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Estado de Minas SEM GL�TEN, COM SABOR

Neg�cios driblam o preconceito com receitas atrativas sem gl�ten

Veja op��es de comes e bebes para escolher sem se preocupar com a sa�de


09/10/2023 07:00 - atualizado 12/10/2023 15:52
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Torta de chocolate com avelã da Confeita fit em um prato rosa
Torta de chocolate com avel� da Confeita Fit (foto: Yago Lima/Divulga��o )
A jornada de quem n�o pode (ou n�o quer) ingerir gl�ten em busca de lugares para comer pode ser bem dif�cil. Por sorte, Belo Horizonte e regi�o metropolitana oferecem cada vez mais op��es que se destacam pelo card�pio sem gl�ten, o que torna a vida dos cel�acos e intolerantes ao gl�ten mais saborosa e segura. O p�blico com esse tipo de restri��o alimentar pode sair para tomar chope com petiscos empanados; matar a vontade de comer com brownie e palha italiana e lanchar um hamb�rguer.

 

A rela��o de Jessica Lana com a culin�ria saud�vel vem de muito tempo. Criada em uma casa que sempre apoiou os bons h�bitos alimentares, ela teve o primeiro contato com os doces sem gl�ten em 2017, quando fez um bolo de ma�� para sua fam�lia. Todos adoraram a receita e, por sugest�o da m�e, ela come�ou a produzi-los por encomenda.

 

Com o crescimento do neg�cio, em 2018, a engenheira ambiental abriu seu primeiro espa�o, no Bairro Brasil�ia, em Betim. Em pouco tempo, ela conseguiu conquistar clientes fi�is e, a partir das sugest�es deles, a oferta de produtos foi crescendo.

 

“As pessoas vinham e perguntavam: ‘Tem salgado?’, a� coloquei a mini-pizza. ‘Eu queria um brownie’, fiz o brownie fit. Eu j� pensava no bolo de pote, nas fatias de torta. Sempre quis me assemelhar ao m�ximo � confeitaria com que as pessoas j� est�o acostumadas”, revela.

 

Mesmo que tenha conseguido um crescimento r�pido, Jessica diz que enfrentou – e ainda enfrenta – dificuldades na confeitaria inclusiva.

“A gente enfrenta preconceito at� hoje. Isso � um absurdo. �s vezes, estou na loja e fico chateada com o pessoal que passa na porta e fala: ‘Sem gl�ten, sem lactose, sem a��car, sem gosto, sem nada. Deve ser horr�vel.’ � preciso convencer as pessoas que n�o conhecem esse universo de que o saud�vel pode ser gostoso.” 

Em expans�o 

Al�m de conquistar os n�o-cel�acos, ela preza pela rela��o de confian�a com o seu p�blico-alvo. “Temos que lidar com os clientes com clareza e sinceridade. Colocamos a lista de ingredientes em todos os produtos para que eles possam ver o que est�o consumindo.”

Jessica na porta da sua confeitaria Confeitafit
BH apresenta cada vez mais op��es de espa�os para as pessoas cel�acas (foto: Tulio Santos/EM/D.A Press)
As dificuldades de manter um estabelecimento completamente livre de gl�ten, principalmente fora da capital, v�o al�m da clientela e avan�am para dentro da cozinha. “N�s temos que ser muito criteriosos na hora da compra da mat�ria-prima. Aqui em Betim, principalmente, a gente n�o acha. Ent�o, temos que buscar de fora para comprar. Os insumos t�m um custo mais elevado, n�o � uma confeitaria tradicional.”

 

Mesmo com as adversidades de se manter no ramo da confeitaria inclusiva, Jessica precisava expandir a Confeita Fit. Em 2022, durante uma visita a BH, ela encontrou o lugar perfeito para isso. A segunda loja, localizada no Bairro Lourdes, abriu as portas em mar�o deste ano. “N�s j� t�nhamos muitos clientes em BH e eu j� tinha esse sonho. Acreditava que BH seria uma porta muito grande, pela demanda e pela valoriza��o do produto.”

 

O card�pio da Confeita Fit apresenta variadas op��es de doces. A torta banoffee (R$ 22), os brigadeiros low-carb (R$ 5) e o bombom aberto de morango (R$ 25) s�o alguns dos itens que j� conquistaram os frequentadores da confeitaria. Al�m desses, Jessica volta �s origens com os bolos (R$ 35) nos sabores cenoura com chocolate e lim�o com blueberry, entre outros.

O triunfo do neg�cio foi tanto que Jessica decidiu passar seu conhecimento para quem quiser. “Ensino todos os doces que mais fazem sucesso. N�o posso guardar s� para mim”, explica. Al�m dos cursos pagos, a empreendedora tamb�m possui o canal Confeitaria Low Carb Descomplicada, no Youtube, onde ensina diversas receitas. 

