PODCAST 'DIVIRTA-SE'

'Artista deve se comprometer com a própria verdade', diz Sara Não Tem Nome

No podcast ‘Divirta-se’, cantora reflete sobre experimentação, verdade artística e afetos que nascem do desespero

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Sara Não Tem Nome gosta do caos – mas não de qualquer caos. O que a atrai é o caos fértil, autêntico e inevitável que nasce no terreno da arte. Formada em artes visuais, ela expandiu seus caminhos para a fotografia, o cinema e as artes cênicas, fazendo de cada uma dessas linguagens uma extensão de si. Desde o disco de estreia, “Ômega III” (2015), até seu último álbum “A situação”, ela vem explorando a desordem como força criadora.

Na própria “A Situação”, a artista se inspira na videoinstalação homônima de Geraldo Anhaia Mello (1955–2010), em que o artista bebe uma garrafa inteira de cachaça enquanto repete a frase: “A situação social, política, econômica, cultural brasileira.” No fim da gravação, completamente embriagado, ele desaba diante da câmera – imagem que sintetiza, para Sara, um Brasil que beira o colapso, mas segue pulsando.

Agora, a cantora se une a outros quatro “caóticos” – Julia Baumfeld, Bernardo Bauer, Felipe D’Angelo e Pedro Hamdan – para formar o Desastros, banda que traduz esse espírito experimental.

Sara é a convidada desta semana do podcast “Divirta-se”, disponível no YouTube do Portal Uai e no Spotify. Na conversa, ela revisita a gênese do grupo e mergulha em reflexões sobre precariedade, criação e o papel sociopolítico da arte.

O Desastros surgiu em 2019, de uma “junção meio inusitada”, depois que Sara conheceu Bernardo Bauer. O encontro resultou em um “match musical automático” e no pacto de compor uma música a cada reunião. Quatro canções depois, a parceria se ampliou com a entrada de Julia, Felipe e Pedro, e o que era um projeto paralelo se transformou em banda.

O som do grupo combina a estrutura da canção e o folk – traço da parceria inicial entre Sara e Bernardo – com experimentações sonoras e timbres improváveis. Sintetizadores, cavaquinho e até uma lata de biscoito entram em cena para romper padrões e provocar o ouvinte.

Sem vir de uma família com tradição artística, Sara aprendeu desde cedo a criar seus próprios espaços. Fala, com naturalidade, sobre a dificuldade de não caber em “caixinhas” vendáveis e defende que o artista deve manter “um compromisso com a própria verdade”. Para ela, arte é ponto de convergência — lugar onde tudo se encontra.

Moça de cabelos pretos, blusa azul  sentada à meda de um estúdio de podcast
No disco 'A situação', Sara Não Tem Nome faz um retrato do Brasil que beira o colapso, mas segue pulsando Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press

E, assim, mergulhando no caos, Sara encontra beleza no afeto que sua obra desperta. Recebe mensagens de pessoas que, em meio a depressões ou lutos, encontram conforto em suas canções. “É bonito”, diz. “É o que me faz continuar.”

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