham, qual o tamanho de uma bagagem que pode ser carregada em esta��es de metr�, e que especifica��es mais agradariam o consumidor. As respostas dos entrevistados, na maioria publicit�rios, foram combinadas com dados fornecidos pela operadora do metr� de S�o Paulo.
Por meio de question�rios on-line, os alunos compararam o design inicial com outros tipos de dispositivos el�tricos e registraram as prefer�ncias dos prov�veis consumidores. O projeto levou em conta, ainda, o relevo da cidade. O modelo tem for�a para andar em terrenos menos planos, e conta com suspens�o para facilitar o trajeto. O material escolhido para fabricar o triciclo � comum, o que deve manter os custos de produ��o em um valor de at� R$ 5 mil.
A pot�ncia do ve�culo tamb�m � projetada de acordo com a legisla��o de tr�nsito, pois a m�quina deveria ser r�pida o bastante para economizar tempo, mas ainda assim ser simples o suficiente para ser guiada por pessoas n�o habilitadas em cal�adas e ciclovias. O triciclo atinge at� 20 km/h, e sua bateria tem funcionamento garantido por at� 20 quil�metros. A autonomia � ideal para ir do ponto de �nibus para o trabalho na capital paulista, mas tamb�m pode ser suficiente para circular livremente entre v�rios pontos de Belo Horizonte – uma pessoa que mora no Buritis, Regi�o Oeste, por exemplo, poderia ir at� o Centro e voltar sem precisar recarregar a bateria.
A maquete em tamanho natural do ve�culo foi apresentada no Global Vehicle Development Project, no qual foi eleita o melhor projeto de pesquisa de mercado e design. O conceito ganhou, ainda, o segundo lugar nas categorias Engenharia de Produto e Manufatura. O Cubo deve ir para a It�lia, daqui a um ano, para uma nova rodada de avalia��es da competi��o voltada para dispositivos port�teis de mobilidade assistida para usu�rios do transporte p�blico. O Brasil � o �nico pa�s sul-americano no p�reo.
Colabora��o
Desde o in�cio, h� mais de um ano, o projeto contou com a colabora��o de 20 alunos da Poli/USP, al�m de estudantes de outros pa�ses. Participam da cria��o do triciclo a New Mexico State University, nos Estados Unidos; a Jilin University, na China; o Instituto Polit�cnico Nacional, no M�xico; e o Art Center College of Design, tamb�m nos EUA. Mas � no Brasil que o ve�culo est� sendo constru�do. A participa��o dos estrangeiros ocorre por meio da internet.
A equipe se dividiu em turmas, cada uma respons�vel por um aspecto do projeto. Os grupos trabalharam de forma independente, mas apresentaram sugest�es e mudan�as para a aprova��o de todas as cinco universidades envolvidas.
“Tivemos problemas, por exemplo, com a bateria: os chineses nos passaram um modelo incompat�vel com a pot�ncia necess�ria para um ve�culo que andaria na cidade de S�o Paulo, onde as ruas t�m aclives de at� 20%. At� comunic�-los do problema e receber uma resposta, gastou-se um bom tempo”, lembra Tatiana Theoto, aluna da Poli e uma das autoras do projeto.
Para criar um modo de transporte sustent�vel que atendesse as necessidades de um grande centro urbano, os alunos tiveram de sair da zona de conforto das disciplinas ensinadas em sala de aula e pesquisar muito. “Para falar a verdade, foi bastante desafiador. A nossa vis�o costuma ser mais voltada para carros e coisas mais comuns”, constata Elcio Fiodelisio Junior, aluno do 3º ano de engenharia mec�nica. “O motor el�trico � bem estudado no curso, mas aplic�-lo a um ve�culo � algo bem diferente”, destaca.
O triciclo ainda precisa de alguns ajustes e n�o tem previs�o para ser lan�ado no mercado, mas os envolvidos no trabalho j� especulam mudan�as que possam tornar ainda mais f�cil o uso do Cubo na vida real. Eles discutem o uso de um sistema de carregamento por indu��o magn�tica em locais p�blicos. A ideia depende da instala��o desse tipo de suporte em metr�s ou �reas demarcadas em pontos de �nibus para que os passageiros possam alimentar a bateria do ve�culo enquanto aguardam a condu��o.
Outra proposta � a disponibiliza��o dos Cubos para aluguel por hora, como j� ocorre com bicicletas em S�o Paulo, Curitiba e Rio de Janeiro. “Se pud�ssemos oferecer uma forma de transporte complementar ao transporte p�blico, talvez mais pessoas aderissem a ele”, acredita Tatiana Theoto. “Voc� sai da sua casa, vai de Cubo at� o ponto de �nibus, transforma-o em uma mala e ainda chega mais r�pido ao trabalho do que se fosse de carro”, ilustra.