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Estado de Minas STREAMING

"Bridgerton" adota ares de programa fam�lia e reduz a carga de sensualidade

Segunda temporada da s�rie chega nesta sexta (25/3) � Netflix, com oito epis�dios e uma nova fam�lia formada por tr�s mulheres inclu�da na trama


24/03/2022 04:00 - atualizado 24/03/2022 01:12

A atriz Simone Ashley segura espingarda enquanto o ator Jonathan Bailey a envolve com os braços e superpõe suas mãos às dela, em cena de Bridgerton
Kate Sharma (Simone Ashley) e Anthony Bridgerton (Jonathan Bailey) se detestam no in�cio da trama, mas a antipatia m�tua vai se converter em amor (foto: NETFLIX/DIVULGA��O)

Em ess�ncia, “Bridgerton” � uma hist�ria sobre um mocinho e uma mocinha que se odeiam � primeira vista, acabam se apaixonando e, no final, ser�o felizes para sempre. Esse � um pacto firmado entre a escritora norte-americana Julia Quinn e seus leitores, desde que estreou a s�rie de romances a�ucarados de �poca, 22 anos atr�s. A cada volume (s�o oito hist�rias, traduzidas para 41 idiomas), novas narrativas e personagens se sucedem at� o invari�vel happy end.  

Em dezembro de 2020, a Netflix lan�ou uma vers�o mais colorida, diversa e apimentada das narrativas de Quinn, autora diretamente influenciada pela obra de Jane Austen (1775-1817). Foi a primeira produ��o da Shondaland para a plataforma. Com acordo para a realiza��o de oito s�ries, a todo-poderosa Shonda Rhimes abandonou o modelo tradicional (a rede ABC, onde lan�ou "Grey's anatomy" e “Scandal”) para se lan�ar no streaming.

Desde ent�o, “Bridgerton” � a s�rie em l�ngua inglesa mais assistida da plataforma. E a segunda temporada, com estreia nesta sexta (25/3), provavelmente atingir� grandes �ndices de audi�ncia. Mas isso dever� acontecer mais pela popularidade que a s�rie adquiriu do que pela temporada em si. 

O ano 2 de “Bridgerton” tenta agradar a uma camada maior de espectadores. Virou uma s�rie para assistir � noite com toda a fam�lia reunida. Mais casto, com muitas hist�rias secund�rias (algumas nada relevantes) e um par central que demora (muiiito) para efetivamente se encontrar, parece uma dilui��o do primeiro ano.

A atriz Golda Rosheuvel vestida como a Rainha Charlotte, com vestido de gala, luvas e joias, sentada em sofá vermelho, maquiada e com semblante sério em cena de Bridgerton
A rainha Charlotte (Golda Rosheuvel) recebe na corte um trio de nobres indianas. As Sharma buscam um noivo para a ca�ula� (foto: NETFLIX/DIVULGA��O)

CORTE

Novamente com Chris van Dusen no comando, a produ��o continua trazendo cen�rios e figurinos de encher os olhos. Tamb�m mira a diversidade e enfatiza a discuss�o feminista. Na corte inglesa comandada por uma rainha negra (a rainha Charlotte, de Golda Rosheuvel, que vai ganhar sua pr�pria s�rie), uma nova fam�lia vai se reunir para o in�cio da temporada de grandes eventos.

As Sharma s�o tr�s mulheres – m�e vi�va e duas filhas – que chegam da �ndia para que a ca�ula, Edwina (Charithra Chandran), encontre um marido na sociedade. A mais velha, Kate (Simone Ashley), � quem toma as r�deas de tudo. 

Ela tem suas pr�prias raz�es para que a irm�, a quem superprotege, se case bem. S� que n�o contava que o maior pretendente de Edwina fosse Anthony  (Jonathan Bailey), o visconde Bridgerton. Ele e Kate se esbarram no in�cio da hist�ria – a antipatia m�tua � imediata.

O mais velho dos oito irm�os Bridgerton, outrora beberr�o e mulherengo, resolveu assumir as devidas responsabilidades. Um flashback explica como Anthony tomou para si o dever e a honra para com sua fam�lia – e por que n�o quer um casamento por amor. Tais quest�es tamb�m passeiam pela cabe�a de Kate. Os dois s�o exatamente iguais – e chega a ser enervante a espera para que eles finalmente se encontrem. 
 

VALORES

Paralelamente, a s�rie traz outras subtramas. As mais relevantes s�o comandadas por mulheres. Eloise Bridgerton (Claudia Jessie), a filha rebelde do cl�, continua a tentar descobrir quem � a misteriosa Lady Whistledown. Sua investiga��o a leva n�o s� a um mundo bem diferente do da alta classe, como tamb�m a contestar os valores com que foi criada.

Depois que Penelope Featherington (Nicola Coughlan) foi revelada como a fofoqueira Lady Whistledown no final da temporada passada, grande parte de sua hist�ria continua girando em torno de esconder seu segredo. 

Do elenco principal, a bem-vinda novidade � Simone Ashley, conhecida como Olivia Hanan, uma das integrantes do grupo Os Intoc�veis da s�rie teen “Sex education”, outro sucesso da Netflix. � ela quem carrega o fogo que fez com que Ren�-Jean Page (Simon Basset) se tornasse o astro da temporada inicial. 

Jonathan Bailey n�o tem o mesmo carisma do gal� que o antecedeu. A despeito disso, h� qu�mica entre os dois novos protagonistas – ainda que as poucas cenas de intimidade sejam bastante prosaicas perto do que o primeiro ano apresentou. 

