Boulevard do Porto Maravilha, que recebeu uma plataforma tecnol�gica com 15 solu��es inteligentes (foto: Liliane Corr�a/EM)
Voc� n�o gosta de esportes, n�o pratica, n�o assiste e n�o torce. N�o vai assistir aos jogos e n�o mora no Rio de Janeiro. Ent�o, voc� pensa: "essa olimp�ada n�o vai mudar minha vida em nada". Certo? Pois �. S� que muda. E muito.
A norte-americana Cisco e a Prefeitura do Rio de Janeiro apresentaram nesta quarta-feira, 6 de julho, a plataforma tecnol�gica instalada no Porto Maravilha, que deve ser um dos maiores legados dos jogos para a cidade. A regi�o totalmente revitalizada, que abriga agora o Museu de Arte do Rio (MAR) e o Museu do Amanh�, ganhou 15 solu��es urbanas inteligentes, que permitem a experimenta��o e implementa��o de novos servi�os com agilidade. E essas solu��es urbanas apontam caminhos que v�o muito al�m do Rio.
Uma boca de lobo entupida, por exemplo, que provoca alagamentos quando chove forte, n�o � um problema exclusivo dos cariocas. Mas uma das solu��es apresentadas nesta parceria promete resolver o problema com simplicidade, efici�ncia e custo relativamente baixo, podendo ser implementada em regi�es identificadas como cr�ticas para o problema.
Na regi�o do Porto Maravilha, 28 bueiros foram equipados com o produto da Netsensors, um sistema que, ao mesmo tempo, ret�m os res�duos s�lidos e, por meio de sensores volum�tricos conectados ao sistema de monitoramento, avisa a hora de efetuar a limpeza. Coletores remov�veis que avisam quando est�o cheios nasceram da ideia de uma das startups vencedoras do Desafio Cisco de Inova��o Urbana, promovido em 2015. "O coletor envia a informa��o de que est� cheio ao centro de controle. Os funcion�rios que fazem a manuten��o recebem um smartphone com um aplicativo que indica quais bueiros precisam ter o lixo recolhido. Para garantir ainda mais efic�cia ao processo, ele registra uma imagem do bueiro antes da limpeza e depois dela, com o coletor j� vazio e reposicionado", diz o diretor-executivo da Netsensors, Carlos Chiaradia.
A medi��o volum�trica � feita a cada 12 horas e a bateria do sensor dura cerca de um ano, segundo o empreendedor, que teve sua startup acelerada como resultado do desafio.
Coletor remov�vel com sensor volum�trico da Netsensors instalado em bueiro da regi�o do Porto Maravilha (foto: Liliane Corr�a/EM)
Outra solu��o que nasceu numa startup acelerada pela Cisco foi o �udio Alerta, sistema de vigil�ncia que atua na detec��o de sons incomuns e envio de alertas para o Centro de Controle e Comando do Porto Maravilha. Um algoritmo espec�fico permite determinar e classificar sons incomuns, como um disparo de arma de fogo. "Quando os sensores captam o som de um tiro, j� podemos saber o calibre da arma na central de opera��es e, assim, acionar a for�a de seguran�a necess�ria para intervir", diz o gerente de produto da startup, Ivo Fraz�o.
O �udio Alerta tem ainda uma c�mera que, pela triangula��o do som captado pelos microfones, localiza a origem do ru�do incomum e possibilita ao operador, na central, fazer uma varredura completa na �rea.
C�mera e microfones do �udio Alerta, que faz o monitoramento de �udio e v�deo na regi�o (foto: Liliane Corr�a/EM)
As solu��es inteligentes apresentadas para a regi�o do Porto Maravilha s�o, acima de tudo, formas inovadoras de utilizar a tecnologia para resolver e evitar problemas comuns a qualquer cidade, incrementando a qualidade de vida de quem vive ou passa por elas. "Quando pensamos em tecnologia, estamos pensando em qualidade de vida, n�o em luxo", disse o presidente da Cisco Brasil, La�rcio Albuquerque. A parceria da Cisco com a Secretaria de Ci�ncia e Tecnologia da Cidade do Rio de Janeiro e o Comit� Organizador dos Jogos Ol�mpicos e Paral�mpicos Rio 2016 visa, segundo ele, garantir legado social concreto e duradouro ap�s os Jogos.
O servi�o de wi-fi p�blico da regi�o, que j� cobre uma �rea de aproximadamente 100 mil metros quadrados, permite coletar dados como n�mero de visitantes por hor�rio, equipamentos mais visitados, dura��o das visitas, eventuais retornos do visitante e freq��ncia com que ele visita o local. A ideia � abrir os dados para artistas digitais, desenvolvedores de aplicativos, engenheiros, estudantes e outros profissionais, por meio do Datasensing, programa que tem parceria com o Museu do Amanh�.
POL�MICA
Seguindo o tom pol�mico adotado pelo prefeito Eduardo Paes, o presidente da Companhia de Desenvolvimento urbano da Regi�o do Porto (Cdurp), Alberto Silva, aproveitou o evento de apresenta��o da plataforma tecnol�gica instalada no. Porto Maravilha para alfinetar o governo do estado. "A cidade do Rio de Janeiro e seu compromisso com os Jogos v�o muito bem, obrigado", disse. "A crise de seguran�a do governo do estado n�o foi provocada pela Olimp�ada", argumentou."O choro � livre!"
