
Maravilha barroca será reaberta em Caeté
Matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso volta a receber fiéis e turistas no sábado (9/8), mostrando que tudo é possível quando há zelo e boa vontade política
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Ganhei meu dia ontem ao deparar, neste jornal, com a foto da Matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso, que será reaberta no próximo sábado (9/8), em Caeté. Com a beleza da igreja, veio também o remorso: como é que não a visitei quando fui presidente do Iepha, o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais?
Fico imaginando, para diminuir meu remorso, que ela deveria estar fechada na época, ou que não havia grana para sua restauração, fato comum em tantas obras que visitei e me deixavam de coração ferido por não poder fazer nada por elas.
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O certo é que a matriz mineira deixa claro que tudo é possível quando existe zelo e boa vontade política. Caeté vai ganhar grande visitação de turistas para ver de perto a maravilha barroca. Estou programando minha ida até lá, durante a semana, pois acredito que o templo estará aberto. Não adianta nada o jornal publicar tamanha beleza e o visitante encontrar as portas fechadas.
No meu deslumbramento, ficou a dúvida: tive a impressão de que a imagem da padroeira não combina com a grandiosidade barroca da igreja e tampouco com o Cristo do Sermão da Montanha, que também está voltando a Caeté depois de ficar guardado no acervo do Museu Mineiro.
Bem tem feito o padre da Matriz de Santa Luzia, que vem reproduzindo imagens da padroeira e vendido aos montes. Não entendo bem o processo, mas a reprodução é idêntica, de vários tamanhos. Já consegui várias de mais ou menos 20cm, mas há maiores.
As cópias em gesso trazem a mesma decoração da roupagem original. São perfeitas, peças ótimas para manter a devoção doméstica.
No caso de Caeté, a imagem da padroeira não é de beleza estonteante, acredito, mas suas linhas puras facilitam a cópia. Com a matriz reaberta, o visitante certamente vai gostar muito de apreciar a riqueza da igreja e a singeleza da padroeira, que poderá levar para casa. Acredito que com a venda das reproduções, pode-se pagar gente para tomar conta da matriz, por exemplo.
Esta igreja mineira merece realmente uma visita, quando nada para ficar conhecendo alguns trabalhos do Aleijadinho, que começou lá sua missão de criar tão belos santos católicos.
A matriz tem outras preciosidades, como o retábulo principal no estilo rococó Dom João V. Na minha opinião, excursões e guias que levam turistas para conhecer igrejas devem aperfeiçoar as informações dadas a eles. E não levar o visitante na correria, sem tempo para reparar em detalhes.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.