As atrizes Nicola Coughlan e Claudia Jessie, vestidas com longos de festa e luvas caminham de mãos dadas por jardim, com semblantes preocupados em cena de Bridgerton
Enquanto Penelope Featherington (Nicola Coughlan) segue tentando esconder seu segredo, Eloise Bridgerton (Claudia Jessie) continua empenhada em desvendar o mist�rio de Lady Whistledown (foto: NETFLIX/DIVULGA��O)

ARCO

“Como come�amos a trabalhar remotamente, pois est�vamos em lockdown, foi um longo processo”, diz Bailey, que achou fascinante a possibilidade de o seu personagem tomar o controle de sua fam�lia. “Foi muito bom explorarmos o passado de Anthony, explicando por que ele tinha um comportamento question�vel. O arco do personagem � grande, h� muito a ser descoberto.” 

O ator, abertamente gay, afirma que sua sexualidade n�o foi um tema de discuss�o: “Pessoalmente, eu nunca escondi nada, mas a quest�o � complexa. H� pessoas que t�m que esconder sua sexualidade para ser bem-sucedidas em grandes projetos comerciais como ‘Bridgerton’. Mas quando fui chamado para a s�rie, isso n�o fez parte da conversa.”

Simone comenta que foi tranquila a transi��o de “Sex education” para “Bridgerton”. “Foi como uma formatura, j� que de uma adolescente de 16 anos mudei para um mundo t�o diferente.” Para ela, o primeiro grande momento entre Kate e Anthony se d� no segundo epis�dio, quando os dois competem durante uma ca�ada.

Com mais espa�o nesta temporada do que na anterior, Nicola Coughlan afirma que Penelope Featherington est� bem diferente da garota bem-humorada do in�cio da hist�ria. “� uma jornada complicada, mas acho que ela � resultado de tudo o que passou. Foi subestimada a vida toda, colocada de lado pela pr�pria fam�lia. Ent�o leu muito e entendeu o poder que suas palavras (como Lady Whistledown) t�m. � algu�m que ainda tem que resolver muitas quest�es”, comenta.  

“BRIDGERTON”

• A segunda temporada, com oito epis�dios, estreia nesta sexta (25/3), na Netflix


Chris van Dusen, criador da série Bridgerton, sorri e olha para a câmera
(foto: Instagram/reprodu��o)
CINCO PERGUNTAS PARA...

CHRIS VAN DUSEN, 
criador de “Bridgerton”

Nesta temporada h� mais tramas secund�rias e menos sexo. Por qu�?
“Bridgerton” � uma s�rie que muda o foco temporada ap�s temporada. E nunca foi uma produ��o sobre a quantidade de cenas de sexo. Acho esta temporada t�o sexy quanto a anterior, igualmente escandalosa e satisfat�ria. E nos olhos, nas m�os que mal se encostam, voc� encontra tens�o sexual. Jonathan e Simone s�o magn�ticos, a qu�mica est� l�. Al�m do mais, nunca fizemos nenhuma cena de sexo gratuitamente – elas sempre tiveram um prop�sito maior.

Qual � o maior desafio de contar, ao longo de oito epis�dios, uma hist�ria que todo mundo sabe como vai terminar?
Um dos trof�us deste g�nero de hist�ria � a quantidade de conflitos. Voc� acompanha Kate e Anthony p� ante p� ao longo da temporada, v� o relacionamento crescer cena ap�s cena. Ao final da caminhada, sabe que ela valer� a pena. O desafio com cada hist�ria � nunca deixar que o p�blico preveja o que ir� acontecer. Queremos trazer o inesperado. O conceito da s�rie � ser mais do que sobre a fam�lia Bridgerton. Quero que a hist�ria seja como uma extens�o do mundo, um espelho da sociedade. 

O livro “O visconde que me amava” � um dos mais queridos da cole��o “Bridgerton”. Como foi o processo de mudar a hist�ria criada por Julia Quinn?
Diferen�as s�o naturais em qualquer adapta��o. O importante � sempre manter a ess�ncia da hist�ria. A mudan�a da fam�lia Sheffield para a fam�lia Sharma (no livro, a fam�lia de Kate � inglesa, e na s�rie, indiana) faz parte da discuss�o que propusemos desde o in�cio da s�rie. Tivemos a ajuda de v�rios consultores para ser aut�nticos e poder explorar as tradi��es da fam�lia. “Bridgerton” n�o seria “Bridgerton” se n�o mostr�ssemos o mundo como ele �. � uma hist�ria de �poca, com temas universais com os quais todos podem se identificar.

Se voc� n�o tiver um casal de protagonistas com qu�mica, a s�rie n�o funciona. Como escalou Simone Ashley?
Fizemos uma busca na televis�o, no teatro, no cinema. A diretora de elenco fez testes tamb�m na �ndia. Mas, quando a Simone chegou, soubemos que t�nhamos encontrado nossa Kate. Conhecia o trabalho dela em ‘Sex education’, queria que ela mostrasse diferentes camadas: fosse uma mulher forte e de opini�o, mas que, ao mesmo tempo, fosse vulner�vel. Por causa da pandemia, os ensaios foram via Zoom, e admito que fiquei nervoso com a possibilidade de que a qu�mica entre Simone e Jonathan n�o funcionasse quando fosse pra valer. Estava totalmente errado, eles foram el�tricos. 

O que de mais importante voc� aprendeu trabalhando com Shonda Rhimes?
Independentemente da s�rie em que estou trabalhando, como criador tenho como filosofia – e isso � algo que levo para os roteiristas: n�o ter medo de colocar as personagens em situa��es inimagin�veis. Ao criar tens�o, voc� tem que resolver como eles v�o sair daquilo. Mas, no fim das contas, o que fa�o � a TV que gosto de assistir.


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