Fernanda Gomes*

Roberto Cabrini se destaca como um dos maiores nomes do jornalismo brasileiro. Com 43 anos de profiss�o, atualmente est� � frente do programa semanal Conex�o rep�rter, exibido pelo SBT/Alterosa. Cabrini come�ou sua carreira ainda adolescente, aos 16 anos. “A escolha do jornalismo foi algo natural”, revela, ao contar que a comunica��o sempre fez parte de sua vida, seja como orador da turma ou conversando com os amigos.
“Admir�vel mundo novo” � a express�o utilizada pelo jornalista para descrever o que sentiu na primeira vez em que entrou na r�dio onde iniciou sua carreira, aos 16 anos. Ao ver jornalistas andando de um lado para o outro, sentiu que era aquilo que queria fazer pelo resto da vida. A evolu��o na carreira ocorreu de forma r�pida: aos 17 anos, tornou-se o mais novo jornalista da Globo. Aos 21, estava cobrindo sua primeira Copa do Mundo (1981) e, aos 22, tornou-se correspondente internacional da emissora em Nova York.
Al�m da Globo, Cabrini trabalhou na Band, Record e, desde 2009, � o contratado de Silvio Santos para comandar o Conex�o rep�rter, que vai ao ar �s segundas no SBT/Alterosa. Em sua carreira, coleciona a cobertura de cinco Copas do Mundo, cinco Olimp�adas, seis conflitos internacionais – Afeganist�o, Iraque, Israel/Palestina, Camboja, Caxemira e Som�lia – e a realiza��o de mat�rias em mais de 70 pa�ses. “Tive que abrir m�o de uma parte da minha juventude para ser rep�rter. Enquanto eles (os amigos) se divertiam, eu redigia reportagens e morava sozinho no Centro de S�o Paulo”, relembra Roberto Cabrini sobre as dificuldades que enfrentou para chegar aonde chegou.
Especializado em jornalismo investigativo, coberturas de guerra e defesa dos direitos humanos, Cabrini � r�pido ao ser questionado sobre qual a melhor reportagem que produziu: “Sempre a pr�xima”.
Em seu livro No rastro da not�cia (2019), Cabrini apresenta fatos curiosos sobre 10 grandes mat�rias de sua carreira – escolhidas com base na audi�ncia, pelo car�ter investigativo ou por serem cobertura de guerras. Uma das hist�rias narradas por ele � o sequestro que sofreu enquanto seguia pistas que o levariam at� brasileiros que supostamente estavam escondidos na Col�mbia, em 2010. O jornalista e sua equipe foram levados por guerrilheiros das For�as Armadas Revolucion�rias da Col�mbia (Farc) em um carro de boi at� o local onde ficaram presos por quase tr�s dias. L�, teve de convencer os sequestradores de que n�o tinha liga��o com os EUA. “A conviv�ncia que tive com os guerrilheiros valeu muito mais a pena do que se estivesse com os brasileiros”, revela.
PR�MIOS
Cabrini conta que gosta de conversar com gente, sobretudo aqueles que colocam a vida em risco. “V�rias vezes, pensei que era o meu fim. As primeiras vezes s�o muito dif�ceis e depois voc� vai come�ando a controlar a sua mente”. Nesse ponto, o medo deixa de ser um empecilho e se torna sinalizador de oportunidades. O jornalista adverte: “Denunciados n�o mandam flores”. Ele sabe que as pessoas que investiga ir�o amea��-lo – isso faz parte da profiss�o que escolheu.
Tanto trabalho duro s� poderia ter um resultado: pr�mios. Entre os mais de 20 que coleciona, Cabrini destaca o Pr�mio Esso Especial de Telejornalismo 2010, que recebeu pela mat�ria “Sexo, intrigas e poder”, que denunciava casos de pedofilia envolvendo representantes da Igreja Cat�lica em Arapiraca, no interior de Alagoas.
H� quase 10 anos � frente do Conex�o rep�rter, Cabrini atribui o sucesso do programa � equa��o entre credibilidade e popularidade: “N�o h� circo sem bilheteria”. A pauta da atra��o aborda tanto reportagens investigativas quanto as de interesse p�blico. “Meu �nico preconceito � contra mat�ria malfeita”, completa. O jornalista tamb�m leva em considera��o os coment�rios dos telespectadores na hora de escolher um assunto. Com essa conectividade, o programa n�o � apenas sucesso televisivo, mas tamb�m destaque nos meios digitais. Somente no YouTube, tem mais de 1 milh�o de inscritos e mais de 165 milh�es de visualiza��es. “O fascinante do jornalismo � que ele sempre se renova. O importante � n�o perder a sintonia com a sociedade”, diz.Aos 59 anos, Cabrini n�o pensa em parar: “Nunca me passou pela cabe�a me aposentar”. Ao ser questionado sobre que conselho daria para aquele adolescente de 16 anos que sonha ser jornalista, � categ�rico: “Tenha menos ansiedade, porque tudo vai dar muito certo.”
* Estagi�ria sob a supervis�o da subeditora Tet� Monteiro
NO RASTRO DA NOT�CIA

Com PC Farias, tesoureiro do ex-presidente Fernando Collor, que foi assassinado
Ayrton Senna, tri campe�o mundial, foi uma das celebridades que j� entrevistou

Cabrini cobriu seis conflitos internacionais, entre eles do Iraque e de Israel/Palestina