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Estado de Minas

Floresta Amaz�nica e caatinga est�o entre as �reas mais vulner�veis �s mudan�as do clima

Com imagens de sat�lite, s�o identificadas regi�es do globo que precisam de pol�ticas de prote��o


postado em 19/02/2016 06:00 / atualizado em 19/02/2016 07:07

Área da Floresta Amazônica: bioma especialmente sensível à variação de luz e de nuvens(foto: Luis Robayo/AFP 28/11/2015)
�rea da Floresta Amaz�nica: bioma especialmente sens�vel � varia��o de luz e de nuvens (foto: Luis Robayo/AFP 28/11/2015)

A Floresta Amaz�nica e a caatinga est�o entre os ecossistemas mais vulner�veis �s mudan�as clim�ticas e podem sofrer mais do que a maioria das regi�es do globo com a varia��o da temperatura e das chuvas causada pelo aquecimento global. A descoberta faz parte de um estudo publicado ontem na revista Nature que descreve um novo m�todo de avaliar a sensibilidade de diferentes �reas do mundo �s altera��es do clima. Entre os biomas mais amea�ados, tamb�m est�o a tundra, t�pica das regi�es geladas do �rtico; por��es da Floresta Boreal, que cobre parte do Canad� e do Alasca; o leste da Austr�lia; e as matas temperadas encontradas em regi�es alpinas.


A tend�ncia � que esses espa�os eventualmente atinjam um ponto cr�tico, no qual os biomas se tornar�o permanentemente inst�veis e responder�o de forma mais grave �s perturba��es extremas. Os dados obtidos pelo �ndice fornecem uma nova forma de quantificar a resposta dos ecossistemas �s mudan�as naturais e causadas pelo homem, podendo ser uma importante ferramenta para a prote��o dessas �reas amea�adas.

O grupo de pesquisadores baseou a avalia��o em imagens obtidas pelo sat�lite MODIS, da ag�ncia espacial norte-americana, a Nasa, entre 2000 e 2013. “� dif�cil obter medi��es de uma forma consistente, particularmente em locais remotos”, comenta Alistair Seddon, principal autor da pesquisa e estudante de p�s-doutorado da Universidade de Bergen, na Noruega. “Os dados de sat�lite revolucionaram a pesquisa em ecologia, porque eles fornecem um quadro global tanto do clima quanto das condi��es do ecossistema. Agora, temos informa��es suficientes para revelar como os ecossistemas t�m respondido ao longo desse per�odo”, ressalta Seddon.

Com base nos dados de alta resolu��o, os cientistas foram capazes de acompanhar as varia��es da produ��o vegetal e relacionar as mudan�as com a altera��o de outros fatores, como a temperatura do ar, a disponibilidade de �gua e o grau de cobertura de nuvens. As informa��es foram combinadas para a cria��o de um �ndice de sensibilidade de vegeta��o (VSI, na sigla em ingl�s), que descreve com precis�o in�dita a vulnerabilidade de cada regi�o �s mudan�as clim�ticas.

Rea��es distintas O �ndice revelou que diferentes biomas respondem �s mudan�as clim�ticas de formas distintas. As matas temperadas, por exemplo, s�o mais sens�veis �s varia��es de disponibilidade de �gua do que as outras, enquanto regi�es alpinas demonstram uma forte sensibilidade � temperatura. J� a tundra � bastante afetada pelas mudan�as de calor e de cobertura de nuvens. A Amaz�nia, por sua vez, � muito suscet�vel � varia��o de luz e de nuvens, e a vegeta��o tropical africana sofre quando h� limita��o de �gua – um fator que passou desapercebido por estudos anteriores.

“N�o sabemos se essas s�o caracter�sticas permanentes desses sistemas ou se podem mudar com o tempo. Conforme mais dados forem registrados, n�s poderemos examinar tend�ncias no �ndice e ver como elas mudam com o tempo”, ressalta Seddon. “Precisamos avaliar se (a sensibilidade) � relacionada com o tipo de vegeta��o, como certos tipos de taxas de crescimento, ou se � o resultado de dist�rbios antigos e da hist�ria do uso da terra. Essa � a pr�xima quest�o que queremos responder”, aponta o pesquisador.

Um desafio est� no que os especialistas chamam de “efeito de mem�ria”. Ao longo dos meses analisados pelo estudo, algumas regi�es n�o pareciam responder �s varia��es clim�ticas, mas ainda guardavam tra�os deixados por condi��es registradas tempos antes. Os pesquisadores ainda n�o sabem dizer por que esse fen�meno acontece nem quais ser�o os efeitos desse processo a longo prazo.

Observa��o Medir a rea��o de diferentes tipos de vegeta��o ao clima tem sido uma tarefa dif�cil. Os modelos ecol�gicos atuais dependem de modelos que procuram simular tend�ncias em cada bioma, uma estrat�gia pouco precisa que pode minimizar os danos causados a �reas mais din�micas. “Houve outras tentativas similares de avaliar as respostas da vegeta��o � �gua, � temperatura e � luz. Como n�o havia a extens�o de dados de sat�lite usados nesse estudo, eles dependiam de modelos para ajud�-los a compreender as sensibilidades da vegeta��o ao clima”, ressalta Alfredo Huete, professor da Universidade de Tecnologia de Sydney e especialista em mudan�as clim�ticas.

O �ndice criado por Seddon e colegas, acredita Huete, muda esse modelo anal�tico. “Esse estudo apenas usa observa��es do sat�lite, j� que eles t�m 14 anos de dados globais para analisar. Nenhum modelo � necess�rio. � apenas observar como as paisagens reagem � varia��o do clima”, resume o especialista. “O �ndice VSI talvez seja mais sens�vel para detectar reais mudan�as na vegeta��o e atribuir essas mudan�as �s tr�s vari�veis clim�ticas”, compara Huete, para quem os dados de sat�lite podem ser combinados com avalia��es realizadas diretamente nos locais afetados pelo clima, fornecendo um mapa ainda mais detalhado dos pontos mais sens�veis �s varia��es clim�ticas. “O VSI n�o analisa os mecanismos de resposta da vegeta��o, ent�o precisamos de dados in situ para ter a hist�ria completa”, avalia.


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