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Uma das principais parceiras do Twitter, uma organiza��o da sociedade civil afirmou estar considerando encerrar seu relacionamento com a plataforma por conta de mudan�as recentes na rede social.
A Anti-Defamation League (ADL, "Liga Antidifama��o", em tradu��o livre) afirmou que a recente decis�o de Elon Musk de restabelecer a conta do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump � "perigosa e inconsistente". A organiza��o acrescentou que a permiss�o � volta do rapper Kanye West ao Twitter "levantou preocupa��es".
Alguns dos principais anunciantes do Twitter tamb�m j� expressaram d�vidas sobre o futuro de seus contratos com a empresa.
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O Twitter n�o respondeu ao pedido de posicionamento da reportagem mas, em seu site destinado � publicidade, a empresa diz que tem "rela��es frut�feras de longa data com grupos e organiza��es importantes de direitos civis, incluindo a NAACP [National Association for the Advancement of Colored People], ADColor e a Anti-Defamation League".
De acordo com a ADL, Musk se reuniu com o grupo em 1º de novembro e assegurou que ningu�m anteriormente banido da rede seria reintegrado at� que fosse instalado um processo transparente e claro, levando em considera��o posicionamentos da sociedade civil.Mas o diretor da ADL, Jonathan Greenblatt, disse que "as decis�es de Musk no m�s passado levantaram s�rias preocupa��es".
No s�bado (19/11), Musk, que comprou o Twitter por US$ 44 bilh�es no m�s passado, fez uma enquete em sua conta na rede social perguntando se Trump deveria ou n�o ter permiss�o para voltar � plataforma. A pesquisa recebeu mais de 15 milh�es de votos, e o apoio � volta do ex-presidente ganhou de 52% a 48%.
Musk tuitou que o "povo manifestou sua vontade" e restabeleceu a conta de Trump, que ainda n�o fez nenhuma postagem. O Twitter do ex-presidente americano foi suspenso em janeiro de 2021 pela acusa��o de incita��o � viol�ncia.
"Esta decis�o � perigosa e inconsistente com o que Musk havia indicado anteriormente ao nosso grupo. Isso nos obriga a pensar se ele est� falando s�rio sobre proteger a plataforma do �dio, do ass�dio e da desinforma��o", disse Greenblatt.
O rapper Ye (anteriormente Kanye West) foi banido por uma postagem antissemita em outubro de 2022, mas come�ou a tuitar novamente no domingo (20/11) para seus 32 milh�es de seguidores.
A NAACP, outra organiza��o de direitos civis citada como uma das principais parceiras do Twitter, est� pedindo aos anunciantes que boicotem o site.
No domingo, Derrick Johnson, presidente da NAACP, tuitou que "qualquer anunciante que ainda financie o Twitter deve interromper imediatamente toda a publicidade agora".
Estima-se que o Twitter ganhe 90% de seu dinheiro com publicidade.
Em uma se��o do seu site, o Twitter lista tr�s organiza��es do segmento da publicidade como suas principais parceiras.
Uma delas, o Brand Safety Institute (BSI, algo como "Instituto de Seguran�a das Marcas"), disse � BBC que a reputa��o do Twitter como "parceiro louv�vel e confi�vel na luta pela seguran�a das marcas" est� amea�ada.
Um porta-voz do BSI afirmou: "Estamos desanimados com a mudan�a de abordagem escolhida por Musk e continuaremos a educar os anunciantes, e a trabalhar com as plataformas, sobre as op��es que eles t�m para oferecer experi�ncias online saud�veis %u200B%u200Bpara marcas e pessoas".
Os outros dois parceiros de publicidade do Twitter s�o a 4As e a Association of National Advertisers (ANA, a Associa��o de Anunciantes Nacionais dos EUA).
A ANA diz que n�o comenta assuntos relativos a neg�cios espec�ficos. A 4As afirmou que est� monitorando o desenrolar da situa��o e aconselhando seus membros de acordo com isto.
Em sua declara��o � BBC, a ADL tamb�m disse que a diminui��o repentina no n�mero de funcion�rios do Twitter levou a uma queda nos padr�es de modera��o da rede. Segundo a organiza��o, "o �dio e a desinforma��o proliferaram". A ADL informou ainda que, segundo seus dados, a rea��o do Twitter a posts antissemitas caiu de uma m�dia de 60% para apenas 30%.
Entretanto, em entrevista ao jornal New York Times, o ex-diretor de seguran�a e confiabilidade do Twitter Yoel Roth disse que, desde a aquisi��o da empresa por Musk, a modera��o da plataforma permaneceu praticamente a mesma e talvez at� tenha aumentado.
"Musk capacitou minha equipe a agir de forma mais agressiva para remover o discurso de �dio em toda a plataforma — censurando mais conte�do, e n�o menos", disse ele sobre seus �ltimos dias na empresa.
- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/geral-63710995
