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Estado de Minas

Estudo mostra que usar o computador � �timo exerc�cio para o c�rebro

Em Belo Horizonte, aula de inform�tica atrai idosos


postado em 28/10/2014 08:26 / atualizado em 28/10/2014 08:24

O monitor Álvaro Henrique, de 17 anos, orienta o aluno Fernando Benevides, de 65. Uma experiência de solidariedade para ambos (foto: Cristina Horta/EM/D.A PRESS )
O monitor �lvaro Henrique, de 17 anos, orienta o aluno Fernando Benevides, de 65. Uma experi�ncia de solidariedade para ambos (foto: Cristina Horta/EM/D.A PRESS )

Trabalhar o c�rebro � fundamental para a boa sa�de mental de idosos. Exercit�-lo periodicamente ajuda a evitar v�rias doen�as, principalmente a dem�ncia. Nesse aspecto, o computador e a informatiza��o se tornam grandes aliados. De acordo com estudo publicado na revista cient�fica PLoS One – desenvolvido pelo professor da Escola de Psiquiatria e Neuroci�ncia Cl�nica Osvaldo Almeida (diretor de pesquisa do Centro de Sa�de e Envelhecimento, da Universidade de Western Australia) –, pessoas mais velhas, que t�m contato com computadores, apresentam menos risco de desenvolver dem�ncia em um per�odo de oito anos. Os cursos de inform�tica s�o, portanto, �timas oportunidades para o idoso se inserir no mundo digital e trabalhar a sa�de mental.

“O est�mulo gerado pela inform�tica � ben�fico e auxilia a manuten��o da mem�ria, proporcionando um aprendizado constante”, diz Pollyana Paix�o, coordenadora administrativa da Faculdade Cotemig, entidade que realiza anualmente cursos gratuitos para idosos em suas duas unidades em Belo Horizonte, nos bairros Floresta e Barroca. “O programa representa uma possibilidade de inclus�o digital e de inser��o dessas pessoas no mundo da inform�tica e de ajud�-las a estimular o c�rebro e a mem�ria”, afirma.

Serena Fernandes Ribeiro, professora do curso, revela que as principais dificuldades que os idosos t�m � entender como fazer a intera��o com o computador por meio do mouse e do teclado, al�m do medo de estragar a m�quina. “A gente percebe que � um receio que vem de casa, porque algu�m da fam�lia deve ter dito para n�o mexer no computador. Os alunos contam que os familiares muitas vezes n�o t�m paci�ncia de explicar como usar a m�quina e que ficam indignados ao ver os netinhos acessando-a naturalmente. Nosso maior desafio � fazer com que eles ven�am esse medo”, diz.

Por causa disso, segundo Serena, uma das aulas � s� para eles poderem clicar em tudo e abrir todas as telas que desejarem. A �nica orienta��o � que eles devem ler e entender todas as mensagens que aparecerem e chamar os monitores sempre que precisar. “Com o tempo, eles percebem que a m�quina � autoexplicativa. Costumo brincar que � um jogo de pergunta e resposta. Se a m�quina n�o obedecer ao comando, ela provavelmente vai exibir uma mensagem explicando o que est� ocorrendo. Para ensinar aos idosos � preciso que o professor tenha paci�ncia e did�tica, que fale a mesma l�ngua deles, evitando termos t�cnicos. Tamb�m � importante nos colocarmos no lugar do aluno para entender suas dificuldades”, diz ela, lembrando que um aluno chorou de emo��o em uma aula ao conseguir acessar a internet pela primeira vez e ver um novo mundo se abrir para ele. “Os idosos s�o alunos interessados e com mais entusiasmo do que os jovens”, acrescenta a professora.
A professora Serena Fernandes diante da turma de aprendizes: desafio é quebrar resistência (foto: Cristina Horta/EM/D.A PRESS )
A professora Serena Fernandes diante da turma de aprendizes: desafio � quebrar resist�ncia (foto: Cristina Horta/EM/D.A PRESS )

