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Estado de Minas

Teste da dengue d� resultado em 20 minutos

Pesquisadores da USP criam sensor que d� rapidamente diagn�stico da doen�a. M�todo foi patenteado e aguarda avalia��o da Anvisa


postado em 08/04/2014 13:00 / atualizado em 08/04/2014 13:17

Vilhena Soares

Bras�lia – Todos os anos, a dengue p�e em alerta as autoridades de sa�de de todo o pa�s. A doen�a, no entanto, ainda n�o conta com um teste eficaz que confirme a infec��o rapidamente, o que, muitas vezes, adia o in�cio do tratamento adequado do paciente. Uma tecnologia criada por pesquisadores da Universidade de S�o Paulo (USP) pode tornar a confirma��o quase instant�nea. Um biossensor desenvolvido no Instituto de F�sica de S�o Carlos (IFSC) se mostrou capaz de detectar a enfermidade em apensas 20 minutos. O teste, al�m de r�pido, pode ser barato, com custo calculado em R$ 100.

“Acreditamos que a dengue � uma das muitas doen�as negligenciadas e que precisa de m�todos que auxiliem o diagn�stico, pois, quanto mais rapidamente obtivermos esse resultado, mais armas poder�o ser usadas para trat�-la”, diz Alessandra Figueiredo, pesquisadora envolvida no projeto. “Temos casos mais graves que ocorrem quando a pessoa contrai a enfermidade pela segunda vez, o que exige mais cuidado ainda”, completa.

Alessandra explica que a grande inova��o do biossensor est� no tipo de anticorpo utilizado para reagir com o v�rus presente no sangue do paciente. Diferentemente dos testes j� existentes, a equipe optou por usar uma estrutura encontrada nas galinhas – os outros usam anticorpos de mam�feros. “Optamos pelo gene da galinha, pois ele tem muito menos semelhan�as com o humano. Os de mam�feros, por serem mais parecidos, podem proporcionar altas chances de erro”, afirma. Segundo ela, a diferen�a torna o teste mais veloz, tornando desnecess�rias v�rias etapas de teste. “Outra vantagem do m�todo diz respeito ao ponto de vista �tico. N�o precisamos matar o animal. Retiramos esse gene da gema do ovo”, esclarece a cientista.

Al�m do anticorpo da ave, os pesquisadores produziram em laborat�rio uma mol�cula anti-NS1, que, como o nome indica, reage � prote�na NS1, que se prolifera no sangue dos pacientes infectados com o v�rus da dengue, transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti. A combina��o das duas microestruturas funciona como uma sinaliza��o da presen�a do organismo causador da doen�a. Caso o plasma sangu�neo testado contenha o agente infeccioso, haver� uma rea��o que confirmar� a doen�a.

O exame ocorre em um equipamento supersens�vel munido com um fio de ouro, capaz de detectar uma carga de energia mesmo muito pequena. “Nosso suporte � feito de um material condutor que, ap�s a rea��o entre a amostra de sangue e o anticorpo de reconhecimento, emite o sinal el�trico caso o v�rus da dengue esteja presente”, explica Nirton Cristi Silva, p�s-doutorando do IFSC e coautor do projeto.

A tecnologia j� foi patenteada e aguarda a aprova��o da Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa). Testes com amostras humanas est�o sendo executadas. “O pr�ximo passo � miniaturizar o biossensor para que ele possa ser vendido em escala industrial. Nossa ideia � que ele possa ser usado em lugares mais distantes, o que facilitaria muito a vida das pessoas que moram em regi�es rurais, por exemplo”, destaca Alessandra Figueiredo. “Ainda n�o temos o valor total de custo do projeto, mas estabelecemos como m�dia R$ 100. Provavelmente, esse valor ainda ser� reduzido”, acrescenta Nirton Silva.

Inova��o necess�ria Para Wagner Rodrigues, professor de f�sica do Instituto de Ci�ncias Exatas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o trabalho dos pesquisadores da USP � louv�vel, principalmente por favorecer o tratamento de uma doen�a que n�o � priorizada por especialistas na �rea de tecnologia no exterior. “Esse tipo de solu��o para enfermidades que consideramos negligenciadas � essencial para pa�ses tropicais como o Brasil, onde a incid�ncia � maior. Precisamos que inova��es tecnol�gicas como essa surjam para minimizar os problemas que a dengue pode causar, que, j� sabemos, s�o muitos”, avalia.

O especialista tamb�m acredita que o novo biossensor possa beneficiar locais com maior incid�ncia da doen�a, j� que a praticidade servir� como maior aliada do diagn�stico precoce. “Uma tecnologia que seja de f�cil manuseamento, al�m de ser pequena e de transporte f�cil, pode ser levada a locais mais distantes. Um resultado em 20 minutos � uma grande evolu��o”, frisa.

 

Palavra de especialista

Alberto Chebabo, infectologista

Rapidez fundamental

“Parece ser uma metodologia interessante, por ser r�pida e de baixo custo. Claro que precisa ser validada e tamb�m necessita de mais informa��es sobre a sensibilidade e a especificidade do teste para utiliza��o na pr�tica cl�nica. Quanto mais precoce o resultado, melhor o cuidado prestado no atendimento ao paciente. Com o diagn�stico confirmado, medidas como hidrata��o oral ou venosa, a depender da gravidade, podem ser realizadas com mais seguran�a. Como o diagn�stico de dengue pode ser confundido com outras doen�as nas suas fases iniciais, a confirma��o cedo possibilita um tratamento mais espec�fico. Metodologias de diagn�stico de baixo custo e de resultados r�pidos s�o uma das demandas mais importantes na
medicina atual.”


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