
Alexandre Nero v� reflexos da pol�tica brasileira em Tonico Rocha, seu personagem em “Nos tempos do imperador”, novela das seis da Globo. O deputado tem p�ssima �ndole e vive compactuando com falcatruas. Vingativo, se casou com Dolores (Daphne Bozaski) apenas para atingir Pilar (Gabriela Medvedovski), que o abandonou no altar. Para Nero, homens como o vil�o est�o soltos por a�, despejando falas absurdas e racistas.
“Talvez, Tonico n�o tenha dualidade. Gosto de colocar humanidade nos personagens, para que as pessoas percebam (a dualidade). Mas ele � a personifica��o do mal. E � bacana que seja para a novela. � algu�m que n�o tem como voc� defender”, assegura o artista.
FAKE NEWS
Na trama escrita por Alessandro Marson e Thereza Falc�o, Tonico age de forma desprez�vel com todos � sua volta. Opositor de dom Pedro II (Selton Mello), o filho do coronel Ambr�sio (Roberto Bonfim) � dono de um jornal, que usa a seu favor para difamar ou manipular quem lhe interessa.
“Como gravamos grande parte da novela antes da estreia, temos o agravante de n�o poder mexer mais. N�o conseguiremos 'azeitar' o personagem, rever nossos errinhos. A gente confia 100% na dire��o”, relata Nero.
A lista de inimizades de Tonico vai al�m de dom Pedro II e Pilar. O deputado n�o suporta Samuel/Jorge (Michel Gomes), engenheiro negro que luta pela aboli��o. O vil�o acredita que o rapaz seja o respons�vel pela morte de Ambr�sio e nem imagina o la�o de sangue que os une: s�o meios-irm�os.
Apesar de Tonico ser ficcional, Nero afirma que seu personagem consegue ser mais pr�ximo da realidade do que aqueles que realmente existiram na hist�ria do Brasil.
DISTOPIA
“Em alguns momentos, acho que estou em Marte, pois � t�o dist�pico o que Tonico diz... Mas, a�, vejo pessoas falando o mesmo na vida real. Este cara n�o tem nada de fic��o, ele � assustadoramente real”, ressalta o ator.
De segunda-feira a s�bado, Nero aparece �s 18h, como o deputado Tonico, e �s 21h, como o marcante Jos� Alfredo na reta final da edi��o especial da novela “Imp�rio”, outra atra��o da Globo.
O Comendador Jos� Alfredo do folhetim de Aguinaldo Silva foi o primeiro protagonista de Alexandre Nero, um divisor de �guas em sua carreira.
“Estou assistindo � novela, o que era dif�cil de acontecer naquela na �poca. Entendo mais a trama, come�o a ver de outra forma os personagens, percebo aqueles atores brilhantes em torno de mim e lembro como foi bacana o trabalho. � totalmente diferente do Tonico”, revela, ao comentar seu trabalho em “Imp�rio”.

M�sico engajado
Alexandre Nero, de 51 anos, � artista com v�rios talentos. Al�m de atuar, ele comp�e, elabora arranjos e � instrumentista. Ali�s, estreou como ator na pe�a musical “Chicago 1930”, em 1975.
Recentemente, Nero participou do disco “Aldir Blanc in�dito” (Biscoito Fino), dedicado ao compositor que morreu de COVID-19 em 2020, ao lado de Chico Buarque, Jo�o Bosco, Maria Beth�nia, Guinga e Dori Caymmi, entre outros.
Em parceria com Ant�nio Saraiva e Aldir, ele lan�ou “Virul�ncia”. Essa indignada can��o, que surgiu das ideias que o Nero trocava com Blanc por e-mail, remete a mazelas brasileiras – pandemia, quilombolas, ind�genas e florestas devastadas.
Em 2020, ele chamou a aten��o nas redes sociais ao homenagear Milton Nascimento no dia de seu anivers�rio com a releitura “voz e viol�o” de “Um gosto de sol”, faixa do antol�gico “Clube da Esquina”.
Ele gravou os discos “Maquina�ma” (2001) e “Vendo amor” (2011), al�m do DVD “Revendo amor” (2014), entre outros trabalhos. (
Da reda��o
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