Estudos mal fundamentados e alegações frágeis contribuem para declarações exageradas na mídia e equívocos comuns que minam o valor da nutrigenômica. Alguns especialistas rotularam a nutrigenômica como uma "pseudociência", citando alegações infundadas que têm pouco ou nenhum efeito nos resultados dos pacientes. Por outro lado, nos últimos anos, houve um aumento no número de profissionais médicos, como quiropráticos e farmacêuticos envolvidos na medicina funcional, que incorporaram a nutrigenômica em suas práticas. Alguns até construíram modelos de negócios inteiros em torno dela. 


Apesar da crescente popularidade entre os profissionais da medicina integrativa e, em menor grau, alguns profissionais de saúde convencionais, nem todos os envolvidos na área médica compartilham o mesmo nível de entusiasmo. Vários pesquisadores e especialistas fazem um alerta às pessoas para que procedam com cautela, pois entendem esse boom como um caso clássico de exploração científica, em que descobertas preliminares de um campo de pesquisa genuíno são desmembradas em um produto que ainda não está pronto para o grande público. Segundo alguns especialistas, esse fenômeno se assemelha a outros, como o uso indiscriminado de células-tronco, de imunoterapia contra o câncer e, claro, e o microbioma — todos são casos em que a pesquisa real já produziu algumas aplicações comprovadas, mas essas áreas se transformam em panaceias lucrativas antes mesmo que os resultados apareçam. 

Entretanto, nem todas as informações sobre o impacto dos alimentos na saúde são descartáveis. Na verdade, os dados atuais disponíveis permitem que a comunidade médica tire diversas conclusões, já que existem aplicações claras para informações nutrigenéticas. Por exemplo, pessoas com fenilcetonúria precisam monitorar sua ingestão de fenilalanina, enquanto indivíduos com intolerância à lactose devem evitar laticínios ou tomar comprimidos de lactase antes das refeições para combater as potenciais consequências da ingestão de lactose.

Outro equívoco que se dissemina é a ideia de que os testes nutrigenômicos podem fornecer recomendações alimentares imediatas e precisas e planos alimentares específicos para cada indivíduo. Muitas pessoas presumem que esses testes substituem os princípios gerais de alimentação saudável, quando, na verdade, eles se destinam a complementar e não servir como uma solução independente. 

Além de saber quais genes interrogar, as partes interessadas devem avaliar a qualidade das empresas de nutrigenômica. Para ajudar a mitigar o potencial de pseudociência ou baixa qualidade laboratorial, alguns especialistas recomendam  que as organizações de saúde verifiquem as fontes. Por exemplo,  se as empresas de testes de nutrigenômica possuem determinadas certificações, como a certificação Clinical Laboratory Improvement Amendments, que garante a conformidade com os padrões federais para testes laboratoriais. O College of American Pathologists oferece outra certificação importante, que avalia a qualidade laboratorial por meio de inspeções rigorosas. 

A validação também desempenha um papel importante. Isso inclui a validade analítica, que confirma que o teste mede com precisão e confiabilidade as variantes genéticas que alega detectar, e a validade clínica, que avalia se as variantes detectadas são clinicamente significativas e se correlacionam com a doença ou condição. Os laboratórios  devem  fornecer informações abrangentes sobre seus testes, incluindo metodologias, limitações e a relevância clínica das variantes detectadas. 

A lista dos 100 melhores restaurantes do Brasil, publicado anualmente pela revista Exame Casual, tem como objetivo apresentar um panorama da gastronomia do país através de endereços que se destacaram nos últimos 12 meses. Nesta edição, entraram nove restaurantes mineiros, sendo oito de Belo Horizonte e um de Tiradentes Victor Schwaner/Divulgação
Em 58º lugar, a bodega moderna Gata Gorda, da chef Bruna Martins, duplamente citada na lista, une Brasil e Espanha em uma seleção criativa de tapas Victor Schwaner/Divulgação
Em atividade há 11 anos, o Birosca, casa mais de Bruna Martins, mistura clássicos mineiros com influências do mundo todo, alcançando a 42ª posição Victor Schwarner/ Divulgação
A experiência da Degustação Guiada de Queijos Mineiros é um dos diferenciais do Trintaeum, que chegou ao 57º lugar Victor Schwaner
O único restaurante mineiro que não está em Belo Horizonte é o Tragaluz, de Tiradentes, no Campo das Vertentes, que atualmente está sob o comando do chef Felipe Rameh. Passou da 34ª para a 98ª posição nesta edição Luiza Bongir/Divulgação
Um dos mais conhecidos restaurantes de comida mineira de BH, o Xapuri, de Flávio Trombino, em 67º lugar, oferece em um ambiente de fazenda mesa farta e tradição Qu4rto Studio/Divulgação
Outro restaurante de Leo Paixão que aparece na lista, em 88º lugar, o Ninita mistura Itália e Minas Gerais em uma homenagem à bisavô do chef, Ninita Rubens Kato/Divulgação
Instalado no Mercado Novo, o Cozinha Tupis, de Henrique Gilberto, serve no balcão pratos que contam a história de Belo Horizonte. Com essa gastronomia, chegou à 60ª posição Acervo Pessoal
O restaurante mais bem colocado entre os mineiros é o Glouton, de Leo Paixão, que abocanhou o 18º lugar com uma cozinha autoral contemporânea Rubens Kato/Divulgação
Na 38ª posição, o Pacato, de Caio Soter, mostra como a cozinha mineira pode se modernizar, sem deixar de lado os ingredientes mais tradicionais, como porco, milho e verduras Victor Schwaner/Divulgação

Essas informações devem estar acessíveis no site do laboratório ou prontamente disponíveis. Além disso, empresas confiáveis terão políticas robustas para proteger os dados dos pacientes e cumprir as leis de privacidade relevantes. Idealmente, um tempo de resposta curto e um suporte ao cliente confiável são essenciais, mas alguns usuários podem achar esses recursos proibitivos para seus pacientes, com preços que variam de US$ 500 a US$ 1 mil para diversos exames. A maioria dos planos de saúde nos EUA geralmente não cobre testes nutrigenômicos.

A nutrigenômica oferece aos profissionais médicos e outras partes interessadas informações importantes para ajudar a entender cada gene e transformar essas informações em medidas práticas para otimizar a saúde do paciente. No entanto, isso traz a ressalva de entender como usar a nutrigenômica. Entretanto, para  se otimizarem os dados fornecidos pela nutrigenômica, as pessoas precisam entender não apenas as informações que ela fornece, mas também sua verdadeira utilidade e valor. Muitos fatores influenciam a dieta. Por exemplo, compostos como o fitoquímico sulforafano, à base de enxofre — encontrado em brócolis, couve-de-bruxelas e outros vegetais crucíferos — podem influenciar a expressão de genes envolvidos em vias inflamatórias. Exemplos incluem o gene da proteína C-reativa, implicado em ataques cardíacos, e o gene do fator de transcrição FOXO3.

O sulforafano desempenha um papel importante na via Nrf2, que aumenta a produção de enzimas antioxidantes e anti-inflamatórias. Ele também regula negativamente vias pró-inflamatórias como o NF-B. Isso ajuda a reduzir a produção de marcadores inflamatórios como IL-6 e TNF-, proporcionando uma maneira direcionada de promover a saúde por meio da dieta. Além disso, compreender várias vias biológicas, como a via da inflamação em alguém com alto risco de desenvolver câncer, pode abrir portas para estratégias proativas para ajudar a gerenciar o risco.

 

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