A Ant�rtica � a maior reserva de �gua doce da Terra. Seus 14,2 milh�es de quil�metros quadrados - 1,6 vezes a extens�o territorial do Brasil - s�o cobertos por uma capa de gelo de 2 quil�metros de espessura m�dia. Al�m disso, tem as maiores reservas de gelo (90%) e �gua doce (70%) do planeta. Em seu estado s�lido, essas reservas regulam o clima do Hemisf�rio Sul e distribuem umidade pelo planeta. Tamb�m resfriam a atmosfera e retiram carbono, metano e outros gases que influenciam diretamente no efeito estufa.
As temperaturas no ver�o variam de 0º Celsius (ºC), no litoral, a –32º C no continente e, no inverno, variam de –15º C, no litoral, a –65º C no continente. De acordo com informa��es de participantes do Semin�rio Ant�rtica 2048, evento que discutiu a pesquisa na regi�o, a possibilidade de um degelo no continente acionaria um c�rculo vicioso, de quanto mais degelo, mais carbono e metano seriam jogados na atmosfera e, consequentemente, acarretaria em um maior efeito estufa, temperaturas mais altas e, consequentemente, mais degelo.
Atualmente, 29 pa�ses - incluindo o Brasil - mant�m bases e desenvolvem pesquisas na Ant�rtica. No ver�o, essas bases recebem mais de 4 mil pesquisadores, em coopera��o cient�fica estabelecida pelo Tratado da Ant�rtica. O tratado de coopera��o estabelece uma morat�ria at� 2048 para a explora��o de recursos n�o renov�veis na regi�o. O Brasil faz parte deste acordo desde 1975 e deu in�cio ao Programa Ant�rtico Brasileiro (Proantar), em 1982.
Segundo o glaciologista Jefferson Sim�es, ainda n�o existe um policiamento do Tratado da Ant�rtica. Para o pesquisador, a qualidade dos estudos e da ci�ncia feitas na regi�o � que determinam o status de um pa�s no Tratado Ant�rtico.
“O Brasil � l�der na pesquisa [sobre o Continente Ant�rtico] da Am�rica Latina. Grandes conhecimentos da qu�mica e da f�sica s�o feitos na Ant�rtica. H� organismos que est�o em estado dormente h� mais de 400 mil anos dentro do gelo na Ant�rtica”, explica Sim�es.
Outro acordo de coopera��o para estabelecer procedimentos na regi�o, o Protocolo de Madri, assinado em 1998, determina regras a serem seguidas na execu��o de pesquisas cient�ficas e no apoio log�stico �s esta��es ant�rticas. O objetivo � proteger a flora e a fauna da regi�o. H� limita��es com a elimina��o de res�duos e medidas preventivas contra a polui��o marinha.
De acordo com a Marinha do Brasil, em tr�s d�cadas, o Proantar far� uma m�dia anual de 20 projetos de pesquisas nas �reas de oceanografia, biologia, biologia marinha, glaciologia, geologia, meteorologia e arquitetura. Al�m de pesquisadores e cientistas, o turismo � uma atividade regular que j� leva ao continente mais de 40 mil visitantes por ano.