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Estado de Minas

Mosquito encurralado: detergente biol�gico combate o mosquito da dengue

L�quido produzido por bact�rias encontradas em solo contaminado por petr�leo, e patenteado por pesquisadores da Unesp, funciona como tr�s em um contra o Aedes aegypti


postado em 09/08/2014 14:00 / atualizado em 09/08/2014 12:33

Fl�via Ayer

Matar as larvas, exterminar o inseto adulto e ainda funcionar como repelente para o Aedes aegypti. Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Rio Claro, no interior de S�o Paulo, descobriram subst�ncia “tr�s em um” no combate ao mosquito transmissor da dengue, que j� contaminou 638,4 mil brasileiros este ano. Trata-se de um detergente biol�gico, produzido por bact�rias encontradas em solo contaminado por petr�leo. Al�m de todas essas atribui��es, o biossurfactante � at�xico e biodegrad�vel. O produto est� sendo patenteado pelos bi�logos, mas, por enquanto, sua chegada ao mercado esbarra no alto custo de produ��o.

(foto: EM / DA Press)
(foto: EM / DA Press)

Desde 1997, os cientistas estudam o biossurfactante produzido pela bact�ria Pseudomonas aeruginosa LBI. O micro-organismo foi encontrado no terreno onde funcionava um posto de gasolina e levado para o laborat�rio. A bact�ria consome material oleoso e a��car e sintetiza o detergente biol�gico. A subst�ncia j� tem aplica��o na ind�stria petrol�fera para a limpeza de tanques e na remedia��o de contamina��es. O emprego no combate � dengue, entretanto, � in�dito.

“Constatamos que pode ser usado como inseticida, larvicida e repelente. A dengue n�o conta ainda com vacina e, por isso, � importante atuar nas tr�s frentes”, afirma o mestre em microbiologia Vin�cius Luiz Silva, que desenvolveu o estudo junto dos pesquisadores Jonas Contiero, Cl�udio Jos� Von Zuben e Roberta Barros Lovaglio. O desafio agora � tornar o custo de produ��o da subst�ncia mais baixo. “Nossas pesquisas agora est�o voltadas para que a mat�ria-prima fique mais barata”, refor�a. Apesar do pre�o, um produto nunca havia se mostrado t�o eficaz e vers�til contra o mosquito da dengue, cada vez mais resistente a inseticidas.

No primeiro teste, uma solu��o com a subst�ncia foi aplicada em recipiente com �gua cheio de larvas do inseto. Para respirar e garantir sobreviv�ncia, as larvas precisam se manter na superf�cie. “O produto, no entanto, reduz a intera��o entre as mol�culas da �gua e quebra a tens�o superficial do l�quido, impedindo que as larvas fiquem na superf�cie”, explica Vin�cius. A a��o do produto come�a a ser percebida 18 horas depois da sua aplica��o.

O segundo teste consistiu no combate aos mosquitos adultos e o biossurfactante se mostrou mais uma vez eficiente. O produto foi borrifado nos insetos, que morreram imediatamente. Uma terceira frente de trabalho comprovou a efic�cia da subst�ncia como repelente. Os pesquisadores passaram o produto em ratos previamente anestesiados e, por 40 minutos, nenhum inseto se aproximou dos mam�feros. Segundo o biol�go, n�o h� problema em rela��o ao uso do biossurfactante na pele.

INTERNACIONAL

Parceria entre os laborat�rios de Microbiologia Industrial e de Entomologia do Instituto de Bioci�ncias da Unesp Rio Claro e financiado pela Funda��o de Amparo � Pesquisa do Estado de S�o Paulo (Fapesp), o estudo foi apresentado no m�s passado em congresso nos Estados Unidos. E o coordenador do Laborat�rio de Entomologia I do Departamento de Zoologia do Instituto de Bioc�ncias, Cl�udio Jos� Von Zuben, destaca ainda mais uma faceta do biossurfactante. “Ele tem a vantagem de n�o afetar outros grupos de insetos”, aponta.

Segundo Von Zuben, a import�ncia do novo m�todo do combate ao mosquito da dengue cresce diante do aumento da resist�ncia do Aedes aegypti. “A maior parte dos produtos acaba induzindo resist�ncia ao inseto com o passar do tempo. Estamos percebendo a exist�ncia de gera��es cada vez mais resistentes”, afirma. As larvas do inseto j� conseguem se reproduzir em �gua n�o muito limpa e os adultos v�m se adaptando a temperaturas mais baixas.

“Toda estrat�gia que visa controlar a densidade populacional do vetor causa interfer�ncia direta na epidemiologia de uma doen�a transmitida por ele”, refor�a o bi�logo. De acordo com o Minist�rio da Sa�de, este ano, a dengue matou 213 pessoas no Brasil. No total, 638.404 pessoas foram infectadas pelo v�rus. Enquanto o biossurfactante n�o come�a a ser usado, Von Zuben alerta para os cuidados para o combate � doen�a. “A maior parte dos criadouros est� dentro de casa”, ressalta. A principal orienta��o � n�o deixar acumular �gua em nenhum tipo de recipiente.

 

A��o eficaz

O biossurfactante, produzido pelas bact�rias Pseudomonas aeruginosa LBI, atua em tr�s frentes no combate ao mosquito da dengue:

» A subst�ncia diminui a tens�o do l�quido presente nos criadouros do Aedes aegypti, fazendo com que as larvas afundem. Sem conseguir se manter na superf�cie para respirar, elas morrem

» O biossurfactante � usado em borrifadores no combate aos mosquitos adultos. Ao entrar em contato com a subst�ncia, h� a quebra da cut�cula dos insetos, que morrem imediatamente

» Usado como repelente, o biossurfactante afasta os mosquitos por 40 minutos

COMO COMBATER A DENGUE
» Pneus velhos: entregue-os ao servi�o de limpeza urbana. Caso voc� precise realmente mant�-los, guarde-os em local coberto.

» Piscinas: trate a �gua com cloro e limpe-a uma vez por semana. Se n�o for us�-la, cubra-a bem. Se estiver vazia, coloque um quilo de sal no ponto mais raso.

» Lixeiras dentro e fora de casa: feche bem o saco pl�stico e mantenha a lixeira tampada.

» Caixas-d’�gua, cisternas e po�os: mantenha-os bem fechados e tampe aqueles que n�o tiverem tampa pr�pria

» Garrafas PET e de vidro: embale para recolhimento todas as que n�o for usar. Se for guard�-las, ponha sempre a boca para baixo.

» Pratinhos de vasos de plantas e xaxins dentro e fora de casa: elimine-os.

FONTE: SES


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