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Estado de Minas

Estande na SBPC promove viagem-rel�mpago �s geleiras da Ant�rtida

Estande da Marinha com maquetes das instala��es e navios de pesquisas no continente foi um dos mais visitados no primeiro dia do evento que re�ne pesquisadores na UFMG


postado em 18/07/2017 06:00 / atualizado em 18/07/2017 08:22

Os estudantes Ravik Gomes e Gabriel Santa (C) visitaram o estande e saíram com o sonho de fazer a viagem real à Antártida(foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
Os estudantes Ravik Gomes e Gabriel Santa (C) visitaram o estande e sa�ram com o sonho de fazer a viagem real � Ant�rtida (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
Passar meses em um deserto de gelo, ficar semanas sem ver a fam�lia e enfrentar temperaturas que chegam a 30°C negativos – com ventos incessantes que fazem o frio parecer ainda pior – parece uma tarefa que desperta pouco interesse para a maioria das pessoas. Mas para pesquisadores e estudantes universit�rios que participam da 69ª reuni�o da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ci�ncia (SBPC) o ambiente in�spito da Ant�rtida desperta a curiosidade e muito interesse.


O estande da Marinha, onde foram montadas maquetes das instala��es e navios brasileiros de pesquisa na Ant�rtida, foi um dos mais procurados e movimentados no primeiro dia do encontro que re�ne at� s�bado, na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na capital mineira, centenas de pesquisadores e nomes de destaque do mundo cient�fico internacional. Um simulador de navega��o montado para os visitantes permitia que eles experimentassem como � comandar uma embarca��o com as pr�prias m�os.

Os visitantes – principalmente estudantes do ensino m�dio, universit�rios e pesquisadores p�s-graduados – querem saber tudo sobre como funciona a esta��o brasileira na Ant�rtida: que �reas de pesquisa est�o em andamento, como est� a esta��o ap�s o inc�ndio que causou a morte de dois militares brasileiros h� cinco anos e, principalmente, o que fazer para participar de pesquisas no continente mais gelado do planeta.

“Recebemos pesquisadores de todas as regi�es do pa�s por meio das parcerias com as universidades. O processo seletivo, feito com um ano de anteced�ncia, � muito concorrido. As institui��es apresentam seus projetos de pesquisa ao Minist�rio de Ci�ncia e Tecnologia, onde � feita a sele��o. A Marinha d� o apoio log�stico. Depois de selecionados os projetos, os pesquisadores passam por testes f�sicos e psicol�gicos necess�rios para quem vai ficar por muito tempo em uma regi�o completamente in�spita”, explica Andr�a Paula Fernandes Delduque, comandante da Marinha brasileira.

Uma nova base est� sendo montada na Ant�rtida para substituir a que foi destru�da em fevereiro de 2012 por um inc�ndio. A previs�o � inaugurar o novo espa�o em 2018. “As pesquisas n�o foram interrompidas pelo inc�ndio. Foram criados m�dulos especiais, que permitiram a continuidade dos trabalhos, e os navios polares (a Marinha tem duas embarca��es) tamb�m foram usados pelos pesquisadores”, conta Delduque.

Os principais temas das pesquisas s�o as mudan�as clim�ticas, caracter�sticas geol�gicas que ajudam a entender melhor a estrutura do planeta Terra, al�m da biologia marinha e outras esp�cies da regi�o.

Os amigos Ravik Gomes, de 23 anos, universit�rio do curso de publicidade, e Gabriel Santa, de 22, estudante de cinema de anima��o, percorreram as grandes tendas da SBPC. Gostaram muito dos conhecimentos repassados pela Marinha. As maquetes atra�ram n�o apenas os olhares da dupla, como a c�mera dos telefones celulares deles. “D� vontade de ir ao local e fazer uma anima��o. Quem sabe, um dia consigo ir l�?”, desejou Gabriel. “Pelo que aprendemos, � muito legal”, completou o amigo.

EXPERI�NCIA Ouvidos atentos e olhos arregalados diante das explica��es de Clarice Linhales, estudante de arqueologia da UFMG, sobre os estudos de pesquisadores da UFMG na Ant�rtida. Desde 1995, um grupo de arque�logos estuda como os habitantes do territ�rio gelado viviam nos s�culos 18 e 19. No interior de um domo infl�vel, ela explica ao p�blico o que foi encontrado em escava��es entre as geleiras.

