Música clássica

Coral Lírico celebra o amor utópico e doído de Brahms em concerto gratuito

Apresentação nesta quinta-feira (16/10), no Palácio da Liberdade, terá programa dedicado às obras românticas do compositor alemão

Publicidade
Carregando...

Nesta quinta (16/10), o Coral Lírico de Minas Gerais apresenta programa dedicado a obras românticas do compositor alemão Johannes Brahms (1833-1897). O concerto, que integra a série “Lírico no museu”, será realizado às 19h, no Palácio da Liberdade, com regência de Lucas Viana e acompanhamento do pianista Fred Natalino.


Desde maio, Viana é regente assistente e substituto do Coral Lírico. A apresentação de hoje marca sua estreia à frente do grupo. Natural de Belo Horizonte, o maestro tem relação antiga com o Palácio das Artes, onde está sediado o coral, e começou sua trajetória ainda criança, no Coral Infanto Juvenil.

“Voltar agora como regente é um privilégio. É uma experiência que enriquece muito, porque estou revisitando o lugar onde descobri a arte, desta vez na posição de intérprete”, comenta.


Em 2024, o maestro fez curso de outono na Internationale Chorakademie, na Alemanha. A vivência no exterior influenciou diretamente o programa de hoje, que inclui três obras corais. “Liebeslieder-Walzer (Valsas de amor), Op. 52” e “Zigeunerlieder (Canções ciganas), Op. 103” foram compostas por Brahms. Já “Zigeunerleben (Vida cigana)” foi escrita por Robert Schumann (1810-1856).


Dança germânica

“Valsas de amor” abre a noite, com 18 peças curtas escritas para canto a quatro vozes e piano a quatro mãos. Para apresentá-lo, o Coral Lírico estará acompanhado por Fred Natalino e Marcelo Corrêa.

As baladas de amor de Brahms são inspiradas no estilo de dança germânica chamado ländler, precursor da valsa, e abordam o amor a partir de uma perspectiva idealizada. “São canções curtas, com ritmo três por quatro, marcadas por aquele amor juvenil típico do romantismo, bastante exacerbado e com um refinamento impressionante”, explica Viana.

Na sequência, “Vida cigana” retrata a visão europeia sobre os ciganos, vistos como festeiros e misteriosos. A inclusão da peça no programa tem a pretensão de retratar a relação próxima de Schumann e Brahms, diz o maestro. Robert Schumann foi um dos primeiros a apontar o jovem Brahms como promessa na composição.


Contos populares

Encerrando o programa, está “Canções ciganas”, ciclo de peças curtas influenciadas por contos populares húngaros e com visão melancólica do amor. “Elas fazem um contraponto direto às ‘Valsas de amor’, sendo complementares. Se Brahms fala de um amor idealizado e juvenil, aqui aparece um amor mais maduro, vivido, que carrega a experiência da ausência e da perda”, explica o maestro.

Compostas em cerca de duas décadas, as obras de Brahms refletem o amadurecimento do músico e destacam como a passagem dos anos impactou sua visão sobre o romance.


“Nas primeiras canções, Brahms fala de um amor idealizado, quase utópico. Vinte anos depois, ainda fala de amor, mas doído. Ele nunca chegou a se casar ou viver um grande amor, e isso aparece na música. São obras para piano tristes e tensas, mostrando um amor que já conheceu a ausência, a perda”, conclui Lucas Viana.


“LÍRICO NO MUSEU”
Concerto do Coral Lírico de Minas Gerais. Nesta quinta (16/10), às 19h, no Palácio da Liberdade (Praça da Liberdade, Funcionários). Entrada gratuita.

* Estagiária sob supervisão da subeditora Tetê Monteiro

Acesse o Clube do Assinante

Clique aqui para finalizar a ativação.

Acesse sua conta

Se você já possui cadastro no Estado de Minas, informe e-mail/matrícula e senha. Se ainda não tem,

Informe seus dados para criar uma conta:

Digite seu e-mail da conta para enviarmos os passos para a recuperação de senha:

Faça a sua assinatura

Estado de Minas

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Aproveite o melhor do Estado de Minas: conteúdos exclusivos, colunistas renomados e muitos benefícios para você

Assine agora
overflay