Mais paci�ncia
Em seu segundo ano como monitor de curso, Victor de Souza Prata, de 17 anos, se diz gratificado em colaborar para essa forma��o, em ver o quanto os idosos ficam empolgados por aprender. “Acordo cedo no s�bado, que � um dia em que poderia descansar, mas vou para o curso com um �nimo especial, pois o prazer de ensinar e v�-los felizes � grande. Tudo o que aprendem, fazem quest�o de agradecer e mostrar como aquilo tem influenciado no dia a dia”, afirma o estudante, lembrando que a maioria come�a o curso sem nem saber ligar o computador. “� comum eles esquecerem o que aprenderam nas primeiras aulas e a� temos de refor�ar o conte�do. Quando entram na internet sozinhos � o momento mais legal, porque vejo o quanto e sentem livres e satisfeitos”, relata Victor, ressaltando que, de fato, ele tem mais paci�ncia em ensinar no curso do que em sua pr�pria casa.

Trabalhando como monitor pela primeira vez, �lvaro Henrique Moreira Barbosa, de 17, concorda que � mais f�cil ensinar idosos fora de casa do que algu�m da fam�lia. “Talvez por a gente ter menos intimidade com a pessoa e ter mais responsabilidade.” Ele ressalta que os idosos t�m grande dificuldade com o mouse. “Por isso a paci�ncia � primordial para a gente conseguir ensinar e fazer com percam o medo. Sempre digo que eles n�o precisam temer e que o mouse � a ferramenta que os ensina a pensar. Que � como se fosse a extens�o da pr�pria m�o. Procuro sempre passar confian�a e usar uma linguagem que entendam”, completa.

Servi�o
Os curso de inclus�o digital para idosos fazem parte do projeto Cotemig Social. Come�am geralmente entre os meses de agosto e outubro, para aproveitar as datas que comemoram o Dia do Voluntariado (28/8) e o Dia do Idoso (1/10). A dura��o � de tr�s meses e s�o oferecidas 100 vagas, 50 para cada unidade da institui��o. Para saber mais,acesse: www.cotemig.com.br

 

De passatempo � utilidade no trabalho
Fernando Ant�nio Benevides, de 65 anos, aut�nomo, conta que decidiu entrar no curso para se atualizar e usar o computador para trabalho. Com pouco tempo de aulas, j� tem planos de criar um blog para divulgar os poemas que escreve. “Fiz aula de datilografia h� muitos anos, mas n�o sabia usar o computador. Sou projetista industrial, s� que fa�o tudo na prancheta. Depois desse curso b�sico, pretendo fazer outros para desenvolver meus projetos no computador. H� cinco anos escrevo poemas sobre temas do cotidiano e posso public�-los em um blog. A professora vai me ajudar a cri�-lo”, avisa ele, bem animado.

Tamb�m frequentador do curso do Cotemig, o advogado S�rgio Ribeiro de Carvalho, de 64, conta que a necessidade de aprender a usar o computador aumentou depois que a Justi�a come�ou a implantar processos eletr�nicos. “Sempre precisei de aux�lio de funcion�rios e colegas para usar o computador. Na �rea jur�dica, os processos est�o deixando de ser f�sicos para se tornar eletr�nicos, de forma a agilizar os processos. Por isso, o curso para idosos est� sendo muito �til”, diz.

Liga/Desliga
A aposentada Ruth Fernandes, de 72, concluiu o curso de inform�tica h� dois anos e conta que seu objetivo inicial era aprender a ligar e desligar o computador, por�m o aprendizado foi muito al�m do esperado. H� muitos anos tinha um em casa, por�m n�o sabia nem lig�-lo. “Um dia, meu neto me repreendeu por desligar a m�quina na tomada. Depois disso, resolvi procurar o curso para aprender o b�sico e gostei. Hoje, o computador � uma ferramenta de aproxima��o com os meus filhos, j� que um mora em S�o Paulo e o outro nos Estados Unidos”, revela.

S�nia Maria Braga, outra ex-aluna, tamb�m aposentada e com 72 anos, nem sabia ligar o computador quando fez o curso, h� dois anos. Hoje, consegue se comunicar com parentes distantes e usufruir das facilidades de pesquisar pre�os e informa��es de produtos e servi�os na internet. “Meu genro foi quem me levou a fazer o programa, e foi �timo. Acreditava que a idade seria um empecilho para aprender  como navegar na internet. Agora, n�o vivo mais sem a m�quina. J� tenho conta no Facebook e adoro jogar buraco pela internet.”

 


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