
Que “Round” 6 � sucesso absoluto na Netflix, n�o h� d�vida. Mas como continuar com esse barulho todo ao redor da produ��o se a ideia � ter apenas uma temporada? O servi�o de streaming, na busca de embarcar nesse sucesso inesperado, talvez tenha encontrado uma boa substituta em “My name”, s�rie coreana de oito epis�dios j� dispon�vel na plataforma.
Mesmo requintada visualmente, a produ��osul-coreana n�o tem o apelo pop de “Round 6”: nada de “batatinha frita, 1, 2, 3” ou do figurino que, no mundo p�s-pandemia, poderia ser usado como fantasia de carnaval. Por�m, muitos atributos de “My name” a colocam em destaque no cat�logo e justificam a subida r�pida ao top 10 do servi�o de streaming.
BULLYING
Acompanhamos Ji-woo (Han So-hee), garota que sofre bullying na escola e sempre precisa ser escoltada por policiais e seguran�as devido ao sumi�o do pai mafioso, Dong-hoon (Yoon Kyung-ho). A partir da�, “My name” vai colocando o espectador dentro da rotina de Ji-woo, que parece n�o avan�ar.
Ela vive � espera de not�cias do pai. E � nesse ponto que a s�rie mostra a que veio: mata Dong-hoon sem piedade, com a filha incapaz de ajud�-lo. A busca por vingan�a � o motor da trama, numa escalada visual e narrativa que tem tudo para prender quem gostou de “Round 6”, mas n�o havia experimentado outras produ��es coreanas do g�nero, como “A vil�” ou “Tempo de ca�a”.
V�rios elementos da trama policial com doses de suspense e a��o a fazem ser t�o interessante a ponto de ser chamada de “substituta de 'Round 6'”. A come�ar pelo roteiro esperto de Kim Ba-da, que, apesar de abra�ar o tom novelesco das s�ries coreanas, sabe como colocar as reviravoltas de maneira natural na hist�ria.
N�o h� exagero na quantidade de mudan�as de ritmo ou de rumo da trama. Tudo soa como se fizesse realmente parte do mundo de Ji-woo. A s�rie n�o fica inerte, parada. A hist�ria de Ba-da traz reviravoltas que fazem sentido.
Em “My name”, nada � est�tico. Tudo muda. Muito dessa naturalidade vem do elenco, principalmente de Han So-hee (da s�rie “The world of the married”). A atriz trabalha um arco dram�tico que vai muito al�m do esperado. H� transforma��o em seu olhar, na atitude e nos gestos.
N�o � de hoje que a Netflix est� de olho em s�ries da Coreia do Sul. V�rias produ��es rom�nticas, chamadas k-dramas, podem ser encontradas no cat�logo da gigante do streaming, como “Pousando no amor”, “Love alarm” e a supreendente “Tudo bem n�o ser normal”, com personagens “fora da caixa” dos melodramas e um interessant�ssimo coprotagonista autista.
Com os bons n�meros obtidos por “Round 6”, a s�rie mais assistida da Netflix, e a performance de “My name”, o investimento em hist�rias sul-coreanas deve aumentar e, quem sabe, acompanhar o vigoroso boom do pa�s no cinema mundial devido aos filmes “Parasita”, “Invas�o zumbi” e “O hospedeiro”, entre outros.
� bom lembrar: existe p�blico, h� qualidade de produ��o e boas hist�rias sendo contadas na Coreia.