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Estado de Minas

No Dia Nacional do Doador, associa��o destaca import�ncia da doa��o de �rg�o

Mais de 50 mil pessoas esperam por um transplante de �rg�os. Hoje, Dia Nacional do Doador, associa��o diz que � importante as pessoas expressarem � fam�lia sua vontade de doar


postado em 27/09/2015 00:12 / atualizado em 27/09/2015 11:04

 

(foto: Divulgação)
(foto: Divulga��o)
“Quando voc� for para o c�u, deixe seus �rg�os da Terra. Afinal, anjos s� precisam de asas.” Essa � a frase de um homem que lutou pela vida e ganhou um novo cora��o. O nome dele � Roberto de Jesus Santana, de 58 anos, ex-atleta, formado em engenharia. Praticava de nata��o a handebol e doava sangue a cada dois meses at� ser surpreendido, em meados de 2003, por um diagn�stico de cardiopatia. A doen�a se agravou e foi necess�rio um transplante.


“Quanto tempo vai demorar? Ser� que o �rg�o vai ser compat�vel? Ser� que eu aguento?” Foram tr�s meses de ang�stia e sem respostas at� a cirurgia ser realizada com sucesso em 9 de janeiro de 2004. Hoje, usando 12 medicamentos para evitar a rejei��o do �rg�o – j� foram necess�rios 32 – acompanhado de algumas restri��es relacionadas � atividade f�sica e aos h�bitos alimentares, Roberto vive feliz com a fam�lia e se considera uma pessoa de sorte. Afinal, s�o 55 mil pessoas na fila por um �rg�o em todo o pa�s.

“O Brasil ainda � muito carente de campanhas que falem sobre a doa��o de �rg�os e tecidos. A informa��o � algo fundamental para esse assunto. Campanhas deveriam ser elaboradas o ano todo”, afirma o m�dico Jos� de Lima Oliveira J�nior, especialista em cirurgia cardiovascular, em transplante de cora��o e coordenador da Comiss�o de Remo��o de �rg�os da Associa��o Brasileira de Transplante de �rg�os (ABTO). Ele lembra que hoje � o Dia Nacional do Doador de �rg�os e Tecidos, cujo objetivo � conscientizar a popula��o da import�ncia das doa��es e o quanto esse ato pode salvar vidas.

Apesar de serem realizados, em m�dia, 23,5 mil transplantes por ano, a ABTO acaba de divulgar balan�o no qual constata que, pela primeira vez em oito anos, houve uma queda de quase 20% da taxa de doadores em rela��o ao ano passado.“A Lei 10.211, de 23 de mar�o de 2001, disp�e que a retirada de �rg�os e tecidos de pessoas falecidas para a realiza��o de transplante depende da autoriza��o da fam�lia. A recusa pode estar ligada � falta de informa��o, religi�o ou a outros dogmas”, explica o especialista. Os mitos tamb�m impedem a autoriza��o para a doa��o. Diferentemente do que muitos pensam, o corpo do doador depois da retirada dos �rg�os n�o sofre deforma��es. Depois da retirada, o corpo � recuperado para a mesma apar�ncia. Outra quest�o apontada por Lima � a demora no procedimento de retirada dos �rg�os. “� necess�rio melhorar a estrutura e alterar pontos da legisla��o para que o processo seja mais �gil, reduzindo  o tempo do procedimento e tornando menos traum�tico para as fam�lias envolvidas.”

Na pr�tica, a retirada � simples, mas deve seguir crit�rios r�gidos.  “A partir da confirma��o da morte cerebral, o potencial doador precisa ser mantido adequadamente at� que os �rg�os sejam retirados. O primeiro � sempre o cora��o e, a partir da�, pulm�es, f�gado, p�ncreas e rins. Por �ltimo, os tecidos”, diz Lima.

Um dos pontos cruciais � que todo cidad�o brasileiro que tem o desejo de doar �rg�os e tecidos expresse sua vontade para sua fam�lia, para que a autoriza��o seja concretizada no momento oportuno. Por meio do Facebook, o usu�rio tem a op��o de declarar em seu perfil ser doador.  � mais uma forma de mostrar sua vontade aos amigos e familiares, mas o especialista afirma que “mesmo com a declara��o na rede social, a fam�lia precisa concordar. A declara��o serve para que os familiares saibam da vontade do potencial doador se o tema nunca tiver sido abordado em vida”, explica.

DOA��O EM VIDA Estando vivo, tamb�m � poss�vel doar �rg�os. Nesse caso, os doadores s�o aqueles que doam um �rg�o duplo como o rim e o pulm�o, uma parte do f�gado, p�ncreas, ou um tecido, como a medula �ssea, para ser transplantado em um familiar ou amigo. Para esse tipo de doa��o � necess�rio ser um cidad�o juridicamente capaz, ter condi��es adequadas de sa�de e estar apto a doar sem comprometer suas aptid�es vitais. Esse tipo de doa��o s� pode ser feito para um receptor com indica��o terap�utica indispens�vel de transplante e o doador deve ser parente at� quarto grau ou c�njuge. No caso de n�o parentes, a doa��o s� pode ser concretizada ap�s autoriza��o judicial.

Mas nem sempre, na pr�tica, a boa inten��o de ajudar o outro � imediata. “A gente marcou o transplante e no dia a cirurgia, ela n�o pode ser feita. Buscamos a Justi�a e 60 dias depois foi realizada”, conta Renato de Lima Costa, de 58 anos, que doou um rim em 2009. Ele enfrentou problemas devido ao grau de parentesco com o receptor. A paciente, que havia passado por dois transplantes com rejei��o e uma s�rie de hemodi�lises, recebeu o �rg�o de Renato com sucesso. “A gente faz com amor pela vida do outro”, diz o aposentado, orgulhoso do seu ato.

Minas Gerais
O MG Transplantes, respons�vel por coordenar a pol�tica de transplantes de �rg�os e tecidos no estado, diz que, em m�dia, s�o realizados 2,3 mil transplantes por ano. Segundo o diretor do MG Transplantes, Omar Lopes Can�ado J�nior, n�o houve queda do n�mero de doadores, “mas os n�meros podem melhorar para contribuir com a diminui��o da fila de espera”. A lista mineira tem cerca de 2,8 mil pessoas aguardando por um �rg�o. O dado � de mar�o deste ano.


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