A gigante norte-americana Microsoft fez, h� poucos dias, pedido de patente de um dispositivo que chamou de Wearable Behavior-Based Vision System (em portugu�s, Sistema Vest�vel de Vis�o Baseado em Comportamento), que, certamente, est� sendo concebido para concorrer com o Google Glass, os �culos inteligentes da Google. Da mesma forma que o gadget j� existente, o Microsoft Glass (se � que j� se pode cham�-lo assim) tamb�m vai ser capaz de reconhecer objetos e situa��es, analisar movimentos e amenizar os riscos de colis�o e outros perigos. De acordo com documentos apresentados pela empresa, justamente o reconhecimento de um carro pelo equipamento � que foi citado como exemplo: os �culos verificam e analisam o percurso do ve�culo e exibem um alerta por meio de suas lentes sobre os perigos que se apresentam ao usu�rio.
A nova cria��o da Microsoft, ainda segundo os documentos, vai poder ser usada tamb�m nos games. Enquanto o usu�rio joga, os �culos ser�o capazes de identificar e alertar sobre objetos no meio do caminho, como cadeiras e mesas, indicando, ainda, formas de se desviar. Seria uma �tima op��o para as pessoas que gostam desses jogos de movimento e que, muitas vezes, se entusiasmam (como quando est�o, por exemplo, jogando uma partida de t�nis pelo console) e acabam se chocando com algum objeto. A presen�a nos mesmos documentos de um Xbox e de uma c�mera parecida com o Kinect indica claramente que � inten��o da Microsoft desenvolver uma integra��o entre o gadget e o seu console.
Concorrente de peso
Apesar de a Microsoft ter feito pedido de registro de patente do gadget, ainda n�o d� para afirmar que a empresa vai mesmo lan�ar seus �culos inteligentes. Afinal, muitas pesquisas e testes envolvem o desenvolvimento de um produto t�o tecnol�gico assim. A pr�pria Google, que saiu na frente j� h� algum tempo, ainda n�o est� totalmente satisfeita com o Google Glass e continua sua busca por aperfei�o�-lo. Seja como for, se a Microsoft de fato se empenhar na concep��o do seu dispositivo, como j� era especulado h� algum tempo, ele poder� mesmo se tornar um concorrente de peso ao aparelho da Google.
O Google Glass, pode se dizer com certeza, � uma obra-prima da tecnologia ao concentrar v�rias fun��es em t�o pouco espa�o. Ele � um telefone, uma c�mera, se conecta � internet, tem GPS... Enfim, � um verdadeiro canivete su��o digital. Trata-se de um acess�rio em forma de �culos, que possibilita a intera��o dos usu�rios com diversos conte�dos, usando a tecnologia de realidade aumentada. Ele n�o conta com uma minitela e sim, com um miniprojetor, que projeta um prisma semitransparente (de forma inteligente) direto na retina. Chamado tamb�m de Project Glass (uma vez que ainda n�o � um produto final, embora j� esteja � venda nos Estados Unidos), o aparelho tira fotos a partir de comandos de voz, consegue enviar mensagens instant�neas e at� mesmo realizar videoconfer�ncias.
J� � venda
Quem mora nos Estados Unidos j� pode comprar o Google Glass. Depois de realizar uma s�rie de pequenas a��es promocionais – inclusive convidando usu�rios a experimentar os �culos inteligentes, com agendamento no Google Glass Basecamp, em San Francisco, Los Angeles ou Nova York –, a gigante das buscas finalmente liberou as vendas do gadget em seu site oficial. Entretanto, ainda se trata de uma vers�o em fase de teses. O an�ncio das vendas foi postado recentemente na p�gina do Google Glass no Google Plus e a nota faz quest�o de destacar que o produto continua integrando o chamado Explorer Program (uma esp�cie de fase de testes).
No comunicado, a empresa salienta que aprendeu muito quando abriu seu site e que decidiu caminhar para um projeto beta mais aberto. “Ainda estamos no Explorer Program, enquanto continuamos melhorando nossos hardware e softwares. Mas, a partir de agora, qualquer um nos Estados Unidos pode comprar o Glass Explorer Edition”, disse a empresa no comunicado. O que incomoda no Google Glass � o seu alto pre�o, at� mesmo nos Estados Unidos. Essa vers�o inicial custa US$ 1,5 mil (cerca R$ 3,4 mil). A d�vida, a partir de agora, passa a ser se essa fase beta ainda demora e se o valor do produto final se manter� nesses patamares.
Muito al�m do lazer
O Google Glass p�de ser testado, e aprovado, por passageiros e equipes de servi�o no aeroporto de Copenhague. Indicado pelo SITA Lab – laborat�rio que trabalha com pesquisa de tecnologia estrat�gica para a ind�stria de transporte a�reo, buscando investigar as melhorias que tais tecnologias podem trazer para viagens de passageiros e tripula��o –, o aeroporto da capital da Dinamarca foi o primeiro do mundo a experimentar o Google Glass. S�o v�rias as a��es em um aeroporto, que, segundo Jim Peters, diretor de tecnologia do SITA, podem ser facilitadas com a presen�a do gadget, incluindo o uso em check-in, em autosservi�o de entrega de bagagem e em portas de embarque de autoatendimento. “O SITA tem incentivado as companhias a�reas e os aeroportos a experimentar mais a tecnologia wearable”, diz. Produtos wearable ou, em tradu��o livre, produtos vest�veis nada mais s�o do que cria��es que prop�em uma integra��o cada vez maior da tecnologia ao ser humano, como no caso do Google Glas.
Para Jim Peters, uma grande vantagem dessa tecnologia � manter as m�os livres, permitindo assim uma nova forma de trabalhar. “No Aeroporto de Copenhague, temos visto benef�cios reais para os passageiros e equipe de servi�o. Do ponto de vista operacional, a facilidade de ado��o e de uso de dispositivos de vidro � grande e s� leva um dia para os funcion�rios se familiarizarem com o novo equipamento”, afirma.
Positivo
J� Marie-Louise Lotz, diretora de atendimento ao cliente do aeroporto, informa que o feedback dos passageiros e da equipe de servi�os tem sido muito positivo. “Achamos o Google Glass muito f�cil de ser usado e mais amig�vel do que outros dispositivos, como o tablet. Com ele, conseguimos reduzir a quantidade de papel que nossos gestores precisam utilizar, como escalas de servi�o, folhas de atribui��o de secret�ria, progn�stico de pico, n�mero de passageiros e chegadas de cruzeiros. � medida que os dispositivos deixam as m�os livres e os funcion�rios n�o est�o se concentrando em uma tela, eles podem atender melhor aos passageiros”, garante.
Complementando, a diretora do aeroporto revelou que sua equipe de funcion�rios tamb�m observou que ter acesso pelo aparelho a servi�os como o Google Tradutor e a informa��es sobre port�es, bagagem e dados de voos ajudou bastante a melhorar o di�logo com os passageiros, ressaltando, ainda, que compartilhar informa��es com outros colegas por meio da c�mera do dispositivo, para fins de documenta��o e publica��o de fotos em um f�rum fechado de trabalho, promove, ainda, grande intera��o entre os funcion�rios.