Primogênito de Johann Strauss (1804-1849), Johann Strauss Jr. (1825-1899) se tornou compositor à revelia do pai, que proibiu os seis filhos (legítimos, pois houve outros fora do casamento) de estudar música. O mais velho não só seguiu o mesmo caminho como o suplantou. Ainda que tenha sido o patricarca o fundador da dinastia Strauss, foi o filho que se tornou seu nome mais importante.

É este Strauss, em seus 200 anos de nascimento, que será celebrado pela Filarmônica de Minas Gerais. Quinta e sexta-feira (7 e 8/8), na Sala Minas Gerais, a orquestra vai executar 10 peças do compositor austríaco, chamado o “Rei da Valsa” (título que “roubou” do pai).

As duas apresentações, sob a regência de Fabio Mechetti, levam o nome de “Noite em Viena”. São concertos especiais, que vão celebrar os 10 anos da sala.

Ainda que sejam muitas peças – como as popularíssimas “O Danúbio azul” e “Valsa do imperador” –, elas são relativamente curtas, comenta Mechetti. “É basicamente o formato que o próprio Strauss idealizou na metade do século 19. Ele levava sua orquestra para fora das salas de concerto. Esse repertório de praças era mais leve. A valsa tem um simbolismo na música austríaca, define todo um período.”

Strauss Jr. compôs de 400 a 500 obras. “A cada duas ou três semanas, ele apresentava um novo repertório”, observa o maestro.

Mesmo que sejam as valsas a marcar a produção de Strauss Jr., Mechetti selecionou também outros gêneros. “Há mazurcas e operetas (como a abertura de ‘O morcego’, primeira obra da noite) para mostrar um pouco o contraste da obra dele.”

Além dos Strauss vienenses, a história da música também destaca outro compositor de mesmo sobrenome (mas sem nenhum parentesco), ainda mais importante. O alemão Richard Strauss (1864-1949), autor inconteste do final do romantismo.

A Filarmônica vai apresentar em 21 e 22 deste mês, sob a regência de Mechetti, “O burguês fidalgo” (1917), suíte de Richard Strauss baseada no espetáculo de Molière, escrito dois séculos e meio antes.

Budu no piano

As duas noites terão a presença de Cristian Budu, um dos nomes mais relevantes do piano contemporâneo. Ele vai executar o “Segundo de Brahms”, um dos concertos mais difíceis do repertório do instrumento.

Neste domingo (10/8), em comemoração ao Dia dos Pais, a Filarmônica faz concerto às 11h na Praça da Liberdade. Sob a regência do maestro associado José Soares, vai executar obras de Wagner, Smetana, Saint-Saëns, George Gershwin, Leonard Bernstein e Astor Piazzolla.

O Brasil será representado por “Suíte Milagre dos peixes”, de Nelson Ayres e Milton Nascimento, e “Suíte nordestina”, de Duda do Recife.

Música de câmara

Nesta terça (5/8), às 20h30, a Sala Minas Gerais recebe nova edição da série “Filarmônica em câmara”. No programa, Claudio Santoro (“Quarteto de cordas nº 3”), Samuel Barber (“Quarteto de cordas em si menor”) e Joaquin Turina (“Quarteto para piano e cordas”, op. 67). Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

“NOITE EM VIENA”

Com a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. Quinta e sexta (7 e 8/8), às 20h30, na Sala Minas Gerais, Rua Tenente Brito Melo, 1.090, Barro Preto. Inteira de R$ 39,60 (mezanino) a R$ 193 (camarote), à venda na bilheteria e no site filarmonica.art.br

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