
Soo Hugh relutou em encarar “Pachinko”, o livro de Min Jin Lee que foi finalista do National Book Award em 2017. Os temas do romance pareciam pr�ximos demais. Hugh, showrunner da �tima s�rie “The terror”, nasceu na Coreia do Sul e mudou-se para os EUA ainda beb�. “Pachinko” � um �pico sobre a coreana Sunja, que vai das d�cadas de 1910 a 1990. Mas a roteirista e produtora tomou coragem.
A s�rie, de oito epis�dios, n�o segue a estrutura linear do livro, pulando no tempo e assim deixando claras as diferen�as geracionais. Em 1915, a pequena Sunja (Yuna), filha dos donos de uma pequena estalagem em um distrito da hoje metr�pole Busan, sente os efeitos da brutal ocupa��o japonesa da Coreia.
J� adolescente, interpretada pela estreante Kim Minha, Sunja se envolve com o elegante Hansu (o astro sul-coreano Lee Min ho), novo administrador do mercado de peixes. Ela engravida e descobre que Hansu tem fam�lia.
Junto da m�e, Sunja salva a vida do pastor Isak (Steve Sanghyun Noh), com quem se casa e vai morar em Osaka. Paralelamente, no final da d�cada de 1980, Solomon (Jin Ha), neto de Sunja, volta ao pa�s onde foi criado, o Jap�o, para fechar um neg�cio. Ele reencontra o pai (Soji Arai) e a av� (agora interpretada por Youn Yuh-jung, vencedora do Oscar de atriz coadjuvante em 2021 por “Minari”).
O t�tulo “Pachinko” refere-se ao jogo de ca�a-n�queis, que virou meio de sobreviv�ncia para coreanos que moravam no Jap�o, como o pai de Solomon. Um jogo que � tamb�m dependente da sorte, como a vida de Sunja.
O t�tulo “Pachinko” refere-se ao jogo de ca�a-n�queis, que virou meio de sobreviv�ncia para coreanos que moravam no Jap�o, como o pai de Solomon. Um jogo que � tamb�m dependente da sorte, como a vida de Sunja.
"Senti uma tremenda conex�o com a personagem, por sua determina��o de sobreviver, sua for�a, sua honestidade", disse Youn. A atriz, de 74 anos, nasceu ap�s o fim da Segunda Guerra e, portanto, da ocupa��o japonesa.
"Mas minha m�e me contou como era", contou. "Fico feliz de essa hist�ria estar sendo contada. Antes, ningu�m estava interessado na hist�ria de um pa�s t�o pequeno. Mas o mundo parece estar ficando menor."
N�o � um tema que todas as fam�lias coreanas – ou japonesas – est�o dispostas a comentar. "Muita gente prefere esquecer o passado porque � doloroso demais", comentou Soo Hugh. "Mas o problema � que quando voc� tenta varrer o passado para baixo do tapete, tudo acontece novamente. A gente est� vendo isso agora. O mundo n�o muda, porque revivemos os mesmos erros."
ATUAL E UNIVERSAL
“Pachinko” � uma s�rie de �poca, sobre uma circunst�ncia particular, mas atual e universal. Muitos pa�ses passaram – est�o passando – por ocupa��es, muitas pessoas sofrem preconceitos, imigrantes enfrentam adversidades tremendas. Toda fam�lia tem suas trag�dias.
"A s�rie quer celebrar as pessoas e a humanidade, e n�o julgar ou condenar algu�m", observou Hugh. Ela espera que os espectadores possam se reconhecer nas jornadas de Sunja e Solomon, que s�o de sacrif�cio dos pais pelos filhos, luta pela sobreviv�ncia, amores incondicionais, uni�o familiar, injusti�as, triunfos.
"Gosto de �picos, dos filmes de David Lean. � um tipo de produ��o que perdemos", ressaltou Hugh. ''Costum�vamos ter obras grandiosas sobre pessoas reais e n�o s� super-her�is."