Num domo inflável, Clarice Linhares (ao fundo) explica como os habitantes do continente gelado viviam nos séculos 18 e 19 (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
Num domo infl�vel, Clarice Linhares (ao fundo) explica como os habitantes do continente gelado viviam nos s�culos 18 e 19 (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
“Esta � a r�plica de um cachimbo. � pequeno de prop�sito, pois tinha como um dos objetivos (ficar debaixo do nariz da pessoa) para esquentar a ponta do nariz. Tamb�m foram encontrados porretes, que eram usados para matar focas. Por que porretes? Porque a pele do animal tem bom valor comercial na Europa e China e a ferramenta era usada para n�o danificar a pele. Um tiro, por exemplo, prejudicaria”, contou a universit�ria.

Cada explica��o, uma rea��o de surpresa do p�blico. Como a para que servia as costelas de baleias desenterradas do gelo: eram usadas como estruturas, onde se amarrava pano, para prote��o contra o vento. Os arque�logos ainda encontraram garrafas que, ap�s estudos, informam que bebidas fermentadas, como cerveja, eram usadas no cotidiano, tanto por crian�as quanto adultos, como alimentos. J� as bebidas destiladas eram usadas em festas.

As palavras dela s�o acompanhadas pelo coordenador do projeto da institui��o de ensino, o argentino Andr�s Zarankin, do Laborat�rio de Estudos Ant�rticos em Ci�ncias Humanas da UFMG. “O trabalho l� � feito em parceria com pesquisadores do Chile, Argentina, Austr�lia e Estados Unidos”. Em m�dia, segundo ele, o grupo da universidade fica 45 dias l�.

Atua��o pol�tica


A falta de verbas e de apoio de governantes levou alguns pesquisadores que participam da SBPC a ventilar a ideia da cria��o de um partido pol�tico para se dedicar �s causas da ci�ncia, educa��o, tecnologia e inova��o. A legenda teria at� uma poss�vel candidata: a pesquisadora Helena Nader, que presidente a SBPC h� seis anos. Mas assessores do instituto descartaram que ela tenha interesse em disputar uma vaga no Legislativo. Mas fica a cobran�a: “H� clara necessidade de termos representa��o de cientistas, professores e pesquisadores no Congresso Nacional e outras inst�ncias legislativas do pa�s”, defende Glaucius Oliva, professor titular do Instituto de F�sica de S�o Carlos da USP e ex-presidente do CNPq.

A ci�ncia do cotidano


A ci�ncia no dia a dia � uma das propostas do encontro, que re�ne brasileiros e estrangeiros. Do Rio de Janeiro, a mestranda na Fiocruz Mariana Elysio, de 25 anos, informa o caminho percorrido pela energia el�trica, da usina � resid�ncia das fam�lias, por meio baners e de uma maquete que simula o quanto os aparelhos dom�sticos consomem em Watts (W).

“Um dos objetivos � mostrar onde e como as pessoas podem economizar energia. N�o � bom, por exemplo, ligar ao mesmo tempo o chuveiro, que consome 4.200W no inverto e 3.500W no ver�o, e o secador, que consome 1.200W. Al�m de consumirem muitas energias, pode ocorrer quedas de luz”, alertou Marina, acrescentando que um objeto como o ferro de passar roupa consome 1.000W.

Emendas malfeitas ou com fios de espessuras diferentes tamb�m geram perda de energia. As explica��es dela, sobretudo diante da maquete, foram ouvidas com aten��o pelo p�blico. Muitos visitantes s�o estudantes de escolas p�blicas da capital.

Mestranda da Fiocruz, Mariana Elysio explica o processo da energia elétrica e dá dicas de consumo(foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
Mestranda da Fiocruz, Mariana Elysio explica o processo da energia el�trica e d� dicas de consumo (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)

Foram em excurs�es para o c�mpus da UFMG. Outros, levados pelos pais, ficaram curiosos no estande SBPC Jovem, que reuniu alunos-pesquisadores de v�rias partes do pa�s. Um deles, do Rio de Janeiro, � Maxwell Pers, de 17, integrante do projeto World Biotec Tour.

“Nossa proposta � divulgar a biotecnologia. Os v�rus s�o um dos assuntos mais estudados (no ramo). Explicamos o que, de forma geral, � um v�rus e, com ajuda deste equipamento, mostramos �reas do corpo que ficam imunes”.

As visitas s�o gratuitas e ocorrem at� s�bado pr�ximo. Ao todo, a programa��o cient�fica conta com 69 confer�ncias, um ciclo de confer�ncia, 82 mesas-redondas, 55 minicursos, 16 sess�es especiais, cinco assembleias, duas reuni�es de trabalho e seis encontros.


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