Indie começa hoje, com entrada franca, e traz filmes de 19 países a BH
A partir desta quinta-feira (7/8), 53 sessões no Belas Artes e no Centro Cultural Unimed-BH Minas exibirão 38 produções, entre obras-primas e novidades
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Siga noFestival responsável, em parte, pela formação de muitos cinéfilos de Belo Horizonte, o Indie, após hiato de um ano, está de volta. Em sua 22ª edição, o evento da Zeta Filmes vai exibir, desta quinta (7/8) até a próxima quarta-feira (13/8) 38 curtas e longas de 19 países.
As 53 sessões, com entrada franca, vão se dividir entre o UNA Cine Belas Artes, tradicional cenário do evento, e o Centro Cultural Unimed-BH Minas.
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Tem muito filme inédito, mas também farta produção de outras épocas. “Se tudo está muito livre hoje, a gente resolveu pensar o cinema de outra forma. Por que não colocar filmes importantes, obras-primas, para se ter na bagagem? Cinema é tudo o que você vê e te impacta de forma diferente. Pode ser um filme antigo ou o último lançamento. Criamos uma espécie de guia para que o público tenha, novamente, o encantamento pela arte do cinema”, afirma Daniela Azzi, que divide a curadoria com a irmã, Francesca.
Sob esse viés, foram selecionados títulos importantes na história do Indie, como “O cavalo de Turim” (2011), do húngaro Béla Tarr, “O matador de ovelhas” (1978), de Charles Burnet (“obra-prima do cinema americano negro”, diz Daniela) e “Linda linda linda” (2005), longa japonês de Nobuhiro Yamashita que está completando 20 anos, relançado com nova cópia.
Entre as novidades, a curadora destaca o espanhol “Volveréis”, de Jonás Trueba, filho do cineasta Fernando Trueba; “Tardes de solidão”, mais recente longa do catalão Albert Serra, queridinho do festival; e “Corvos”, do britânico Mark Gill.
O Indie ainda exibe dois longas mineiros inéditos no circuito: “Deuses da peste”, de Tiago Mata Machado e Gabriela Luiza, vencedor da seção “Olhos livres” da Mostra de Tiradentes, e o documentário “Abre alas”, de Úrsula Rosele. Também serão apresentados quatro curtas de diretores de Minas.
A Zeta Filmes está completando 27 anos. Para este Indie, as curadoras olharam para o próprio quintal – a distribuidora já lançou mais de 100 filmes no país – para selecionar 12 produções na seção “Retrospectiva Zeta”.
Entre eles estão “Tangerine” (2015), longa de Sean Baker (diretor de “Anora”, o grande vencedor do Oscar deste ano) realizado só com celulares, e “Ida” (2013), de Pavel Pawlikowski, vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
Retrospectiva
Outra retrospectiva é dedicada ao cineasta italiano radicado nos EUA Roberto Minervini. O Indie vai exibir todos os seis longas dele, incluindo o mais recente, “Os malditos” (2024), que lhe deu o prêmio de Melhor Diretor na mostra “Um certo olhar”, do Festival de Cannes.
“O Indie é um festival realmente diferente. Fizemos esta edição para apresentar o cinema em que a gente acredita”, reforça a curadora Daniela Azzi.
Morto em janeiro aos 78 anos, David Lynch terá dois de seus filmes mais pop no festival: “Veludo azul” (1986) e “Mulholland Dr.” (2001), que no Brasil ganhou o título de “Cidade dos sonhos”. Os de larga memória irão se lembrar – foi o Indie, em 2002, que lançou este longa em BH.
CONFIRA
NESTA QUINTA (7/8)
. UNA Cine Belas Artes
14h: “A virgem desnudada por seus celibatários”. De Hong Sang-Soo, 2000
16h20: “Linda linda linda”. De Nobuhiro Yamashita, 2005
18h30: “E então nós dançamos”. De Levan Akin, 2019
20h30: “O que você vai fazer quando o mundo estiver em chamas?”. De Roberto Minervini, 2019
. Centro Cultural Unimed-BH Minas
14h: “Os malditos”. De Roberto Minervini, 2024
15h50: “Fogo do vento”. De Marta Mateus, 2024
17h30: “Corvos”. De Mark Gill, 2024
19h50: “Longa jornada noite adentro”. De Bi Gan, 2013
INDIE FESTIVAL
Desta quinta (7/8) a quarta-feira (13/8), no Centro Cultural Unimed-BH Minas (Rua da Bahia, 2.424, Lourdes) e UNA Cine Belas Artes (Rua Gonçalves Dias, 1.581, Lourdes). Entrada franca. Programação completa no site do evento.