Imagem digital do VoloCity sobrevoando Paris

Imagem digital do VoloCity, previsto para estrear para valer no ano que vem

Volocopter

Os Jogos Ol�mpicos de Ver�o acontecer�o em Paris no ano que vem.

Enquanto atletas do mundo todo pretendem fazer hist�ria, uma start-up da avia��o chamada Volocopter vem correndo por fora.


Se a promessa deles se confirmar, uma aeronave el�trica de dois lugares chamada VoloCity estar� transportando passageiros pelos c�us de Paris em 2024.

Este seria o primeiro servi�o na Europa a usar uma aeronave el�trica de decolagem e pouso vertical (EVTOL).


Dezenas de empresas pelo mundo v�m desenvolvendo aeronaves EVTOL, com a promessa de viagens mais silenciosas, baratas e livres de emiss�es, capazes de pousar no cora��o das cidades.


A Volocopter diz esperar que a ag�ncia reguladora aeroespacial europeia, EASA, aprove a VoloCity para transporte de passageiros nos pr�ximos meses.


Assim, ela estaria pronta para circular durante a Olimp�ada.


"Est� tudo pronto para come�armos em meados do ano que vem", diz Christian Bauer, diretor financeiro da empresa alem�.


Segundo os planos da empresa, tr�s rotas conectar�o o centro de Paris a aeroportos e helipontos da cidade. A Volocopter tamb�m deve oferecer viagens de ida e volta para pontos tur�sticos.


VoloCity EVTOL

A VoloCity tem dois lugares, mas h� planos para aeronaves maiores.

Volocopter

Pre�o tamb�m nas alturas

Organizar rotas de voo e pontos de pouso (chamados vertiports) em uma cidade agitada como Paris n�o � tarefa f�cil. O desafio t�cnico de desenvolver e conseguir certifica��o para uma aeronave totalmente nova torna tudo ainda mais complexo.

Para alguns, no entanto, os principais desafios ainda est�o por vir.


Nos pr�ximos anos, a Volocopter e seus concorrentes precisar�o provar que existe mercado para suas aeronaves.


As baterias s�o o maior problema.

Eles atualmente s�o pesadas e caras, o que limita o custo-beneficio das aeronaves EVTOL sobre helic�pteros, trens e carros.

O VoloCity tem alcance de quase 35 km, suficiente para voos curtos, mas limitado se comparado ao alcance de um helic�ptero.


Bauer reconhece o desafio. "O que est� nos atrapalhando agora � a tecnologia da bateria, na qual todos estamos trabalhando nesse momento."


Ele diz que baterias mais potentes e baratas surgir�o, permitindo � Volocopter construir aeronaves maiores e capazes de oferecer servi�os a pre�os mais competitivos.


"Come�aremos com tarifas mais 'premium', em torno do que � cobrado pelo segmento de helic�pteros, para depois diminuir gradualmente, at� que tenhamos um modelo de quatro ou cinco lugares disponivel", ele diz.


Imagem digital do Lilium Jet

A empresa Lilium v� grande potencial em �reas onde o transporte � dif�cil

Lilium

A Lilium, outra empresa alem�, j� desenvolveu um elegante EVTOL de porte maior, capaz de transportar at� seis passageiros.

Em vez de usar rotores, como faz o Volocopter, o Lilium usa 30 jatos el�tricos para oscilar entre a eleva��o vertical e o voo horizontal.


A empresa espera obter certifica��o da EASA em 2025.

A Lilium diz que existe um enorme mercado potencial para a aeronave, que poderia oferecer conex�es entre cidades congestionadas ou servi�os em locais com op��es ruins de transporte.


"N�o queremos competir com locais com boa conex�o de trem a baixo custo... Entramos em campo quando n�o h� infraestrutura e a infraestrutura � dif�cil de construir", diz o executivo-chefe da Lilium, Klaus Roewe.

Ele cita um acordo anunciado em junho, no qual a empresa Shenzhen Eastern General Aviation (Heli-Eastern) informou que planeja comprar 100 aeronaves da Lilium.


A Heli-Eastern opera em liga��es a�reas na regi�o chinesa da Grande Ba�a, que inclui locais importantes como Hong Kong, Shenzhen e Macau. Composto por montanhas, muitas ilhas e pen�nsulas, o local pode ser um "pesadelo" para locomo��o, diz Roewe.


Jatos elétricos da Lilium

EVTOL da Lilium usa jatos el�tricos que giram entre a decolagem e o voo horizontal

Lilium

Mas, como a Volocopter, a Lilium aposta na melhoria da tecnologia de baterias para tornar suas aeronaves competitivas.

Roewe diz que ainda h� "incerteza" sobre os custos das baterias, mas acredita que os pre�os cair�o e que a capacidade aumentar�. Ele afirma que a ind�stria EVTOL pode pegar carona nos avan�os em baterias para carros.

"N�o h� raz�o para que nossas baterias sejam mais caras do que qualquer bateria automotiva, porque o processo de produ��o � exatamente o mesmo", diz Roewe.

Apesar do otimismo, alguns especialistas s�o c�ticos sobre as expectativas da ind�stria EVTOL quando se trata de baterias.

"Elas [aeronaves EVTOL] t�m um modelo de baterias que combina produ��o muito baixa e muito cara, e n�o atingir� grandes volumes t�o cedo", diz Bjorn Fehrm, um ex-piloto de jatos de combate para a For�a A�rea Sueca que atualmente trabalha para a consultoria aeroespacial Leeham.

Fehrm aponta que, para decolar e voar, as aeronaves EVTOL consomem energia da bateria muito mais rapidamente do que um carro.

Al�m disso, para ser econ�mica, a aeronave precisaria ser carregada rapidamente. Cargas e descargas r�pidas sobrecarregam a bateria, exigindo um sistema diferente e mais caro do que o de um carro, diz Fehrm.

Ele v� melhoria no futuro, mas projeta baterias apenas "duas vezes" melhores do que as atuais at� o final desta d�cada.

Fehrm diz ainda que a atual capacidade limitada das baterias restringe as condi��es de voo das aeronaves EVTOL.

Por exemplo, um helic�ptero costuma ter alcance suficiente para dar a volta e contornar uma tempestade. J� aeronaves EVTOL, com alcance muito mais limitado, n�o seriam capazes de fazer isso.

Al�m de melhorar a tecnologia da bateria, as novas empresas EVTOL ter�o que montar f�bricas para produzir suas aeronaves em maior escala.

� prov�vel que este seja um processo caro, j� que as aeronaves EVTOL usam os mesmos processos da ind�stria aeron�utica, que n�o s�o compat�veis com produ��o de baixo custo e alto volume, de acordo com Fehrm.

Darrell Swanson, consultor de avia��o especializado em avia��o el�trica, concorda que a melhora da tecnologia de baterias � "um processo desafiador, mas est� acelerando".

Ele tamb�m destaca que as novas empresas precisar�o crescer muito.

"� crucial que a ind�stria cres�a para evitar a ado��o de um modelo limitado a viajantes de neg�cios ou indiv�duos financeiramente privilegiados", diz.

Em abril, a Volocopter abriu sua primeira linha de montagem em Bruchsal, perto de Stuttgart, no sul da Alemanha, capaz de produzir 50 aeronaves por ano, mas espera at� o final da d�cada produzir entre 5.000 e 7.000 aeronaves por ano.

Bauer reconhece que h� muito trabalho e investimento pela frente.

"Eu diria que estamos na �ltima etapa para certificar esse ve�culo. Depois a pr�xima maratona come�a - para obter lucratividade."