P�o que emociona

A paix�o pela �rea da sa�de e a busca por uma alimenta��o mais saud�vel foi o que motivou a farmac�utica Ana Tereza Nogueira e a nutricionista Fernanda Porto a abrir um neg�cio. Mais do que praticar a inclus�o, as irm�s queriam montar um lugar com comidas que n�o fizessem mal para a sa�de. “O gl�ten � uma prote�na inflamat�ria, ent�o, mesmo para aqueles que n�o s�o cel�acos, existe um benef�cio em retir�-lo da alimenta��o”, completa. Assim, nasceu a Seleve.

 

Ana Tereza segurando uma fornada de pães franceses
Ana Tereza emociona seus clientes com o p�o franc�s da Seleve (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
A padaria abriu as portas em 2014 e, em 2016, j� estava instalada no Lourdes, Regi�o Centro-Sul de BH. Segundo Ana, muito do seu p�blico vem do interior � procura de op��es de comidas sem gl�ten que n�o encontram em suas cidades. “Em cidades grandes, � mais f�cil de achar, mas pessoas de cidades pequenas do interior n�o t�m op��o nenhuma. Elas acabam tendo que fazer toda a alimenta��o em casa. Fazem o pr�prio p�o, o pr�prio bolo e isso acaba sendo cansativo”, revela.

 

O card�pio da Seleve � variado, mas o que mais chama a aten��o s�o os p�es, feitos com farinhas seguras para os cel�acos, como de arroz, gr�o-de-bico e am�ndoas. “Tenho clientes que se emocionam de ver p�o franc�s. J� recebi pessoas que choraram explicando que n�o comiam h� mais de 30 anos por causa do gl�ten”, relata.

 

Mas n�o � s� o famoso p�o franc�s, p�o de sal ou cacetinho que faz sucesso na padaria. Ana fez quest�o de oferecer uma grande variedade nas suas vitrines. Os p�es de forma (a partir de R$ 27,50) podem ter sabores como nozes, ervas finas e azeite.

 

A Seleve oferece diversas op��es de salgados, como coxinha (R$ 8,90), quiche Lorraine (R$ 21,90) e empadas (R$ 8,90), que podem ser consumidos no local ou comprados congelados, com a possibilidade de entrega por aplicativo ou delivery pr�prio no site. Outro item de destaque � o hamb�rguer (R$ 38,90), com p�o sem gl�ten, carne de boi, frango ou vegano, ovo, alface, tomate, cebola roxa, molho de mostarda e mel e maionese da casa, acompanhado de batata-doce chips.

Rela��o de confian�a

Por mais que tenha conseguido atingir seu p�blico-alvo, Ana enfatiza que o processo de fazer um cel�aco confiar em voc� e no seu produto � dif�cil, j� que eles confiam a pr�pria sa�de ao estabelecimento.

 

“Costumo chamar meus clientes de cliente-paciente. Eles chegam com muito medo de comer, porque j� passaram muito mal em experi�ncias anteriores. Eles n�o sabem se podem ou n�o confiar. Eu mesma, muitas vezes, n�o confio no r�tulo dos produtos. As pessoas falam que � sem gl�ten, mas produzem no mesmo lugar, podendo haver uma contamina��o cruzada”, explica.

 

Prato com habúrguer e batatas fritas
Hamb�rguer sem gl�ten da padaria Seleve (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
A dona da Seleve associa essa indiferen�a e desconhecimento com o gl�ten ao fato de a legisla��o brasileira ser falha.

“Mesmo com as exig�ncias sobre o gl�ten, n�o existe uma fiscaliza��o para confirmar isso. A lei permite a produ��o de insumos com gl�ten e sem no mesmo local, desde que tenha uma limpeza eficiente. Mas essa higieniza��o, em determinados tipos de estabelecimentos, considero quase imposs�vel de conseguir e garantir que o produto seja 100% seguro. Teria que existir testes para determinar isso, mas no dia a dia n�o � vi�vel, principalmente em pequenas empresas”, ressalta.

Pavlova de frutas vermelhas

A betinense Jessica Lana, da Confeita Fit, j� mostrou seu talento para o resto do Brasil. Em 2020, ela n�o s� participou, como ganhou o reality show “Que Seja Doce” com o chef Felipe Bronze, do canal GNT. A confeiteira conquistou os jurados do programa com sua famosa receita de pavlova de frutas vermelhas, que est� dispon�vel nas duas unidades da Confeita Fit.

Brinde com chope

Uma amizade de mais de 25 anos fez com que as ambientalistas Del Dellaretti e Bia Cabr�lia sa�ssem desse ramo e se aventurassem no mundo da gastronomia com o Tiqu� Bar. A ideia surgiu depois que a cunhada de Bia descobriu ter doen�a cel�aca. Com o diagn�stico, a fam�lia, que sempre gostou de curtir a noite de BH, se viu sem lugares para frequentar. Ainda que existissem pizzarias, hamburguerias e restaurantes com op��es sem gl�ten, fazia falta um barzinho mineiro.

