ARTES CÊNICAS

Encontro Latino-americano de Teatro inicia hoje sua quinta edição

Evento promove apresentações de grupos de BH, Argentina e Equador, tendo a produção artística 50+ como recorte temático, a partir desta quarta-feira (1º/10)

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Idealizado em 2015 pelas artistas Tina Dias e Carolina Correa, o Encontro Latino-americano de Teatro inicia nesta quarta-feira (1º/10) a sua quarta edição, com uma programação que conta com cinco espetáculos locais, dois da Argentina e um do Equador, além de rodas de conversas e uma festa.


As apresentações ocorrem até domingo (5/10), na Funarte, em BH, e no Centro de Arte Suspensa Armatrux (C.A.S.A.), em Nova Lima, com ingressos a preços populares.


Pela primeira vez, o festival adota um recorte temático, que focaliza a produção artística de pessoas com mais de 50 anos. “Pluralidades e dissidências 50+” é o tema desta edição, que orientou a seleção dos grupos e artistas participantes. As curadoras Tina Dias, Carolina Correa e Cris Aguiar selecionaram espetáculos que propõem reflexões sobre gênero, envelhecimento, acessibilidade, representatividade, memória e identidade.


“A ideia de trabalhar com um tema veio um pouco da nossa própria condição. O etarismo é um tipo de preconceito muito comum na nossa sociedade e é muito atravessado por outras questões, como gênero, por exemplo, porque a mulher é mais afetada do que o homem”, afirma Tina. Ela explica que a curadoria trabalha de forma mista – convida espetáculos e também recebe inscrições de grupos e artistas interessados em participar.


O festival recebeu 180 inscrições, mas por contingência orçamentária, apenas trabalhos de Belo Horizonte foram selecionados. Entre os espetáculos convidados, está “Quimera”, do grupo equatoriano La Trinchera, que abre a programação. As duas montagens argentinas são “Animal anterior”, estrelado por Silvia Estrin, e “Mirta, uma biografia não autorizada”, da Bahia Teatro.


Convites

Tina diz que um grande diferencial deste 5º ELA foi uma parceria firmada com o Iberescena – um programa que promove o intercâmbio, a criação e a profissionalização das artes cênicas ibero-americanas. “Isso permitiu que tivéssemos acesso a uma rede grande de festivais, coletivos e grupos de teatro. Tem alguns anos que estamos tentando trazer o 'Quimera' para cá. O La Trincheira foi fundado em 1982, na cidade de Manta, onde também fazem um festival internacional”, destaca.


Sobre o convite a “O animal anterior”, ela diz que se deveu ao impacto que a peça causou na curadoria. “É um trabalho incrível. Fiquei muito surpresa quando soube que Silvia Estrin tem 75 anos. É uma mulher da dança e do teatro que faz uma investigação sobre a metamorfose do corpo, propondo novos modos de existência”, diz. Dos espetáculos locais, ela diz que foram selecionados, por exemplo, “Isidoro: um negro de quilate”, com Evandro Passos, e “O menino do olho que vê”, com Dudu Melo.


“Contadoras de filmes”, do grupo Atrás do Pano; “Outono”, com Cida Falabella, e o exercício cênico “Envelhecer”, com o grupo Maturidade em Cena, completam a programação. Diretor de “Quimera”, Nixon García Sabando comenta que ficou muito feliz com o convite. Será a segunda vez que o La Trinchera se apresenta no Brasil – a primeira foi em 2022, pelo festival Mirada, promovido pelo Sesc em Santos, São Vicente e Cubatão.


A peça, ele diz, estreou em 2018 e foi criada na esteira de movimentos migratórios na América Latina, especialmente na Venezuela. “Víamos migrantes venezuelanos chegando a muitos países, como o Equador. Quis escrever sobre os conflitos de identidade que essas pessoas enfrentam”, diz.


Na trama, dois soldados impedem que artistas de um circo itinerante cruzem a fronteira. “A obra provoca uma reflexão sobre qual é a nossa identidade como latino-americanos”, afirma Sabando.


EM CARTAZ

Confira a programação do festival

• Hoje (1º/10)

“Quimera” (Equador), com o Grupo La Trinchera. Direção: Nixon García Sabando, às 20h, na Funarte MG

• Amanhã (2/10)

“Contadoras de Filmes” (BH), com o Grupo Atrás do Pano. Direção: Fábio Furtado, às 19h, na Funarte MG

“Quimera”, às 20h, na Funarte MG

• Sexta-feira (3/10)

Mesa 1: “Estamos Aqui – Coexistências”, às 17h, na Funarte MG

“Isidoro: um negro de quilate” (BH), com Evandro Passos e Do Xangô. Direção artística: Evandro Passos, às 19h, na Funarte MG

“O menino do olho que vê” (BH) com Dudu Melo (Pigmentar Companhia). Direção: Adriana Dham, às 20h, na Funarte MG

• Sábado (4/10)

Mesa 2: “O fio dos saberes”, às 15h, no C.A.S.A.
Exercício cênico “Envelhecer”, com o grupo Maturidade em Cena. Idealização e direção: Talita Braga, às 17h, no C.A.S.A.

“Animal anterior” (Argentina), com Silvia Estrin. Direção: Denise Groesman e Agostina Luz López, às 19h, no C.A.S.A.

Cabaré de Variedades 50+, conduzido por Adriana Morales (Grupo Trampulim), às 20h, no C.A.S.A

• Domingo (5/10)

“Mirta, uma biografia não autorizada” (Argentina), com Teatro Bahía. Direção: Juan Manuel Caputo, às 19h, na Funarte MG

“Outono” (BH), com Cida Falabella. Direção: Cristina Tolentino, às 20h, na Funarte MG


5º ENCONTRO LATINO-AMERICANO DE TEATRO
Espetáculos, mesas de debate e cabaré de variedades, na Funarte MG (Rua Januária, 68, Centro) e no C.A.S.A. (Rua Himalaia, 69, Vale do Sol - Nova Lima). Ingressos para os espetáculos a R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia), no Sympla. Demais atividades da programação são gratuitas.

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