Hollywood

Recentemente, o sindicato dos diretores de Hollywood conseguiu um acordo provis�rio com est�dios de cinema, que garantiram que n�o seriam substitu�dos pela IA.

MARIO ANZUONI
Roteiristas de Hollywood afirmam que a intelig�ncia artificial (IA), como o ChatGPT, n�o consegue criar programas de TV superiores aos produzidos por humanos. Radiologistas acreditam que os pacientes optar�o pela an�lise humana, em vez da IA, em exames de imagem. Pilotos questionam se os passageiros se sentir�o � vontade com algoritmos controlando avi�es. Apesar do r�pido avan�o da IA e das previs�es de economistas sobre a substitui��o de milh�es de empregos, sindicatos t�m enfrentado essa amea�a.

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A IA se tornou um t�pico de disputa crescente nas negocia��es, com l�deres sindicais alegando que as empresas est�o sendo mesquinhas ao trocar profissionais do conhecimento por uma tecnologia que n�o alcan�a a criatividade humana e est� repleta de falhas e preconceitos. Recentemente, o sindicato dos diretores de Hollywood conseguiu um acordo provis�rio com est�dios de cinema, que garantiram que n�o seriam substitu�dos pela IA.

Lesli Linka Glatter, presidente da Directors Guild of America, declarou que a ind�stria est� passando por r�pidas mudan�as e que o acordo � necess�rio para se adaptar a elas. No entanto, economistas apontam que a luta contra a IA ser� mais complexa e longa em outros setores. A filia��o sindical est� diminuindo, e as corpora��es possuem maior influ�ncia nas negocia��es. Sindicatos precisam encontrar argumentos que atraiam l�deres interessados em cortar custos.

Daron Acemoglu, professor de economia do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, defende a import�ncia das vozes dos trabalhadores, pois n�o h� garantias de que executivos tomar�o as decis�es corretas em rela��o ao uso da IA. Sindicatos devem enfatizar aos gestores que a IA sem a interven��o humana pode resultar em mais gastos com erros e gerar trabalhos de baixa qualidade, prejudicando a marca da empresa.

Al�m disso, os sindicatos devem buscar participa��o nas decis�es sobre como a tecnologia � utilizada em conjunto com os trabalhadores e defend�-la como uma ferramenta para potencializar o trabalho criativo, e n�o para substitu�-lo.

A IA gerativa, respons�vel pela cria��o de texto, v�deo e �udio, representa um desafio para sindicatos em setores como escrita, tradu��o e atividades paralegais. Algumas empresas est�o dispostas a trocar humanos pela IA, mesmo que a qualidade do trabalho seja inferior.

Sindicatos do passado j� enfrentaram avan�os tecnol�gicos, como os trabalhadores do setor automotivo na d�cada de 1950, que lutaram contra a incorpora��o de m�quinas para controle num�rico computadorizado sem substituir pessoas na linha de montagem.

Em rela��o � avia��o, pilotos t�m resistido firmemente �s tentativas de reduzir as tripula��es de cabine a uma pessoa. A Administra��o Federal de Avia��o (FAA) expressou preocupa��es sobre como a automa��o pode tornar os pilotos mais complacentes, afetando a seguran�a dos voos.

A luta dos sindicatos de Hollywood pode servir como exemplo, mas, segundo Acemoglu, � importante observar como os est�dios negociar�o com os roteiristas, que est�o em greve desde maio. O poder dos roteiristas pode ser menor devido ao maior n�mero de profissionais no setor.