Plataformas investem em tramas sobre empres�rios fraudulentos

Jovens, inteligentes, ousados. Quantas hist�rias j� vimos sobre empreendedores que tiveram ideias que ningu�m teve, criaram startups de sucesso e viraram milion�rios como que num passe de m�gica? As miniss�ries “WeCrashed”, da Apple TV+, e “The dropout”, da Star , apresentam narrativas sobre o lado negro da for�a, por assim dizer.

S�o produ��es baseadas em fatos que tra�am um olhar detalhado da economia centrada no Vale do Sil�cio e financiada pelo capital de risco. S�o tamb�m hist�rias de arrog�ncia e excesso – o abismo � inevit�vel.

 

 

“The dropout”, protagonizada por Amanda Seyfried, acompanha Elizabeth Holmes, fundadora da empresa m�dica Theranos. Em 2015, ela se tornou a bilion�ria mais jovem dos EUA (sua empresa havia sido avaliada em US$ 9 bilh�es) por ter desenvolvido uma tecnologia que revolucionaria os exames de sangue – e, por consequ�ncia, o sistema de sa�de de seu pa�s. Pouco depois do “t�tulo” conquistado, a sucess�o de fraudes come�ou a ser revelada. Ap�s ter sido condenada por fraude e conspira��o, em julgamento realizado em janeiro deste ano, Holmes aguarda senten�a.

     

 De 2010, quando foi criada, a 2019, atingiu o valor de mercado de US$ 47 bilh�es. Em menos de um ano, �s v�speras de entrar na bolsa de valores, a empresa foi reavaliada em US$ 7 bilh�es e Neumann foi posto para fora pelos investidores. Os problemas de lideran�a, excesso de �lcool e drogas foram essenciais para sua “demiss�o”. 

Ambas as produ��es t�m in�cio com o ocaso dos empreendedores e, por meio de flashbacks, reconstroem sua hist�ria. A Elizabeth Holmes de Amanda Seyfried era estranha e antissocial desde crian�a – mas tamb�m sabia que queria fazer algo revolucion�rio e ganhar rios de dinheiro.

Na parede de seu quarto, a adolescente n�o tinha um p�ster de uma estrela de rock ou de um astro do cinema, mas sim de Steve Jobs. Se o fundador da Apple e Bill Gates, da Microsoft, abandonaram a faculdade, ela n�o pensa duas vezes em largar a faculdade de Stanford e pegar o dinheiro reservado pelos pais para seus estudos e criar a Theranos.

MENTIRA

A s�rie traz a vida em fam�lia, os dramas passados (como abuso durante a faculdade) e seu relacionamento com um homem mais velho, Sunny Balwani (Naveen Andrews), para tentar explicar por que Holmes fez o que fez. 

O que fica claro � que a mentira fazia parte do jogo desde o in�cio – j� na primeira apresenta��o de seu produto, Holmes fraudou o funcionamento do equipamento. A mudan�a vocal dela, que passou a falar em tom baixo, gerando discuss�es mundo afora, � bastante explorada pela atriz.

A parte f�sica tamb�m � um dos fortes de “WeCrashed”. Para interpretar Neumann, Jared Leto passou seis meses com o pr�prio, usou pr�teses no rosto e estudou o sotaque com cinco israelenses. N�o adianta: desde o in�cio, o personagem gera antipatia. 

Nascido em Telavive e criado em um kibutz, Neumann, hoje com 42 anos, chegou a Nova York disposto a conquistar o mundo. Tentou muito – roupas para crian�as, sapatos para mulheres. Com fala r�pida e grande poder de convencimento, conseguiu, em 2010, fundar a WeWork. 

A s�rie conta sua trajet�ria, entremeando com seu casamento com Rebekah (Hathaway), uma iogue vegana que sentia a energia de pessoas e lugares para ver se os aprovava ou n�o. Eles t�m cinco filhos e est�o juntos at� hoje.

Exc�ntrico, para n�o dizer esquisito, o casal, no auge, ficou conhecido pelos excessos – e a s�rie n�o se cansa de mostr�-los. Logo no primeiro epis�dio, os funcion�rios da WeWork colocam, a todo volume, a m�sica “Roar” (“Rugir”), de Katy Perry, para acompanhar a chegada da dupla ao escrit�rio.

 

• S�rie em oito epis�dios no AppleTV . Nesta sexta (25/3), ser� lan�ado o quarto. Novos epis�dios sempre �s sextas

• S�rie em oito epis�dios no Star . Os seis primeiros est�o dispon�veis. Novos epis�dios sempre �s quintas