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Estado de Minas

�leo de cozinha � transformado em biodiesel

Projeto desenvolvido por universidades mineiras prop�e reaproveitamento de res�duos de frituras para produzir combust�vel de baixo custo. Empresas j� demonstram interesse em aplica��es


postado em 29/02/2016 06:00 / atualizado em 29/02/2016 10:54

Pesquisadora observa tanques que armazenam biodiesel (foto: divulgação/BCHEM)
Pesquisadora observa tanques que armazenam biodiesel (foto: divulga��o/BCHEM)

J� pensou em aplicar o �leo que voc� usa na cozinha no tanque da sua picape, SUV, caminh�o ou �nibus movido a diesel? No que depender de pesquisadores mineiros, essa ideia poder� ser colocada em pr�tica num futuro bem pr�ximo. Projeto desenvolvido pelas universidades de Ita�na (UI) e Federal de Minas Gerais (UFMG) prop�e o reaproveitamento de �leos e gorduras residuais para produzir biodiesel. A ideia, nascida em 2008 com a primeira usina m�vel de biodiesel do mundo, ganhou corpo com a fus�o de processos mec�nicos e qu�micos de produ��o que a tornaram vi�vel. Como consequ�ncia, quatro patentes foram registradas. Duas grandes empresas j� se mostram interessadas e uma startup foi criada com foco no desenvolvimento da tecnologia.

S�o v�rias as vantagens do biodiesel de �leo de fritura (sim, aquele que usamos em casa) em rela��o ao diesel de petr�leo: renov�vel e isento de enxofre, esse biodiesel pode ser usado em motores diesel sem necessidade de adapta��o dos ve�culos. Al�m disso, apresenta maior lubrificamento, acarretando maior vida �til do motor, e polui 80% menos na emiss�o de gases de efeito estufa, aponta o coordenador do projeto Bchem – Novas tecnologias para a produ��o mais eficiente de biodiesel, o engenheiro mec�nico Alex Nogueira Brasil.

Quando se fala em biodiesel produzido a partir do �leo de fritura, o pesquisador lembra tamb�m que o res�duo da cozinha deixa de ser descartado no meio ambiente. Apenas no Brasil, s�o gerados cerca de 5,5 bilh�es de litros de �leo de fritura por m�s. Menos de 5% desse res�duo � reciclado ou tem destina��o ambiental correta. E o mais grave: um litro de �leo pode contaminar at� 25 mil litros de �gua pot�vel, dados alarmantes que apontam a import�ncia do desenvolvimento de estudos como esse.

Aqui, material passa por tratamento e sua qualidade é avaliada no laboratório (foto: divulgação/BCHEM)
Aqui, material passa por tratamento e sua qualidade � avaliada no laborat�rio (foto: divulga��o/BCHEM)
O mercado de biodiesel atual j� oferece processamento de �leos vegetais naturais para produ��o em grande escala. Mas n�o aproveita mat�ria-prima de baixo valor agregado, como os �leos residuais do processo de fritura de alimentos, salienta Alex Brasil. “As tecnologias usadas atualmente n�o permitem a utiliza��o de �leos de baixa qualidade, como os de fritura e gordura animal. O biodiesel � produzido geralmente com �leo refinado de soja. Come�amos a nos perguntar se era poss�vel trabalhar com res�duos. Partimos para a execu��o do projeto, feito em parceria com a UFMG”, conta o engenheiro mec�nico.

Durante a fase de desenvolvimento, a Universidade de Ita�na entrou com o reator ultrass�nico que transforma biodiesel (processo mec�nico), enquanto a equipe liderada pelo professor Rochel Montero Lago, do Grupo de Tecnologias Ambientais da UFMG, desenvolveu novos catalisadores para trabalhar com o �leo de maior acidez (processo qu�mico). Participam dos trabalhos alunos dos cursos de gradua��o de engenharia mec�nica, engenharia de produ��o e engenharia civil.

A primeira fase, ainda anterior � participa��o da UFMG, foi marcada pela identifica��o do problema e in�cio do desenvolvimento da tecnologia. Com investimento do grupo minerador Minerita, sediado em Ita�na, Regi�o Centro-Oeste de Minas Gerais, foi lan�ada em 2008 a primeira usina m�vel de biodiesel do mundo, com capacidade para produzir 30 mil litros/m�s. A usina rodou mais de 20 mil quil�metros no Brasil, participando de congressos, feiras e eventos. Durante a etapa, destinou todo o biodiesel produzido para o abastecimento dos caminh�es e �nibus que transportam os funcion�rios da minera��o.

Em 2008, foi criada a primeira usina móvel de biodiesel do mundo, que rodou mais de 20 mil quilômetros pelo Brasil (foto: BCHEM/Divulgação )
Em 2008, foi criada a primeira usina m�vel de biodiesel do mundo, que rodou mais de 20 mil quil�metros pelo Brasil (foto: BCHEM/Divulga��o )

Produ��o

A parceria firmada entre as universidades promoveu uma fus�o de tecnologia na produ��o de biodiesel por irradia��o ultrass�nica com catalisadores heterog�neos nano modificados. A aplica��o est� inserida no desenvolvimento da tecnologia – usina e processo –, com �nfase em um processo de elevada sustentabilidade t�cnico-econ�mico-ambiental, permitindo o uso de mat�rias-primas de baixo valor agregado. O trabalho de pesquisa e inova��o tecnol�gica j� rendeu ao grupo o dep�sito de quatro patentes no Brasil e nos Estados Unidos: reator ultrass�nico, usina de biodiesel, processo produtivo e catalisador heterog�neo.

Em dezembro, o trabalho foi o primeiro colocado da 3ª Feira de Ci�ncias e Inova��es Tecnol�gicas (Feicintec) promovida pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG). “Hoje, temos tecnologia certificada para produ��o de biodiesel em pequena escala, a um baixo custo que permite transformar mat�ria-prima de baixa qualidade, principalmente �leo de fritura de alimentos, em biodiesel que atenda �s especifica��es legais”, garante Alex Brasil. Al�m da Minerita, o projeto conta com a participa��o da rede de supermercados Verdemar, de Belo Horizonte, e aguarda defini��o para uso do biodiesel na f�brica da Fiat Autom�veis S/A, em Betim, com extens�o para alunos da PUC Minas. De acordo com a Fiat, para confirmar o projeto oficialmente faltam apenas conversas formais. Mas busca novos parceiros, como empresas de transporte de cargas e de passageiros, cujo diesel � uma das principais fontes de custos de opera��o.

Desenvolvimento

Alex Brasil destaca ainda a import�ncia da participa��o dos estudantes no desenvolvimento e apresenta��o dos trabalhos. “A universidade � o momento de experimentar, de mostrar aquilo de que s�o capazes, criando tecnologia e ferramentas que representem avan�os palp�veis e sirvam � popula��o em geral.” Depois de participar e vencer competi��es de empreendedorismo, Alex Brasil, Rochel Lago e Andr� Brasil decidiram criar a startup BChem Solutions, como foco de trabalho na �rea. Os pesquisadores agora aguardam a certifica��o do combust�vel junto � Ag�ncia Nacional do Petr�leo. G�s Natural e Biocombust�veis (ANP).

 


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