 

Drinque, Chope e empanado sem glúten na Tiquê Bar
O bar Tiqu� proporciona a experi�ncia de tomar chope comendo petiscos para os cel�acos (foto: Tiqu� Bar/Divulga��o)
A regi�o da Savassi nem sempre esteve nos planos, mas as amigas n�o pensaram duas vezes quando surgiu a oportunidade de estar no cora��o da noite belo-horizontina. “A gente conhece o p�blico, conhece o movimento e o que as pessoas gostam. E a gente sempre teve uma rela��o muito legal com a Savassi, frequentamos desde a adolesc�ncia. Um lugar que a gente conhece e gosta”, destacam.

 

O come�o n�o foi f�cil. Inaugurado em mar�o de 2020, o bar teve dois dias de funcionamento antes de tudo ser fechado devido � pandemia de COVID-19. Para que n�o encerrassem o neg�cio, Del e Bia come�aram com a produ��o de marmitas.

 

Desde o in�cio, Del fica na cozinha e Bia cuida dos drinques (contam com freelancers em dias mais movimentados). Assim, desenvolveram protocolos de seguran�a para impedir, ao m�ximo, a contamina��o pelo gl�ten.

 

“N�o entra gl�ten na nossa cozinha. Temos procedimentos super r�gidos de separa��o de �reas: nada que est� no sal�o, onde os clientes ficam, pode entrar para o bar ou para a cozinha sem uma descontamina��o correta”, explicam. “Tentamos sempre tamb�m acompanhar o processo produtivo de tudo que oferecemos. �s vezes, as pessoas n�o sabem nem o que � o gl�ten, ent�o a nossa sele��o de fornecedores e insumos � muito rigorosa, acompanhamos tudo de perto”, completam.

 

Atrair o p�blico foi quest�o de tempo. “Quando tivemos a ideia do bar, comentei com a Bia: ‘Vamos divulgar para as pessoas cel�acas que � sem gl�ten, mas n�o vamos falar isso para o p�blico geral’, porque tem muito preconceito em rela��o a isso”, explica Del.

Petiscos empanados

O bar, que prioriza a produ��o o mais artesanal poss�vel, conta com um card�pio de petiscos variados, al�m de molhos da casa, como o barbecue e a geleia de pimenta (R$ 3). A sele��o de empanados (a partir de R$ 20), feitos para os cel�acos com farinha de arroz e fub�, e a mandioca frita (a partir de R$ 11,50), s�o imperd�veis.

 

Bia e Del na entrada do Tiquê Bar
Bia e Del decidiram abrir o bar ap�s um diagn�stico de doen�a cel�aca na fam�lia (foto: T�lio Santos/EM/D.A Press)
No bar, os drinques exclusivos s�o feitos com xaropes fabricados pela pr�pria Bia, sem chance de contamina��o. O Ice Star (R$ 17), com vodca e sabores c�tricos, e o Catu-pirinha (R$ 19,50), com cacha�a, Catuaba e lim�o, s�o os destaques da carta. Entretanto, o chope sem gl�ten (a partir de R$7,50) continua sendo o maior sucesso do lugar.

 

“J� teve gente que chegou aqui e nos contou que tinha mais de 10 anos que n�o tomava um chope, desde que teve o diagn�stico. Recebemos pessoas do interior de Minas e de v�rios estados do Brasil que v�m nos visitar s� para poder ter a experi�ncia de tomar um chope num bar.” 

Sempre alerta

Muito se fala sobre gl�ten, mas voc� sabe o que �? O gl�ten � um conjunto de prote�nas presente em cereais como trigo, centeio, malte e cevada. A intoler�ncia ao gl�ten � uma doen�a permanente, que n�o tem cura, por isso � necess�rio remov�-lo completamente da alimenta��o. Os cel�acos e intolerantes ainda t�m que se preocupar com a possibilidade de contamina��o cruzada. Ou seja, por mais que a receita n�o leve ingredientes com gl�ten, pode ter contato direta ou indiretamente com part�culas (tra�os) presentes em outros alimentos.

Servi�o

Tiqu� Bar

Avenida Get�lio Vargas, 1712, Savassi

(31) 92002-8646 @tiquebar

 

Confeita Fit BH

Rua S�o Paulo, 2112 – loja B, Lourdes

(31) 99992-6704 @confeitafit confeitafit.com.br

 

Confeita Fit Betim

Rua Santa Cruz, 67, Brasil�ia

(31) 99813-0199 @confeitafit confeitafit.com.br

 

Padaria Seleve

Avenida �lvares Cabral, 399, Lourdes

(31) 3786-4001 @seleve_seleve seleve.com.br 

 

*Estagi�ria sob supervis�o da subeditora Celina Aquino

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