
Alexandre Nero voltou ao hor�rio mais nobre da Globo. Depois do sucesso de “Fina estampa” no ano passado, ator agora � protagonista de “Imp�rio”, na faixa das 21h. Duas novelas de Aguinaldo Silva e a segunda, que conta a saga do comendador, venceu o Emmy internacional em 2015. Em “Fina estampa”, e contra todas as probabilidades, ele virou queridinho do p�blico feminino – e do gay Cr� – como o motorista Baltazar. Mais que mach�o, era machista, um troglodita que batia na mulher. Jos� Alfredo tamb�m � mach�o, mas tem outro perfil.
Como o comendador, cria uma fortuna do nada. Inicia um processo sucess�rio que implode sua fam�lia. “Imp�rio” marcou o estouro do ator. "Veio como um tsunami, mudou muita coisa na minha vida. Foi meu primeiro protagonista. Isso mudou a perspectiva do p�blico em rela��o a mim, que vinha de pap�is secund�rios." Virou uma loucura. "As pessoas passam a te seguir na rua, dormem na porta de casa, o ass�dio � permanente. O comendador se transformou em fen�meno de massa. Virou fantasia de carnaval. Entrou para o rol dos personagens eternizados pela dramaturgia."
Nero experimentou algum inc�modo ao interpretar esses mach�es de carteirinha? Bastava o texto de Aguinaldo ou ele fez alguma pesquisa? "Todos os personagens que fa�o t�m coisas minhas. Muito do temperamento do comendador tem a ver com o meu, tanto o lado mais rude quanto o mais doce, at� porque nenhum personagem � uma coisa s�. N�o quisemos desenh�-lo como her�i ou vil�o, mas como um personagem mais maduro, com todas essas contradi��es."
Para ele, o texto � importante, a pesquisa de campo tamb�m, mas existem outros fatores – o figurino, a caracteriza��o, os companheiros de cena, o set de grava��o, a equipe, tudo importa. "O comendador que a gente v� na novela � fruto daquela �poca, daquele meu momento. H� seis anos, ainda n�o tinha vivido a experi�ncia de ser pai, ent�o o comendador tinha muito do meu pai. Acredito que hoje ele seria diferente. Tudo o que a gente vive interfere de alguma maneira na cria��o dos personagens."
Jos� Alfredo tem um lado rom�ntico, sensual muito forte. "Como todo bom folhetim, a novela conta a saga de um personagem que supera muitas dificuldades e vence na vida, mas tudo come�a com uma hist�ria de amor que n�o se concretiza. No caso dele, esse amor n�o correspondido faz o personagem ir atr�s de poder, de dinheiro, como compensa��o. E, na aus�ncia desse amor, quase como uma vingan�a por ter sido rejeitado, ele acaba indo atr�s de romances."
O ator ainda relembra ainda um fato importante de sua vida pessoal que, segundo ele, s� foi poss�vel por causa de seu personagem em “Imp�rio”. “Cantar com o Rei no especial de Roberto Carlos foi um presente que o comendador me deu."

GENEROSIDADE
Lilia Cabral � parceira em “Imp�rio”. "Foi minha terceira novela com ela. Lilia foi parceira em “A favorita”, minha estreia na TV, aos quase 40 anos de idade. Devo muito da repercuss�o desse personagem a ela, � maneira generosa como me acolheu." E como ele v� seu retorno, pela segunda vez, ao hor�rio nobre? "Est� sendo uma surpresa. A Globo tem um acervo gigantesco de novelas que ca�ram no gosto popular. Vai ser bem interessante rev�-la seis anos depois."
Reconhece que deve muito � coragem do autor – Aguinaldo Silva – que o bancou no papel de protagonista. "Ele enxergou no meu trabalho o comendador que queria e apostou que daria certo, apesar de ser um personagem bem mais velho do que eu, de uma realidade completamente diferente da minha e do que j� tinha feito na TV. O mais curioso � que nunca conversamos nem antes, nem depois da novela. O comendador foi meu elo de conex�o com o Aguinaldo." (Estad�o Conte�do)
