
S� na cidade de S�o Paulo, por exemplo, foram registrados 66.107 furtos de celulares no ano passado, um aumento de 3,3% em rela��o a 2020, segundo um estudo do Departamento de Pesquisas em Economia do Crime da Fecap (Funda��o Escola de Com�rcio �lvares Penteado).
Embora tenham ca�do 2,3% em rela��o a 2020, os registros de roubos de aparelhos (quando h� amea�a ou viol�ncia � v�tima) atingiram 90.711 ocorr�ncias no ano passado na capital paulista.
Uma pesquisa da empresa de seguran�a PSafe apontou que, em fevereiro deste ano, o Brasil registrou 36 mil bloqueios de aparelhos por dia por conta de tentativas de golpes financeiros.
Celulares subtra�dos s�o utilizados por quadrilhas especializadas para aplicar golpes e fazer transfer�ncias por meio do Pix, plataforma utilizada no Brasil desde novembro de 2020.
Segundo especialistas em seguran�a e policiais, a facilidade e rapidez do uso da ferramenta fomentaram o interesse de quadrilhas por roubos e furtos do aparelho.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o delegado assistente Anderson Honorato, da 2.ª Delegacia do Patrim�nio de S�o Paulo, o Pix virou o "neg�cio da moda" entre criminosos - suspeita-se, inclusive, da participa��o de fac��es criminosas.
Segundo policiais, normalmente os criminosos subtraem celulares j� desbloqueados, quando as v�timas est�o utilizando os aparelhos na rua ou em carros. A partir da�, eles conseguem mudar a senha do teclado ou trocar o chip para outro aparelho. H� diversas t�cnicas utilizadas pelos criminosos para transferir o dinheiro da v�tima pelo Pix, mas normalmente o valor � enviado para contas de laranjas.
H� outros tipos de golpes usando o Pix, principalmente usando o chamado "phishing", quando o criminoso envia mensagens com links de sites falsos com o objetivo de conseguir informa��es pessoais da v�tima.
Outros golpes envolvem algum contato entre o golpista e a v�tima; outros, mais sofisticados, utilizam programas de computador e invas�es de dispositivos eletr�nicos.
A BBC News Brasil reuniu algumas dicas sobre o que fazer para evitar preju�zos maiores caso seu celular seja furtado ou roubado.
1 - Bloquear o aparelho
Caso voc� tenha o celular roubado ou furtado, o primeiro passo a ser dado � bloquear o aparelho imediatamente ap�s a perda do objeto, segundo Emilio Simoni, especialista em seguran�a digital e diretor do dfndr Lab, do grupo CyberLabs-PSafe.
"� muito importante entrar em contato com a operadora pedindo o cancelamento do chip para que o celular seja inutilizado", explica. Os canais de contato podem ser encontrados nos sites das operadoras.
� poss�vel fazer isso usando o IMEI (International Mobile Equipment Identity), registro internacional que possibilita a inutiliza��o do celular de maneira mais r�pida. Por isso � importante anotar o c�digo e t�-lo sempre em m�os.
Normalmente, o IMEI pode ser encontrado na caixa do aparelho ou no pr�prio celular. Uma maneira f�cil de descobrir o IMEI � digitar no teclado do aparelho o seguinte c�digo: *#06#
2 - Mudar a senha de aplicativos

Segundo Simoni, mudar a senha de aplicativos que estejam no celular e possam ser acessados por outras pessoas. Isso porque informa��es pessoais e sens�veis, como senhas e contatos de familiares, poderiam ser acessados facilmente pelo criminoso.
"Normalmente, aplicativos de bancos n�o s�o autenticados de maneira autom�tica. Mas outras ferramentas, como e-mail e redes sociais, permitem que a senha seja modificada por quem est� com o aparelho, por meio de autentica��es por SMS", diz Simoni.
Para a v�tima, alguns desses aplicativos permitem a mudan�a de senha nos sites da ferramentas, o que possibilita ao dono do celular uma mudan�a r�pida.
Nas redes sociais, como Facebook e Instagram, a mudan�a de senha pode ser feita nas se��es de Seguran�a e Login nos sites da plataforma. J� no Gmail, a mudan�a de senha fica na se��o de Informa��es Pessoais.
3 - Informar as institui��es financeiras
Informar o banco e outras institui��es financeiras � um passo recomendado para quem acabou se ter o celular furtado ou roubado.
Como isso, o banco pode bloquear o aplicativo no celular e tamb�m poss�veis transfer�ncias que o criminoso tente realizar para contas de terceiros.
Cada banco tem seu pr�prio canal para esse servi�o. Normalmente eles est�o dispon�veis no site da institui��o. Os contatos telef�nicos dos bancos tamb�m podem ser encontrados no Google.
No ano passado, depois que os golpes pelo Pix cresceram, o Banco Central mudou as regras da ferramenta. O sistema passou a ter limite de R$ 1 mil para transa��es entre 20h e 6h. Desde abril de 2021, o cliente tamb�m consegue diminuir ou aumentar o limite de transfer�ncias feitas pela ferramenta.
4 - Avisar parentes e amigos
Informar parentes e amigos pr�ximos sobre o crime � outra tarefa importante para quem perdeu ou teve o celular roubado.
"Muitas vezes, os criminosos descobrem o contato de familiares em aplicativos de mensagens ou redes sociais e entram em contato para tentar aplicar algum golpe, pedir dinheiro ou informa��es banc�rias", explica Simoni.
5 - Fazer um Boletim de Ocorr�ncia

Registrar golpes, furtos ou roubos de celular (ou de qualquer outro objeto) em um Boletim de Ocorr�ncia (BO) � essencial para comprovar que o delito foi cometido. O documento � exigido em caso de resgate de seguros e tamb�m para informar os bancos em caso de transfer�ncias banc�rias pelo Pix sem autoriza��o do dono da conta.
Para Simoni, outro benef�cio do BO � social. "Ele informa o poder p�blico sobre o delito praticado. Com o Boletim de Ocorr�ncia, a pol�cia tem o dever legal de investigar o crime", diz.
Dados dos BO tamb�m podem ser utilizados para identificar locais onde esses crimes s�o mais praticados. Com informa��es como essa, o poder p�blico pode melhorar o policiamento e investigar a a��o de quadrilhas locais.
Em alguns estados, � poss�vel registrar o BO pela internet. Mas, em caso de roubos que envolvam viol�ncia, as pol�cias orientam que o BO seja feito presencialmente em alguma delegacia.
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