O homem foi um dos participantes de um teste controlado por Gr�goire Courtine, neurocientista do Instituto Federal Su��o de Tecnologia em Lausanne, e sua equipe
AFP PHOTO /EPFL/CHUV
Gert-Jan Oskam, de 40 anos, sofreu, h� 12 anos, um acidente de bicicleta que o deixou paralisado das pernas e parcialmente paralisado dos bra�os. Hoje, devido a um implante intitulado de interface c�rebro-espinha, um dispositivo revolucion�rio que estabelece uma conex�o direta entre seu c�rebro e os nervos abaixo de sua les�o, ele est� de p� e se locomovendo.
O homem foi um dos participantes de um teste controlado por Gr�goire Courtine, neurocientista do Instituto Federal Su��o de Tecnologia em Lausanne, e sua equipe, que, em 2018, sentiram que a combina��o de estimula��o el�trica da parte inferior da coluna vertebral, com treinamento intensivo, poderia auxiliar pacientes com les�es na coluna a recuperar a capacidade de caminhar.
No caso de Oskam, esse novo sistema faz uso do implante espinhal j� existente, combinando-o com dois implantes em formato de disco inseridos em seu cr�nio, que cont�m dois graus compostos por 64 eletrodos que se posicionam contra a membrana que cobre o c�rebro.
Quando ele pensa em caminhar, os implantes detectam uma atividade el�trica em seu c�rtex cerebral e esse sinal � transmitido sem fio e decodificado por um computador que carrega em uma mochila. Em seguida, as informa��es s�o transmitidas para o gerador de pulso espinhal.
A diferen�a desse dispositivo para o anterior � que o outro gera movimentos rob�ticos pr�-programados. J� o novo sistema permite que o usu�rio tenha controle total sobre os par�metros de estimula��o. Isso significa que ele pode iniciar, parar, caminhar e at� mesmo subir escadas.
Segundo Felipe Mendes, neurocirurgi�o, membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia com MBA em gest�o em sa�de pelo Hospital Albert Einstein, este ainda � um trabalho experimental, em fase inicial, mas bastante promissor.
Segundo Felipe Mendes, neurocirurgi�o, membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia com MBA em gest�o em sa�de pelo Hospital Albert Einstein, este ainda � um trabalho experimental, em fase inicial, mas bastante promissor
Arquivo pessoal
"A t�cnica � dividida em algumas etapas: inicialmente � realizada uma pequena incis�o na regi�o frontal do cr�nio de ambos os lados e inserido um eletrodo. Esse sistema transmite os sinais dos desejos e pensamentos da pessoa para sensores presos a um capacete. Outro procedimento � realizado para implantar um eletrodo tamb�m na medula espinhal, abaixo do n�vel da les�o. J� a intelig�ncia artificial est� envolvida na cria��o de um algoritmo, que permite que os sinais captados pelo capacete sejam transformados em instru��es e enviados para o eletrodo na medula de forma "sem fio", gerando instru��es para mover os m�sculos das pernas e dos p�s.
A novidade, segundo o especialista pode ser considerada um grande avan�o.
Nos �ltimos anos, t�m sido realizadas tentativas de fazer com que as pessoas recuperem seus movimentos por meio de implantes medulares apenas.
"O diferencial neste caso � que, agora, h� uma comunica��o entre os desejos e planejamento do movimento captados no c�rebro e enviados para o eletrodo na medula, e isso � algo in�dito."
Isso reacende a esperan�a de milh�es de pessoas que sofreram les�es na medula espinhal, oferecendo uma perspectiva promissora para uma vida mais independente e funcional.
Caso se consolide como uma t�cnica realmente eficaz e segura, Felipe Mendes explica que existe, sim, a possiblidade de que isso seja ampliado para outros tipos de problemas al�m dos traumatismos de coluna.
"Doen�as como esclerose m�ltipla, Guillain-Barr�, tumores e isquemias medulares, les�es degenerativas da coluna e AVCs tamb�m poderiam ser poss�veis alvos de tratamento."
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